domingo, 16 de dezembro de 2012

Comissão para a Animação Bíblico-Catequética – Diocese de Santos –




O Natal para nós!


Para nós cristãos, o Natal é a celebração de um dos grandes mistérios da nossa fé. Com grande festa anunciamos a todos que acreditamos em um Deus que nos criou com muito amor, nos deixou livre para decidirmos o que fazer da própria vida, e que continua nos acompanhando com sua misericórdia infinita.

O amor misericordioso de Deus por seus filhos é tão grande, que nos enviou seu Filho Jesus para se fazer uma pessoa humana igual a nós com a finalidade de nos demonstrar que é possível, humanamente falando, ser fiel ao projeto de Deus, que é o da vida plena para todos.

Já são mais de dois mil anos que celebramos esse fato, mas ainda hoje são muitas as pessoas que não acolheram essa verdade em sua vida, ou porque simplesmente não sabem disso, ou porque ainda não compreenderam o significado profundo desse mistério da fé. Os textos bíblicos que nos falam do nascimento de Jesus (principalmente Mt 1,18-2,12 e Lc 2,1-20) apresentam vários personagens que devem ser vistos por nós como inspiradores da nossa ação catequética de facilitar essas pessoas a saberem acolher Jesus em suas vidas.

Por exemplo, os pastores. A religião oficial os considerava pessoas infiéis porque não viviam totalmente de acordo com as obrigações religiosas da época, por isso eram descartadas e não mereciam credibilidade. Mas Deus os considerava de uma forma diferente, pois eram pessoas capazes de se abrir para o mistério, reconhecê-lo e, com o seu jeito de ser, anunciá-lo a todos. Ao fazerem a experiência do encontro com Deus, os pastores superaram seus medos, não se importaram com os preconceitos e procuraram realizar da melhor forma a missão que tinham recebido.

Devemos aproveitar as festividades do Natal para refletirmos melhor os evangelhos da infância de Jesus e procurar, nos vários personagens ali presentes, quais foram suas atitudes diante do mistério do Deus que se faz pessoa humana para nos trazer a Salvação. Muitos deles souberam entender a proposta de Deus, por isso a acolheram e viveram, mas não guardaram somente para si, transmitindo essa experiência a mais pessoas. Outros, porém, preferiram continuar fechados em seu mundo egoísta e não conseguiram perceber que o Deus Misericordioso tinha vindo para trazer a proposta de vida verdadeira também para eles.

Em nome de toda a Comissão AB-C desejo que neste Natal, você, caro leitor, celebre a fé em Jesus, o Deus que se fez pessoa humana, vivendo intensamente sua própria humanidade, em sintonia com a dele! Feliz Natal, feliz vida cristã!


Reflexão e aprofundamento: Eu acredito que com minhas capacidades, mesmo que pareçam poucas ou insignificantes, é possível acolher o mistério de Deus em minha vida e anunciá-lo aos que ainda não o conhecem?

sábado, 1 de dezembro de 2012

Advento – Ano C A Alegria da Espera!!!!!




Estamos iniciando o ano litúrgico. Mais uma vez acendemos as  velas da coroa do Advento, mais uma vez nossos corações  se enchem da esperança de um tempo novo, mais uma vez lembramos que Jesus nasce, que Cristo vem.

O advento trabalha com a expectativa das duas vindas do Senhor. A primeira vinda aconteceu na carne, sendo a concretização das esperanças de Israel, como vemos no texto do profeta Jeremias. Esta primeira vinda ficará mais evidente próximo do natal. A segunda vinda é na glória, quando acontece o que a teologia chama de parusia. Nesta ocasião o Senhor voltará vitorioso para julgar os vivos e os mortos e para implantar o Reino de um modo definitivo e pleno.

O começo do advento se apoia na expectativa da segunda vinda, baseando-se nas promessas de Deus. Não é uma espera medrosa, do Dia Terrível, apesar das imagens utilizadas no Evangelho de Lucas. Esperamos o dia em “que seremos reunidos à sua direita na comunidade dos justos.” (Oração do Dia). E isso deve ser motivo de alegria.

Onde está a esperança do mundo? Será que realmente somos animados pela esperança, que se funda na certeza do mundo novo? A nossa sociedade é marcada pela desesperança ou desespero. Não existem mais utopias, um por que lutar... Aí facilmente a gente se acomoda ou se desespera. Jesus nos diz: “não fiquem insensíveis por causa da gula e da embriaguez, enquanto se espera o dia do Senhor” A pós-modernidade nos diz: “aproveite a vida”, mas oferece algumas falsas ilusões que destroem a vida e escravizam o ser humano. O advento é o tempo do resgate da vigilância. Vigiar não é deixar de viver, mas viver com toda a intensidade e dignidade humana. É viver a vida com a esperança do mundo novo que começa a aqui e agora.

Testemunhar a esperança significa não se acomodar. São Paulo nos diz que o amor deve crescer entre nós, que façamos progressos e progressos ainda maiores. Não somos santos, mas podemos crescer a cada dia. Seria errado imaginar pessoas prontas, acabadas, santas e imaculadas. Elas não existem, ou só aparecem excepcionalmente, quando surge uma Teresa de Calcutá (e mesmo ela não era perfeita e batalhou muito pelo próprio crescimento). Não desejemos a perfeição de ninguém (nem de nós mesmos), mas não toleremos a apatia de ninguém, a começar por nós mesmos. E o que nos faz crescer é a esperança do fim, porque não é uma espera passiva. Trata-se de querer que este mundo novo aconteça, por isso, esforçamo-nos para construí-lo. O que não colabora com o crescimento deve ser purificado. Por isso, é tempo de conversão. Não basta falar que Jesus deve nascer no nosso coração no Natal que se aproxima, se não encontramos gestos concretos que nos levam a viver de um modo mais humano e mais cristão.

Pe Roberto Nentwig

Quem é o Catequista ? ou Evangelizador?

“O Catequista ou Evangelizador  é aquele que encontra Jesus  Cristo, descobre como-o  “Caminho, Verdade e Vida”, faz com Ele uma experiência pessoal profunda e por isso é capaz de apresentá-lo, não como doutrina, mas, como pessoa que modifica, que transforma, que desestrutura toda maneira de ser, de pensar e agir”.[1]

A Catequese como caminho para o discipulado traz presente a necessidade do encontro pessoal com Jesus Cristo e conseqüentemente o seguimento e a missão: todo discípulo é missionário. São as duas faces de uma mesma realidade, conforme afirma o Documento de Aparecida. O discípulo missionário será atuante e desenvolverá a missão nos vários âmbitos da sociedade: família, comunidade, escola, trabalho. Portanto, o discipulado acontece no mundo e está aberto às necessidades e desafios da realidade, mas, este discipulado só ocorrerá se tiver tido uma verdadeira e autêntica Iniciação Cristã.

Pe. Pelegrino Rosa Neto -