sábado, 29 de setembro de 2012


ACONTECENDO...

Está acontecendo na Casa de Formação  Santa Fé-Anhanguera-SP, o 1º Simpósio da Animação Bíblica da Pastoral Sul1-CNBB, destinado à catequistas, seminaristas, sacerdotes,  religiosos e agentes de pastorais.
Na parte da manhã, a 1ª conferência  foi assessorado por Padre Boris Agustin Nef Ulloa, com o tema: "O conhecimento da Palavra de Deus para a animação Bíblica da Pastoral", tendo como referência o documento PONTIFÍCIA Comissão Bíblica. Povo Judeu e suas Sagradas Escrituras na Bíblia Cristã.





No período da tarde, a 2ª conferência foi proferida por Dom Leonardo Ulrich Steiner – Secretario Geral da CNBB com o tema: “Contemplar a Palavra que dá sentido a vida dos discípulos missionários de Jesus Cristo”.






Conferimos o vídeo do 1º Congresso Brasileiro da Animação Bíblica da Pastoral em Goiânia, que aconteceu em outubro de 2011, para que pudéssemos entender o porque da Animação Bíblico da Pastoral.

"A bíblia, durante muito tempo, ficou distante das mãos dos católicos. Há hoje uma maior aproximação dela, um maior respeito, amor, fome e sede. Mas temos muito ainda para caminhar. A palavra “animação” é muito importante, principalmente motivando, nos agentes pastorais, a leitura da Sagrada Escritura.
Tivemos algumas marcas de incentivo para o valor do texto sagrado nos últimos tempos. No Concílio Vaticano II houve o destaque da “Dei Verbum”, mostrando o valor da inspiração bíblica e a importância da Palavra em nossa vida. Esse documento convocou toda a Igreja para retomar a leitura e a prática da Palavra de Deus.
Quando falamos de animação bíblica da pastoral, estamos preocupados com o vigor da animação, da força da Palavra de Deus e dos frutos que as pastorais devem produzir. É sinal de que não podemos ficar em apenas discursos religiosos, mas perceber as exigências concretas do povo de Deus deste tempo.
Enfim, só teremos pastorais pertinentes se criarmos intimidade com a Palavra, com Jesus Cristo ressuscitado e vivo em nosso meio. Isto cria relações afetivas, comprometidas e atuantes, transformando os corações e as mentes das pessoas. Com isto as pastorais não serão de compromisso só dos pastores, mas de todo o povo da comunidade cristã.
Dom Paulo"(Dom Paulo Mendes)

Nossa Comissão diocesana e Ampliada AB-C se faz presente e representada por Kátia Esteves e Vera Lucia ! OREMOS!!!!


Saudações de Dom Vilson aos participantes do 1º Simpósio de Animação Bíblico da Pastoral


Quero saudar a todos os irmãos e irmãs, presbíteros, religiosas/os, diáconos, leigos/as, seminaristas, assessores/as vindos a este Simpósio de Animação Bíblica da Pastoral, organizado e articulado pela Comissão de Bíblia e Catequese do nosso querido Regional Sul 1 da CNBB, de 28 a 30 de setembro de 2012, na grande metrópole de São Paulo.

Em nosso Brasil, com grande criatividade, multiplicaram-se experiências de serviço missionário sustentadas pela Palavra. Muitas comunidades conservaram-se vivas e dinâmicas alimentadas somente pela Palavra. O Espírito Santo sustentou toda esta vitalidade. O que se propõe a seguir são linhas de ação orientadas a um novo passo: a animação bíblica de toda a pastoral.

Primeiramente é preciso reconhecer que os interlocutores da ação pastoral são sujeitos e não somente destinatários. De fato, não recebem a Palavra para guardá-la para si mesmos, mas para anunciá-la (cf. Is 50,4). Como recorda o Senhor: “O que vos digo na escuridão, dizei-o à luz do dia; o que escutais ao pé do ouvido, proclamai-o sobre os telhados” (Mt 10,27). Sendo assim, interlocutores da animação bíblica da pastoral são todos os membros do Povo de Deus: os leigos, enquanto presença da Palavra de Deus em forma de “fermento na massa”; os consagrados enquanto presença da Palavra de Deus na vivência dos conselhos evangélicos; os ministros ordenados enquanto presença da Palavra de Deus no exercício do tríplice múnus de ensinar, santificar e governar. Todos os membros do Povo de Deus, no entanto, são chamados a dar testemunho de acolhida e vivência da Palavra.

Para acontecer uma animação bíblica da pastoral indicamos que se crie alguns espaços importantes tais como:Comissões, com uma organização funcional, que ofereçam uma rede de serviços e ajudas práticas, facilitando a efetiva animação bíblica da pastoral; Equipes de assessoria da animação bíblica da pastoral; e Formação bíblica permanente (no tempo), sistemática (no currículo) e profunda (nos conteúdos) para assessores e multiplicadores da animação bíblica da pastoral.

 No Eixo da Formação: a animação bíblica da pastoral, enquanto Caminho de Conhecimento e Interpretação da Palavra, encontra na catequese seu espaço vivencial, pois “a atividade catequética implica sempre abeirar-se das Escrituras na fé e na Tradição da Igreja, de modo que aquelas palavras sejam sentidas vivas, como Cristo está vivo hoje, onde duas ou três pessoas se reúnem em seu nome (cf. Mt 18,20). A catequese deve comunicar com vitalidade a História da Salvação e os conteúdos da fé da Igreja, para que cada fiel reconheça que sua vida pessoal pertence àquela história”.[1]

 No Eixo da oraçãoA animação bíblica da pastoral, enquanto Caminho de Oração com a Palavra e Comunhão, encontra na liturgia seu lugar privilegiado, em que Deus continua hoje a se comunicar com seu povo que escuta e responde. Cada ação litúrgica, por sua própria natureza, está impregnada da Sagrada Escritura. Nela “a Palavra de Deus é celebrada como palavra atual e viva”.[2]

 No eixo do anúncioA animação bíblica da pastoral, enquanto Caminho de Evangelização e Proclamação da Palavra, nos impulsiona à caridade (cf. 2 Cor 5,14). “A missão da Igreja não pode ser considerada como realidade facultativa ou suplementar da vida eclesial. (...) É a própria Palavra que nos impele para os irmãos: é a Palavra que ilumina, purifica, converte; nós somos apenas servidores. Por isso, é necessário descobrir cada vez mais a urgência e a beleza de anunciar a Palavra para a vinda do Reino de Deus. (...) Não se trata de anunciar uma palavra anestesiante, mas desinstaladora que chama à conversão, que torna acessível o encontro com Ele, através do qual floresce uma humanidade nova”.[3]

No início deste nosso Simpósio recordaria que o Sínodo sobre a Palavra e a Verbum Domini constituem um novo Pentecostes para a Igreja. Que assim aconteça, também, com a acolhida e a prática deste Documento. Nossos bispos nos exortam para que estas linhas de ação influam eficazmente na vida e na missão da Igreja, particularmente na Catequese, na Liturgia e no Testemunho da caridade, contribuindo, assim, para a vivência profunda da Fé, pois sabemos que a “Igreja funda-se sobre a Palavra de Deus, nasce e vive dela”.[4]

Somos, na verdade, consagrados e enviados para anunciar a todos a Palavra que é Cristo. Tendo-a escutado, respondamos “com a obediência da fé” (cf. Rm 1,5; 16,26) e “o ouvido do coração”,[5] a fim de que as nossas palavras, opções e atitudes “sejam cada vez mais uma transparência, um anúncio e um testemunho do Evangelho”,[6] e vivamos por Ele (cf. 1Jo 4,9).

Temos uma Boa Nova para anunciar ao mundo de hoje: a Palavra de Deus, Jesus Cristo, que está presente entre nós. Ele é mensagem de salvação e de vida. Com São Paulo, não queremos saber nem pregar outra coisa, a não ser Jesus Cristo, para nós sabedoria e poder de Deus (cf. 1Cor 2,2).

Que a intercessão de Maria, modelo de quem viveu a plena obediência da fé e escutou com o ouvido do coração. Ela é o ícone perfeito da fé bíblica, da escuta e do acolhimento generoso e disponível à vontade do Senhor. “A sua fé obediente face à iniciativa de Deus plasma cada instante da sua vida. Virgem à escuta, vive em plena sintonia com a Palavra divina”.[7] Ela teve a vida totalmente modelada pela Palavra.

Que este 1º. Simpósio de animação Bíblica da Pastoral, que declaro aberto nesta noite do dia 28 de setembro de 2012, traga a todos nós, participantes deste evento, luzes de Deus, no sentido de abraçarmos ainda mais a Palavra de Deus em nossa vida e em nossas comunidades espalhadas em nossas dioceses e em nosso Regional. Bom Simpósio e felicidades a todos e todas.
Dom Vilson Dias de Oliveira, DC
Bispo Referencial da Comissão para a Animação Bíblico-Catequética – CNBB/Sul 1


[1] VD 74.
[2] VD 52.
[3] VD 93 (cf. 90-98).
[4] Cf. VD 3.
[5] RB Prólogo,1.
[6] Cf. PDV 26.

sexta-feira, 28 de setembro de 2012


Abertura do I Simpósio da Animação Bíblica da Pastoral SUL1-CNBB


BRASÍLIA, 27 de setembro 2012

Saudações Fraternas!

        A Comissão de Animação Bíblico Catequética da CNBB vem cumprimentar o Regional Sul I, pelo louvável esforço de levar adiante a reflexão da Animação Bíblia da Pastoral, incentivada pelo Iº Congresso Nacional de ABP de Goiânia/2011 e pelos recentes documentos da Igreja, em especial o Doc. 97: Discípulos e Servidores da Palavra de Deus na Missão da Igreja”. Este Simpósio representa a concretização desse esforço.
       Alegramo-nos profundamente, ao perceber que os regionais, de formas variadas, estão assumindo com grande dedicação e entusiasmo a divulgação, conhecimento e prática da Palavra de Deus em toda a ação evangelizadora.
       Desejamos que este Simpósio seja para cada participante uma experiência profunda com a PALAVRA para se transformar depois em energia nova e contagiante na ação pastoral, reforçando seu protagonismo na construção do Reino, pois “naquele que guarda a PALAVRA, o amor de Deus é plenamente realizado” ( 1 Jo. 2,5 ).
       Devido a nossa intensa programação, embora convidados, não podemos participar desse significativo evento. Mas queremos expressar, por esse meio, nossa admiração e apreço por essa iniciativa que fará o Caminho da Palavra avançar neste Regional. Todo nosso apoio!

QUE DEUS ABENÇOE A COORDENAÃO, ASSESSORES E PARTICIPANTES!

Em nome de Comissão de Animação Bíblico Catequética: Pe. Décio J. Walker - assessor

30/09 - Celebremos o dia da Bíblia !!!!!!!!


BÍBLIA E CATEQUESE
INSPIRAÇÃO BÍBLICA
       
   Por "inspiração" entendemos a ação particular de Deus sobre algumas pessoas. Deus inspirou algumas pessoas para AGIR. Por ex. Abraão, Moisés e muitos outros. Inspirou outras para FALAR, por exemplo, os profetas. E outras foram inspiradas para ESCREVER; esses são os HAGIÓGRAFOS, ou autores sagrados, que escreveram a Bíblia. Ao falar de Inspiração da Sagrada Escritura, entende-se a inspiração para escrever. A Igreja herdou dos Judeus a crença que seus livros sagrados foram escritos por inspiração divina.
   Não existem, no AT, textos explícitos que falem da inspiração divina. Porém, à proporção que os livros do AT se formavam, crescia sempre mais, entre os judeus, a crença na inspiração divina. Assim, o rei Josias fez uma grande reforma religiosa em Judá, baseado no Livro da Aliança, encontrado no Templo de Jerusalém (2Rs 23). Sabemos, hoje, que esse livro é o Deuteronômio.
   Esdras leu ao povo "o Livro da Lei de Moisés que o Senhor mandou a Israel" (Ne 8). Esse Livro de Moisés, hoje, é identificado com todo o Pentateuco. Os rabinos chegaram a afirmar que a Torá (o Pentateuco) tinha sido escrita pelo próprio Deus, antes da criação do mundo. Por acreditar na origem divina de seus livros sagrados, os judeus ficaram conhecidos como o "povo do Livro".
   Tanto Jesus como os apóstolos acreditavam que as Escrituras eram livros sagrados. Várias vezes encontramos afirmações de que Deus ou o Espírito Santo falou através de Moisés, de Davi ou dos profetas (Mt 19,4-5; Rm 9,17; GI3,8; Hb 3,7). No NT, encontramos dois textos claros sobre a inspiração:
**2Tm 3,16-17: "Toda Escritura é inspirada por Deus e útil para instruir, para refutar, para corrigir, para educar na justiça ... "
**2Pd 1,20-21: "Antes de mais nada sabei disso: que nenhuma profecia da escritura resulta de uma interpretação particular, pois que a profecia jamais veio por vontade humana, mas homens impelidos pelo Espírito Santo falaram da parte de Deus."

  É certo que, para Jesus e para a Igreja Primitiva, as Escrituras são livros sagrados onde se encontra a palavra de Deus. O Concílio Vaticano II, na Constituição Dogmática Dei Verbum 11, diz: "As verdades divinamente reveladas que estão contidas e expressas nos livros das Sagradas Escrituras foram escritas por inspiração do Espírito Santo. A Santa Mãe Igreja, por fé apostólica, considera sagrados e canônicos todos os livros inteiros, seja do Antigo como do Novo Testamento com todas as suas partes, porque escritos por inspiração do Espírito Santo, têm Deus por autor e como tais foram dados à Igreja. Para a composição dos Livros Sagrados, Deus escolheu homens, dos quais se serviu fazendo-os usar suas próprias faculdades e capacidades, a fim de que, Ele agindo neles e eles, escrevessem como verdadeiros autores, tudo e só aquilo que Ele queria que fossem escritos."

  Resumindo, Deus é o autor da Bíblia. Mas, para redigir o texto, serviu-se de homens. Por isso, a Bíblia é um livro divino e humano. Mas como entender a inspiração?
Alguns afirmam que a inspiração é um dom natural, como a oratória, a pintura, a culinária... Para outros é um dom sobrenatural, um carisma divino, concedido a quem Deus escolheu.
   A princípio entendeu-se a inspiração como sendo um DITADO. Deus teria ditado, palavra por palavra, e o autor humano teria escrito tudo com fidelidade (concepção já vencida, apenas válida para os fundamentalistas).
Para outros, Deus teria inspirado apenas a MENSAGEM, as idéias, deixando ao homem a expressão verbal das mesmas. Hoje, com base em vários documentos da Igreja, entendemos a inspiração com a explicação da "CAUSA INSTRUMENTAL", isto é, Deus é a causa principal e primeira na composição da Bíblia. Foi Ele quem moveu os homens a escrever. O homem é a causa instrumental, isto é, o instrumento de Deus para escrever o texto. Quando escrevemos, a ação é da caneta ou do lápis. Mas eles não escrevem sem a nossa contribuição. Assim, o resultado de um texto é da pessoa e também da caneta. Porém, o homem não pode ser comparado à caneta ou a qualquer outro instrumento, porque ele possui vontade própria, imaginação, memória, fantasia, etc. Não é um instrumento passivo e inerte nas mãos de Deus. É, sim, um instrumento, mas um instrumento ativo, e por isso escreveu, como verdadeiro autor, tudo o que o Autor Principal, Deus, queria.
A Bíblia é, pois, um livro divino porque Deus é seu autor principal, mas é também um livro humano, pois é fruto da ação de homens. A inspiração incide sobre todas as faculdades do escritor: conhecimento, imaginação, memória, vontade e fa¬culdades executivas. Porém, cada autor humano continuou filho do seu tempo, de sua cultura e escreveu com os conhecimentos que possuía. O texto bíblico reflete o estilo e a cultura de cada autor humano. Não existe livro mais inspirado que outro. Existem, sim, autores humanos diferentes entre si, vivendo em épocas e lugares diferentes, com graus de cultura diferentes. Os "erros" de história, geografia, ciências e outros que encontramos na Bíblia se devem à limitação dos autores humanos.
   Sabemos que a Sagrada Escritura é obra de muitas pessoas. Todas elas, desde que influíram no texto sagrado, foram inspiradas, mesmo que a contribuição do autor tenha sido uma frase, um retoque. Do mesmo modo, todos os livros inteiros são inspirados. A inspiração atinge a totalidade da Bíblia e não só algumas partes mais importantes.
   Para compreender a maneira como Deus está na origem das Escrituras, deve-se ter presente que os escritos da Bíblia são testemunhos de vivência ou de experiências da presença ativa do Espírito de Deus, e não meros ditados ou reportagens. A inspiração é essencialmente a presença e comunicação divina, e esta se dá a pessoas, não a escritos. Os escritos podem qualificar-se como inspirados, somente na medida em que seus autores a estiveram.
   Uma concepção de inspiração que considera o autor humano como instrumento ou secretário de Deus, que esquece a liberdade humana e o sentido da comunicação, que o isola de sua comunidade histórica e ignora os múltiplos condicionamentos e influências situacionais e que faz se parecer como se fosse inconsistente e que se contradiz, é míope quanto à natureza dos escritos bíblicos e quanto à maneira de agir de Deus. E uma concepção de inspiração que esquece o processo evolutivo das tradições e da Bíblia mesma, que põe sua atenção exclusivamente no texto herdado, é cega quanto ao dinamismo histórico da Palavra de Deus.
   Outro dado importante, agora destacando o leitor da Bíblia, está no fato de que a inspiração não pode limitar-se à produção do texto que lemos, mas inclui também o processo de leitura crente do texto. Muitas pessoas sentiram a inspiração divina em suas leituras bíblicas. Os escritos bíblicos são produtos de pessoas inspiradas e, por isso mesmo, soa capazes de inspirar outras pessoas. Por isso são reconhecidos como canônicos. Por isso tem um sentido sacramental. O texto torna-se vida e vivifica. Certamente, isso supõe uma leitura feita em espírito de discernimento, com o mesmo espírito em que foi escrito. Deus inspirou as pessoas e não os textos.
   A inspiração bíblica caracteriza-se por ter como objeto primeiro o processo que vai desde os acontecimentos reveladores até a colocação por escrito desses acontecimentos e seu reconhecimento como normativo. Os acontecimentos e as vivências atestadas na Bíblia são fundacionais. Mas pontualmente, o que é próprio da inspiração bíblica? É a capacidade de reconhecer, compreender e interpretar a Revelação como tal e de transmiti-la fielmente. Deus guiou algumas pessoas, das que viveram as experiências às quais a Bíblia se refere a reconhecê-las, compreendê-las e interpretá-las como manifestações da presença orientadora de Deus, e a transmiti-las como tais.

   Em poucas palavras, a inspiração bíblica é um carisma ou dom de Deus aos autores (desde a tradição oral até a fixação escrita), que os guiava de tal modo que reconhecessem, compreendessem e interpretassem determinados acontecimentos e vivências em sua dimensão reveladora, os transmitissem correta e adequadamente ao seu auditório, para sua edificação e orientação na fé ao longo do tempo, pelo caminho que conduz à salvação.
   A inspiração, no entanto, não eliminava as limitações naturais dos autores humanos e, portanto, as de suas obras, que se dirigiam a momentos concretos com conceitos próprios daquele tempo. O fato de trem sido inspirados não nos dispensa a necessidade de reinterpretá-los e discernir a mensagem que possa transmitir para hoje (Hermenêutica feita pelo Magistério).
   A inspiração deu-se muito antes que se escrevesse uma só letra, e é a inspiração divina que move as pessoas e comunidades a compreenderem a mensagem salvífica que a Bíblia comunica.
   
**Roberto Bocalete, inspirado na obra de Eduardo Arens, A Bíblia sem mitos.

segunda-feira, 24 de setembro de 2012

Dia 07 de Outubro está chegando...!!!! muita ATENÇÃO!!!!


CAMPANHA “VOTO CONSCIENTE – ELEIÇÕES 2012”
Por Padre  Marcelo  Eduardo Bonifácio, Pároco em Catanduva.

Nós brasileiros somos chamados a protagonizar, nas eleições do próximo dia 7 de outubro, um dos momentos mais importantes para a democracia do país com a escolha dos prefeitos e vereadores de seus municípios. Com a novidade da Lei da Ficha Limpa, vitória da mobilização popular, as próximas eleições despertam a grande expectativa de que as urnas, ao receberem o voto consciente e livre do eleitor, excluam candidatos cuja vida e prática não os credenciam aos cargos pleiteados.
 

O alerta aos eleitores sobre a importância de se votar em candidatos “Ficha Limpa” é um dever de todos, especialmente das entidades e organizações que têm responsabilidade com a construção de uma sociedade justa, solidária e fraterna. 

Neste ano a CNBB lança a campanha “Voto Consciente – Eleições 2012”. Com esta iniciativa, a CNBB e a Diocese de Catanduva fazem valer a tradição de sempre dar sua contribuição nas campanhas eleitorais com orientações aos seus fiéis e a todos os cidadãos, firmadas na ética e na cidadania à luz do Evangelho.
 

O papa Bento XVI lembra que “a Igreja não pode nem deve tomar nas suas próprias mãos a batalha política para realizar a sociedade mais justa possível. Não pode nem deve colocar-se no lugar do Estado. Mas também não pode nem deve ficar à margem na luta pela justiça” (Deus caritas est, 28).
 

É oportuno, portanto, recordar que “a recuperação da política passa pela moralização dos políticos como verdadeiros ‘homens de Estado’ e não ‘negociantes do poder’, enredados em jogadas pessoais. Isso exige romper os laços entre politica e negócios privados”, como já afirmara a CNBB em seu documento Ética: Pessoa e Sociedade (p. 31).
 

Nós cristãos da Igreja católica somos todos cidadãos, onde nossa atuação e testemunho comum de fé têm muito a contribuir para o bem das cidades, especialmente no serviço à justiça social, à verdade, à dignidade humana e na solidariedade para com os que mais sofrem e mais precisam das atenções do Poder Público municipal.

A Lei 9.840, que combate a compra de votos e o uso da máquina administrativa, fruto também de iniciativa popular, merece toda nossa atenção.
Por isso reiteramos nossa orientação para que os fiéis católicos votem de maneira consciente, livre e responsável, e de acordo com os princípios e valores que orientam suas próprias vidas e da fé que abraçam, não vendendo seus votos, contribuindo para que nossas cidades sejam governadas por Autoridades dignas e atentas à promoção do bem das cidades, mais que aos interesses de parte, e capazes de promover a solidariedade e a paz entre todos os habitantes.

Visite nosso site w.w.w.diocesedecatanduva.org.br e assista os vídeos da CNBB que orientam para que o voto consciente ajude a construir a cidadania.

Catanduva, 20 de setembro de 2012.
DOM OTACÍLIO LUZIANO DA SILVA
- Bispo Diocesano -

 

sábado, 22 de setembro de 2012

Comissão AB-C em formação!!!!!


No dia 18 de setembro no Colégio Liceu Santista, o Instituto de Teologia para Leigo Beato José de Anchieta promoveu o seu “ 8º Café Teológico”,continuando com seu projeto Vaticano II ..

Nesta noite o Professor Dr. Pedro Lima Vasconcelos, da PUC- SP falou sobre "A Bíblia antes e depois do Concílio Vaticano II". Participou deste encontro D.Jacyr Francisco Braido, Bispo Diocesano de Santos. A comissão  também se fez presente, por entender ser uma comissão sempre (“aprendente”) em Estado  Permanente de Aprendizado. 

Participaram a Coordenadora e responsável pela área Bíblica da Pastoral dentro da Comissão, Maria de Lourdes, Responsável pela Iniciação à Vida Cristã, Mirtes Regina, e a responsável pela catequese com Pessoas deficientes Kátia Esteves. Foi  uma noite bem produtiva !

Passamos também pela Semana Teológica para Leigos, foi uma formação muito boa com o Padre Alfredinho, sobre os 50 anos do Concilio Vaticano II e Gaudium Et Spes a carta magna da Pastoral Social,




sexta-feira, 21 de setembro de 2012

UM POUCO DE FORMAÇÃO !!! PARA NÓS QUE SOMOS ETERNOS "APRENDIZ"


BÍBLIA E CATEQUESE 

Leitura da Bíblia na catequese – Princípios pedagógicos

A Sagrada Escritura é uma das fontes da Catequese: nela bebemos do conteúdo e da mensagem para uma catequese que leve a experiência com a pessoa de Jesus. Por isso, alguns erros metodológicos, no que diz respeito a utilização da Bíblia na Catequese, precisam ser extintos de nossos encontros de catequese.

1.Como não ler a Bíblia na catequese?
- para conseguir disciplina (“eles só ficam quietos diante de histórias interessantes”)
- para passar o tempo (“quando não temos mais nada para fazer, lemos a Bíblia”)
- para domesticar os catequizandos (normas, proibições, ameaças)
- para mostrar o erro dos outros, para provar um argumento, para confirmar uma idéia (para disputa não vale!).

Sete “pecados capitais” da leitura bíblica
1.Leitura fundamentalista/ literalista
O que é: interpretar o texto sagrado ao pé da letra, sem levar em conta o que o texto diz por trás das palavras (contexto sócio-político-religioso-cultural-econômico-ideológico).
Sintomas: Fanatismo: defesa violenta das próprias ideias sobre a Bíblia; colocá-la acima dos principais valores humanos; Intolerância com pessoas e grupos que interpretam de forma diferente os mesmos textos.
Como evitar: Não impor aos outros suas próprias ideias; Deixar-se questionar pelas ideias dos outros; Levar em conta o contexto em que os livros surgiram; Descobrir nos textos o que há de simbólico, poético etc. Não usar da Bíblia para justificar doutrinas pessoais.

2.Leitura apologética
O que é: usar textos para defender idéias ou doutrinas que não estão presentes neles. (Apologia quer dizer defesa).
Sintomas: Tradicionalismo: colocar a religião, a doutrina e os ritos acima da busca da Verdade e da defesa da vida; Medo de descobrir nos textos dados novos e diferentes que questionam parte da tradição recebida.
Como evitar: Abrir-se ao novo trazido pela realidade e pela Palavra; Ler não apenas o trecho selecionado; descobrir livros e textos relacionados para ampliar a visão; Não ser submisso à interpretação já pronta dos livros; ter espírito de busca e pesquisa; Ser fiel ao conteúdo dos trechos estudados.

3.Leitura intimista
O que é: interpretar os textos exclusivamente em benefício pessoal; ahcar-se único destinatário da Palavra.
Sintomas: Emocionalismo: ler só com o coração, sem usar a cabeça como se a Bíblia fosse um livro de auto-ajuda; Absolutizar textos agradáveis e negar textos mais duros.
Como evitar: Abrir-se à dimensão social e comunitária da Bíblia; Não ser sozinho, mas buscar as opiniões dos outros; Procurar conhecer amplamente a Bíblia, ler também os textos que parecem, à primeira vista, distantes de sua realidade pessoal; Respeitar a autonomia do texto, out seja, reconhecer que ele foi escrito para outras pessoas numa situação histórica diferente da sua; Ler com o coração da Igreja.

4.Leitura esotérica
O que é: usar a Bíblia como se fosse um de fórmulas mágicas, de ciências ocultas. (Esotérico quer dizer oculto).
Sintomas: Misticismo: crer que existem na Bíblia conhecimentos acessíveis somente a poucos privilegiados;
Citar frases isoladas como se fossem palavras mágicas. Usar a Bíblia para fazer previsões do futuro. Abrir a Bíblia aleatoriamente para ouvir o Deus tem a nos dizer.
Como evitar: Não ler a Bíblia para adivinhar o futuro, ou como se os textos do Antigo Testamento fossem apenas anúncios do que aconteceria na época de Jesus; Ser fiel ao conteúdo dos trechos estudados; Não usar frases bíblicas isoladas, desvinculadas de seu contexto, como “abracadabra” em situações difíceis; Ter humildade e reconhecer que toda interpretação da Palavra deve estar de acordo com o projeto de Jesus.

5. Leitura reducionista
O que é: reduzir os textos à dimensão religiosa; desprezar seus aspectos sociais, econômicos, políticos e culturais. 
Sintomas: Devocionismo ao texto: achar tudo bonito, correto e piedoso, sem levar em conta a fraquezas do povo de Deus. Conservadorismo religioso, falta de consciência social; Falta de confiança no ser humano.
Como evitar: Lembrar-se que Deus é Deus em todas as dimensões da Vida, não só na religião; Valorizar as diversas dimensões da vida (política, economia, cultura, afetividade etc.) como queridas por Deus e importantes para a felicidade humana; Interpretar os textos tendo em mente as várias dimensões da vida.

6.Leitura materialista
O que é: interpretar a Palavra de uma forma puramente científica; negar a inspiração divina dos textos.
Sintomas: Intelectualismo: ler só com a cabeça, sem usar o coração, como se a Bíblia fosse um baú de fósseis; Usar a Bíblia só para estudar as civilizações antigas, sem interesse nas civilizações humanas de hoje.
Como evitar: Cultivar a leitura orante da Bíblia, em intimidade com Deus, invocando sempre (na oração ou no mero estudo) o Espírito Santo; Buscar o bem comum e da defesa da vida em primeiro lugar, em obediência ao Deus da Vida; Reconhecer com humildade a presença do Deus vivo na história e colocar-se a serviço Dele na luta pela justiça.

7.Leitura espiritualista
O que é: ler a Bíblia e a vida com os olhos voltados para a salvação pessoal, sem preocupação com a vida do irmão.
Sintomas: Moralismo: dar mais importância ao bom comportamento que o bem do ser humano; colocar a lei acima da vida; Desprezo pelo corpo humano e pela afetividade.
Como evitar: Ler com os pés no chão, lembrando que não há alma sem corpo nem corpo sem alma; Ler com a preocupação de melhorar o aqui-e-agora de toda a humanidade, por menos “santa” que ela seja.

** Baseado na Revista Ecoando. Adaptações: Roberto Bocalete- (Seminarista em São José do Rio Preto)



sábado, 15 de setembro de 2012

Hino Oficial-Jornada Mundial da Juventude -Rio 2013

www.rio2013.com              


Sou marcado desde sempre
com o sinal do Redentor,
que sobre o monte, o Corcovado,
abraça o mundo com Seu amor.

(Refrão)

Cristo nos convida:
"Venham, meus amigos!"
Cristo nos envia:
"Sejam missionários!"

Juventude, primavera:
esperança do amanhecer;
quem escuta este chamado
acolhe o dom de crer!
Quem nos dera fosse a terra,
fosse o mundo todo assim!
Não à guerra, fora o ódio,
Só o bem e paz a não ter fim.

Do nascente ao poente,
nossa casa não tem porta,
nossa terra não tem cerca,
nem limites o nosso amor!
Espalhados pelo mundo,
conservamos o mesmo ardor.
É Tua graça que nos sustenta
nos mantém fiéis a Ti, Senhor!

Atendendo ao Teu chamado:
"Vão e façam, entre as nações,
um povo novo, em unidade,
para mim seus corações!"
Anunciar Teu Evangelho
a toda gente é transformar
o velho homem em novo homem   
em mundo novo que vai chegar. 

quarta-feira, 12 de setembro de 2012

Ser porta-voz



Estamos num momento significativo na história da sociedade. Teremos que votar novamente, colocando em prática nosso direito de cidadãos brasileiros. Com isto vamos escolher todos os nossos próximos representantes no poder executivo e legislativo dos diversos municípios. Cada eleito vai agir como nosso porta-voz e em nome do povo de seu município.

É hora de pensar em duas palavras decisivas: fé e fidelidade. Isto significa autenticidade, fato que não tem sido levado em conta em nosso país. Muitos políticos não são tementes a Deus, mas infiéis, carreiristas e não se colocam a serviço do bem comum. O povo sofre com isto e acaba assistindo atitudes de desonestidade.

O poder, verdadeiramente constituído, vem de Deus, mas isto passa pela ação livre dos eleitores. Significa que a autoridade escolhida não tem real poder se foi eleita por quem não tenha agido, na hora de votar, com plena liberdade. Comprar e vender o voto não significa liberdade plena, não é ato totalmente divino e não é voto com nobreza e consciência madura.

Todo candidato, nas eleições, procura se apresentar bem, com boa aparência e propósitos muito firmados. Mas acontece que há uma mentalidade de triunfo e muito individualista. Ela esconde interesses que não são os do povo. É como falar de fé sem obras, aparências que tentam convencer, mas privilegiam interesses próprios ou de grupos particulares.

Na verdade, ser porta-voz é ser luz para o povo. Isto é diferente de ser opressor, que tira a esperança e a alegria das pessoas. Por outro lado, o povo quase não acompanha e nem é resistente diante das atitudes dos políticos eleitos. É cômodo ser passivo porque agir supõe coragem e enfrentamento.

Não podemos ser cristãos apenas de bons sentimentos e intenções, porque a fé exige fidelidade e compromisso bem definidos, principalmente nos momentos decisivos da sociedade. Não basta confessar a fé, como o fez Pedro diante de Cristo. Temos que enfrentar as diversidades e maldades que impedem a realização do bem. É um caminho de cruz, de maturidade e coragem.

Dom Paulo Mendes Peixoto
Arcebispo de Uberaba.

domingo, 9 de setembro de 2012

8º CAFÉ TEOLÓGICO / VAMOS PARTICIPAR !!!!


Congresso Teológico Nacional



Congresso Teológico Nacional
com o Tema:
“20 anos do Catecismo da Igreja Católica e Ano da Fé”.

Promovido pela CNBB, aconteceu, em Curitiba, o Congresso Teológico Nacional. O tema central que está sendo desenvolvido durante todo o Congresso é: “20 anos do Catecismo da Igreja Católica e Ano da Fé”. 


Participaram deste evento aproximadamente 200 pessoas, sendo mais de dez bispos, inúmeros padres, religiosos e religiosas. Além de uma presença significativa de leigos, dentre eles, muitos catequistas.

Marcou presença singular no Congresso Dom L. F. Ladaria, Secretário da Congregação para a Doutrina da Fé do Vaticano. Além de muitos palestrantes conhecidos nacionalmente que trabalham no campo da teologia.

Tal iniciativa começou no dia 07 e teve o seu término neste domingo, dia 09, ao meio-dia. Vale salientar que a cada dia foi celebrada a Santa Eucaristia, com presença maciça dos participantes do Congresso. Além, também, da recitação da Liturgia das Horas. 
Na manhã, do dia 08, a presidência da Santa Missa e coordenação das atividades ficou sob a coordenação de Dom Jacinto Bergmann, Arcebispo de Pilotas e presidente da Comissão Bíblico-catequética.

Portanto, concluímos, a partir do tema proposto e das inúmeras discussões desenvolvidas, que o Congresso Teológico Nacional é, sem sombra de dúvida, um momento ímpar para a Igreja do Brasil no campo da reflexão teológica.

Por Pe. Valmir Galdino – Arquidiocese de Maceió