Roma, 26 de Setembro de 2013
Hoje teve início o Congresso Internacional de
Catequese na cidade do Vaticano, com o tema: O Catequista, Testemunha da Fé, com a participação de 51 países dos
cinco continentes. Ainda não temos preciso o número de brasileiros, mas
acreditamos que chega a uma média de 40
pessoas entre bispos, padres, religiosas e catequistas.
A abertura do congresso foi presidida pelo
Secretário do Pontifício Conselho para a Promoção da Nova Evangelização, Dom
Octavio Ruiz Arenas. Foram lembrados os 50 anos do Concílio Vaticano II e os 20
anos do Catecismo da Igreja Católica.
A Igreja transmite uma fé viva e teve a sua
maturação e crescimento através da catequese, e por isso reconhece que os catequistas
são testemunhas vivas desta fé. A catequese é uma escola da fé, e no encontro
pessoal com Jesus Cristo os catequistas entendem que são chamados a evangelizar
pela Igreja e devem comunicar com fidelidade a vida e a doutrina de Jesus. E
esta evangelização não pode ser isolada, devemos ter ousadia com humildade.
Como afirma o Papa emérito Bento XVI: “o
coração da pessoa precisa ser aberto para a experiência com Deus, a
Evangelização precisa chegar ao coração de cada pessoa. É pelo coração que o
Espírito chega ao mundo.” Os frutos da obra da catequese, são obras do Espírito. É o Espírito que educa na fé. A fé não
se adquire apenas pela comunicação dos catequistas, mas sim pela sua
espiritualidade e comunhão eclesial. A catequese é um testemunho que nos leva à
santidade.
É necessária uma formação permanente para os
catequistas precisamos construir Centros
de Formação para que os catequistas aprofundem a fé, a fim de que todos possam
aprender sobre Jesus Cristo.
Foi apresentado um filme sobre o CREDO.
A introdução ao Congresso foi feita pelo Presidente
do Pontifício Conselho para a Promoção da Nova Evangelização, Dom Rino
Fisichella com o tema: A catequese no contexto da nova
evangelização.
Na exortação Apostólica Evangelii Nuntiandi no número 44 afirma que uma via que não há de ser descuidada na evangelização é a do
ensino catequético. A inteligência nomeadamente a inteligência das crianças e a
dos adolescentes, tem necessidade de aprender, mediante um sistemático ensino
religioso, os dados fundamentais, o conteúdo vivo da verdade que Deus nos quis
transmitir, e que a Igreja procurou exprimir de maneira cada vez mais rica, no
decurso da sua história. Depois, que um semelhante ensino deva ser ministrado
para educar hábitos de vida religiosa e não para permanecer apenas intelectual,
ninguém o negará. E fora de dúvida que o esforço de evangelização poderá tirar
um grande proveito deste meio do ensino catequético, feito na igreja, ou nas
escolas onde isso é possível, e sempre nos lares cristãos; isso, porém, se os
catequistas dispuserem de textos apropriados e atualizados com prudência e com
competência, sob a autoridade dos Bispos. Os métodos, obviamente, hão de ser
adaptados à idade, à cultura e à capacidade das pessoas, procurando sempre
fazer com que elas retenham na memória, na inteligência e no coração, aquelas
verdades essenciais que deverão depois impregnar toda a sua vida.
É preciso responder não o quando Evangelizar, mas como
evangelizar. O anúncio é primordial para a Evangelização. Paulo VI aponta a
famosa expressão do homem contemporâneo, sobre o horizonte da nova cultura,
onde a cultura da imagem não pode predominar sobre a cultura
da palavra, a partir desta realidade é preciso recuperar o valor da homília,
pois a catequese está inserida no mundo, na liturgia, palavra de Deus que é
anunciada. A Igreja tem como primeira missão a evangelização. A catequese não
deve subestimar a força do anúncio. A catequese supõe a evangelização, a Igreja
sempre evangelizou, sem evangelização não há Igreja, a sua natureza é
Evangelizar.
A partir das atuais necessidades a Igreja é chamada
a evangelizar em várias realidades e contextos diferentes, levando em conta: a
rapidez das informações, o domínio da técnica, o analfabetismo religioso, a
falta de identidade crente, a perda de pertença a Igreja, a crise dos batizados
nos contextos eclesiais, a fuga do sacramento do matrimônio por vergonha de
manifestar a fé cristã, uma fé fraca... A catequese marca um momento central da
História da Igreja. A catequese não só faz os cristãos, mas ajuda os fiéis a
aprofundar a própria identidade.
Aconteceu a Lectio
Divina do texto de Lc 24,13-35 conduzida pela Prof. Bruna Costacurta, diretora do departamento de Teologia
Bíblica da Pontifícia Universidade Gregoriana.
Foram destacados cinco pontos:
1.
O texto
narra a descoberta do túmulo vazio. O dia 1 a luz faz uma analogia com o nosso domingo,
uma ligação com o livro do Gênesis, o projeto divino da criação. Início dos
novos tempos. A luz da ressurreição ilumina a vida. Mas a luz ainda não é total. O sinal do túmulo
vazio ainda é um mistério. A fé dos discípulos precisa de uma experiência íntima
que toca o coração.
2.
A partir da
situação de todo um contexto inexplicável de procura: dois discípulos desconhecidos;
se sabe pouco sobre eles, presenciaram acontecimentos dolorosos e misteriosos.
Eles estavam às escuras, a luz pascal não tinha ainda os atingido.
3.
Jesus se
faz companheiro de caminhada. Jesus não aparece com respostas prontas, respeita
o tempo deles, caminha com eles e aguarda o tempo certo para revelar-se.
4.
A tristeza
os cega, o anúncio e a catequese são importantes para abrir o coração, Jesus
abre o coração, sua catequese inicia com uma pergunta, explicita a própria
tristeza, é preciso responder com as escrituras. A catequese precisa das
escrituras, pois aí estão as respostas.
5.
Abrir-se ao
encontro pessoal com Deus. Eles não queriam permanecer sozinhos porque já era
tarde. Percebem o gosto da verdade, os olhos e o coração O percebem. Na fração
do pão, na Eucaristia podemos reconhecer que Jesus é o ressuscitado. Ainda hoje
existe violência, dor, porém o Reino está aí, Jesus ressuscitou e precisamos
levar este anúncio como catequistas, sentindo os nossos corações arder.
Esta é a importância da Nova Evangelização. Jesus é
o mestre que educa a fé. Jesus tornou-se companheiro do caminho, permite que
apresentem os problemas e manifestem suas dúvidas, o processo de conversão
passa por todos os profetas. A Nova Evangelização deve revelar Jesus.
A primeira conferência foi conduzida pelo Dr. Petroc Willey, vice-diretor do
Instituto Maryvale, com o tema Deus
procura o homem e se revela. A Revelação
é a fonte da catequese. Através da parusia, que significa falar tudo sem
esconder nada, confiança filial. O Pai fala tudo sobre si. O Filho escolhe
revelar o Pai. Deus se fez conhecer através da sua esposa; a Igreja. Como
catequistas devemos lembrar que o ensinamento é de Jesus e não nosso. O
catequista precisa ensinar algo que lhe foi revelado. Ensinar com simplicidade,
clareza, coragem. Cristo ensina, o catequista é o porta voz de Cristo.
A segunda conferência foi proferida pelo Pe. Manuel José Jiménez Rodríguez, Capelão da Universidade Nacional da Colômbia
e Assessor do Departamento de Catequese da Conferência Episcopal Colombiana com
o tema: Igreja primeiro lugar da fé.
A fé é dom de Deus. A fé é ato pessoal. A Igreja transmite a fé. A fé é ato
eclesial, a Igreja é a primeira que crê. A fé nasce da Igreja conduz e alimenta
a fé pessoal. É preciso crer em Deus eclesialmente. Na Igreja cada crente se
converte e conduz à Igreja, o encontro com
Cristo conduz a fé, que não é para ser guardada, mas testemunhada. A
eclesialidade da fé é teológica e pedagógica. A pedagogia catequética deve ter
a dimensão eclesial comunitária. Não há fé autêntica sem prática na Igreja, a
comunidade é o lugar da fé.
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