sexta-feira, 28 de dezembro de 2018

Espaço familiar: mística do encontro no cotidiano.

“Jesus desceu então com seus pais para Nazaré...” (Lc 2,51). 


Nazaré é a escola do Filho de Maria, rodeado de gente comum, com sua paisagem natal, sua linguagem, seu modo pessoal de ser e viver, sua conduta, sua fé... 
Na “vida oculta em Nazaré” encontramos os “nomes” e “verbos” nos quais Deus falou em Jesus e onde continua nos falando hoje. Ali Ele se faz “um entre tantos”, vizinho com os vizinhos, trabalhando com os que trabalhavam, acolhendo a vida cotidiana em toda sua riqueza e limitação. Ele é “o filho do carpinteiro”. Para Jesus, Nazaré é um tempo de aprendizagem: olha, escuta, observa tudo o que acontece nesta escola do cotidiano. Exercício de preparação diante das urgências do Reino. “Tempo de enraizamento...”.
Jesus conheceu a dor real do povo, na escola do Pai, que é a escola da vida humana, em contato com as necessidades dos mais pobres e excluídos, em solidariedade laboral. Assim aprendeu a ser humano, ouvindo os gritos dos homens e mulheres de seu entorno, expulsos, oprimidos, como ovelhas sem pastor. Não teve que entrar no lugar da exclusão a partir de fora: cresceu ali dentro. 
Na escola da vida, comum e cotidiana, Jesus também foi aprendiz. O artesão de Nazaré nos ensina o valor das coisas cotidianas quando são feitas com dedicação e carinho. Nesta “ocultação”, estava assumindo a condição da imensa maioria dos mortais deste mundo, dos homens e mulheres “comuns”, daqueles que vão trabalhar ou estão sem emprego, daqueles que precisam “ganhar a vida”, porque na vida não encontram seu lar, daqueles que são pura estatística...
Aprender é consequência básica da dinâmica da Encarnação. Lucas confirma: “Jesus crescia em sabedoria, estatura e graça, diante de Deus e diante dos homens” (Lc. 2,52). Portanto, Jesus viveu a vida como um processo lento e progressivo, a partir da própria condição humana no meio do povo e em vista do Reino de Deus, graças a uma criatividade transformadora.
Foi no cotidiano familiar que Ele aprendeu, aos poucos, a ampliar seus horizontes, seus interlocutores e o sentido de sua missão. É a vida cotidiana que nos revela que Jesus foi uma pessoa nitidamente humana e humanizante, que vivenciou um processo de maturação, de releitura de suas tradições e assimilação do novo, até chegar à proposta original da Boa-Nova. Foi no cotidiano que Jesus viveu a “mística do encontro”: viveu intensamente, em primeiro lugar, o encontro com o Pai, conhecendo e realizando Sua Vontade; foi em Nazaré que aprendeu a valorizar e a saborear o encontro com todas as pessoas. Encontros humanizadores que O humanizaram.
Na sua vida em Nazaré Jesus nos convida a entrar na sua casa para aprender d’Ele e com Ele os valores próprios de uma família. É difícil compreender a “normalidade” da vida de Jesus; parece até que o Reino não tinha exigências sobre a sua vida. Identificando-se com a vida de todo mundo mostrava que a salvação não consistia em coisas extraordinárias e em gestos fantásticos, mas na “adoração do Pai em espírito e verdade”. Jesus passou praticamente toda sua Vida nesta humilde condição; viveu desapercebido como Messias. Pois o Reino se revela no pequeno, no anônimo e não no espetacular, no grandioso. Ele está misteriosamente se realizando entre nós.
Nazaré é o sinal da “epifania” de Deus nas pequenas coisas, é o sinal da palavra divina escondida nas vestes humildes da vida simples, é o sinal do sorriso de Deus que se faz visível nos espaços comunitários. 
Tanto em Nazaré quanto na vida pública, Jesus nos comunica uma profunda união com o Pai, vivendo uma oração confiante e de entrega. Jesus sente quando o Pai o chama a mudar o estilo de vida escondido. Ele está atento aos “sinais dos tempos” e saberá discernir, nesses sinais, a Vontade do Pai que o chama a mudar de caminho, a deixar sua terra, a lançar-se numa aventura. Começará, então, uma vida itinerante, missionária, despojado de tudo. 
No espaço familiar, em Nazaré, Jesus se revela, para todos nós, como presença inspiradora neste momento em que as transformações são rápidas e exigem de nós maturidade, aprendizado, diálogo, novas expressões de fé... Um dos desafios da espiritualidade atual é motivar a viver a vida em profundidade, apesar da aridez do deserto do cotidiano. O ritmo da sociedade atual e, sobretudo, o culto à novidade, ao efêmero, ao superficial, ao consumismo, pede de nós recuperar a dimensão de profundidade em nossa vida cotidiana.
O chamado universal à santidade nos faz confiar profundamente na vida cotidiana, ou seja, no dia-a-dia da vida familiar, no exercício da profissão, nas relações da vida social, nas decisões éticas, na ação cidadã, no campo dos direitos humanos, da economia, na presença ativa da política, no mundo da cultura, no cuidado e preservação da vida, no diálogo com os meios de comunicação..., como “lugares agraciados” de encontro com Deus e manifestações explícitas de compromisso cristão. 
Custa-nos muito descobrir a “espiritualidade da vida familiar cotidiana”, a vida de cada dia nos parece sem sentido, sem muito destaque e sem muitos fatos extraordinários; temos ainda muito que aprender da vida cotidiana do artesão de Nazaré. Precisamente a vida cotidiana é o lugar privilegiado para descobrir Deus (“por onde passa meu Senhor”), sentir o sabor da Sua presença que permanece. Os lugares cotidianos são “lugares sagrados” de encontro com o Senhor da Vida.
Encontrar a Deus no cotidiano significa que é preciso viver em um contexto vital no qual cada um se sinta estimulado a tomar decisões, a assumir responsabilidades, grandes e pequenas, a cuidar pessoalmente dos processos concretos da vida de cada dia. É vital descobrir se nossa vida cotidiana é egocêntrica ou excêntrica, se tem a marca da “cultura do encontro” ou da “cultura da indiferença”, se a missão de nossa vida nos projeta para o compromisso com o outro, se temos paixão pelo Evangelho encarnado nos ambientes onde nos fazemos presentes cotidianamente. 
A realidade cotidiana da nossa Nazaré é o lugar onde somos chamados a viver a espiritualidade cristã e a deixar-nos conduzir pelo mesmo Espírito que animou Jesus e o levou a inserir-se na trama humana e a assumir o risco da história. Ser seguidor(a) de Jesus, inserido(a) no mundo, em meio às agitações cotidianas, é acima de tudo tê-Lo como inspiração de vida: suas palavras, suas ações, sua relação com o Pai e com os outros...
A espiritualidade cristã é a espiritualidade do cotidiano, que conserva sua força transformadora, que é capaz de despertar o espanto e a admiração, apontando sempre para um horizonte mais amplo e mais rico;
é a espiritualidade que reacende desejos e sonhos novos, que suscita energias em direção ao mais;
é a espiritualidade que faz descobrir, escondida no cotidiano, uma Presença absoluta que nos envolve;
é a espiritualidade que faz saborear o eterno e o Absoluto no ritmo doméstico e cotidiano da vida...;
é a espiritualidade que projeta a vida a cada instante; abre espaço à ação do Espírito para que Ele nos expanda, nos alargue e nos impulsione em direção a uma nova humanização. 
Textos bíblicos:  Lc 2,41-52
Na oração: A vida cotidiana exige não apenas fidelidade, mas também amor, gratuidade. É o lugar que inspira a viver encontros com a marca da surpresa, da acolhida do diferente, do respeito ao outro...
- Como é o seu cotidiano? rotina e repetição ou desafio e criação? Espaço de encontros inspiradores ou alimentador da indiferença? Nele há lugar para a esperança e para o novo? 
Pe. Adroaldo Palaoro sj

Fonte:   http://www.catequesedobrasil.org.br/noticia/espaco-familiar-mistica-do-encontro-no-cotidiano?fbclid=IwAR3IM2z_aurkoL3DTOJO75iyyxruIjztT7XEij7z_Be5PMvrO4H0bXBcNKQ

quarta-feira, 26 de dezembro de 2018

Tempo do Natal dura até a Festa do Batismo do Senhor



Monsenhor Guido Marini, Mestre das Celebrações Litúrgicas Pontifícias, em entrevista ao jornal italiano “Avvenire”, ao ser indagado sobre o Tempo do Natal, chama a atenção para o modo mais profundo de viver todos os tempos litúrgicos: “é bom lembrar que o que torna a liturgia ‘grande’ não é a invenção contínua de algo novo de nossa parte, indivíduos ou comunidades. O verdadeiro ‘novo’ que renova a vida é o mistério de Cristo, celebrado e reapresentado na liturgia. Acima de tudo, precisamos de uma participação cada vez mais viva, real, existencial. Novos e renovados no coração e na vida, devemos ser nós mesmos, pela graça de Cristo. Acrescentei: a repetitividade do ato litúrgico, em sua objetividade, é uma graça muito especial porque nos lembra da fidelidade de Deus à sua promessa de amor e nos permite, ao longo do tempo, uma adesão cada vez maior à vida divina que é doado”.
Sentido
O Tempo do Natal é o prolongamento da solenidade celebrada nos dias 24 e 25 de dezembro, estendendo-se à Festa do Batismo do Senhor. Este é um dos 4 tempos solenes da igreja, juntamente com o Advento, a Quaresma e a Páscoa. Forma, com o Advento, o Ciclo do Natal, que compreende a preparação, a solenidade e o prolongamento do mistério da Encarnação do Senhor.
É um tempo análogo ao Tempo Pascal, como são Advento e Quaresma, pois ecoam parte do mistério pascal do Senhor, compreendido pela Encarnação, Nascimento, Manifestação, Paixão, Morte, Ressurreição e Ascensão.
Inicia-se nas primeiras vésperas do dia 24 de dezembro e seu término ocorre na Festa do Batismo do Senhor, no segundo ou terceiro domingo do ano novo. Neste ano litúrgico, o Tempo do Natal termina no dia 10 de janeiro de 2016.
As festas
Dom Henrique Soares da Costa, bispo de Palmares (PE), descreve as cinco festas contidas no Tempo litúrgico do Natal.
A Solenidade do Natal do Senhor, no dia 25 de dezembro. Na pobreza da gruta de Belém contemplaremos como frágil criança Aquele que é o Forte e eterno Deus: “Porque um Menino nos nasceu, um filho nos foi dado, Ele recebeu o poder sobre os Seus ombros e Lhe foi dado este Nome: Conselheiro-maravilhoso, Deus-forte, Pai-eterno, Príncipe-da-Paz” (Is 9,5). Neste Dia santíssimo (que é celebrado durante oito dias) a Igreja dobra os joelhos diante do Salvador, juntamente com Maria, José e os pastores; a Igreja canta o “Glória a Deus nas alturas” juntamente com os anjos, a Igreja ilumina-se de alegria como o céu da noite santa de Belém.
No Domingo entre os dias 25 e 1º de janeiro a Igreja celebra a Festa da Sagrada Família. O Filho de Deus assumiu em tudo a nossa condição humana: entrou numa família, na vida miudinha de cada dia; Ele veio verdadeiramente viver a nossa aventura. Assim, santificou as famílias de modo especial: “Desceu com eles para Nazaré e era-lhes submisso” (Lc 2,51).
Solenidade de Santa Maria Mãe de Deus, no dia 1º de janeiro, Oitava do Natal. “(Os pastores) foram, então, às pressas, e encontraram Maria, José e o Recém-nascido deitado na manjedoura” (Lc 2,16). A Igreja contempla o Menino que nasceu em Belém e Nele reconhece o Deus eterno e perfeito, reclinado no colo de Maria. Por isso chama-a Mãe de Deus, quer dizer, Mãe do Filho de Deus feito homem! Dando este título à Virgem a Igreja, desde suas origens, professa sua fé na divindade de Jesus. Primeiro de Janeiro é uma das grandes festas marianas.
Solenidade da Epifania do Senhor, no Domingo entre 2 e 8 de janeiro. É a festa chamada Festa de Reis. Mas, é bem mais que isso: a palavra “epifania” significa “manifestação”. Os magos, vindos dos povos pagãos, representam toda a humanidade que vem adorar o Salvador e reconhecê-Lo como a luz para iluminar as nações. Deus manifesta a Sua salvação a todos os povos: “O Senhor fez conhecer Sua salvação, revelou Sua justiça aos olhos das nações. Os confins da terra contemplaram a Salvação do nosso Deus” (Sl 97,2.3).
Festa do Batismo do Senhor, no Domingo após a Epifania. Com ela termina o tempo do Natal. O Pai apresenta o Seu Filho: “Este é o Meu Filho amado, em Quem Eu Me comprazo!” (Mt 3,17). Com esta festa encerra-se o ciclo de festas da Manifestação do Senhor. A Igreja, mais uma vez, renova sua certeza e vive essa graça, experimenta-a e anuncia ao mundo: “O Verbo Se fez carne e habitou entre nós e nós vimos a Sua glória!” (Jo 1,14).

terça-feira, 25 de dezembro de 2018

Noite de Natal - Nasceu Jesus - (Papa Francisco)

Juntamente com Maria sua esposa, José subiu «à cidade de David, chamada Belém» (Lc 2, 4). Nesta noite, também nós subimos a Belém, para lá descobrir o mistério do Natal.
1. Belém: o nome significa casa do pão. Hoje, nesta «casa», o Senhor marca encontro com a humanidade. Sabe que precisamos de alimento para viver. Mas sabe também que os alimentos do mundo não saciam o coração. Na Sagrada Escritura, o pecado original da humanidade aparece associado precisamente com o ato de tomar alimento: «…agarrou do fruto, comeu» – diz o livro do Gênesis (3, 6). Agarrou e comeu. O homem tornou-se ávido e voraz. Para muitos, o sentido da vida parece ser possuir, estar cheio de coisas. Uma ganância insaciável atravessa a história humana, chegando ao paradoxo de hoje em que alguns se banqueteiam lautamente enquanto muitos não têm pão para viver.
Belém é o ponto de viragem no curso da história. Lá Deus, na casa do pão, nasce numa manjedoura; como se quisesse dizer-nos: Estou aqui ao vosso dispor, como vosso alimento. Não agarra, oferece de comer; não dá uma coisa, mas dá-Se a Si mesmo. Em Belém, descobrimos que Deus não é alguém que agarra a vida, mas Aquele que dá a vida. Ao homem, habituado desde os primórdios a agarrar e comer, Jesus começa a dizer: «Tomai, comei. Este é o meu corpo» (Mt 26, 26). O corpo pequenino do Menino de Belém lança um novo modelo de vida: não devorar e acumular, mas partilhar e dar. Deus faz-Se pequeno, para ser nosso alimento. Nutrindo-nos d’Ele, Pão de vida, podemos renascer no amor e romper a espiral da avidez e da ganância. A partir da «casa do pão», Jesus traz o homem de regresso a casa, para que se torne familiar do seu Deus e irmão do seu próximo. Diante da manjedoura, compreendemos que não são os bens que alimentam a vida, mas o amor; não a voracidade, mas a caridade; não a abundância ostentada, mas a simplicidade que devemos preservar.
O Senhor sabe que precisamos de nos alimentar todos os dias. Por isso, ofereceu-nos todos os dias da sua vida, desde a manjedoura de Belém até ao cenáculo de Jerusalém. E ainda hoje, no altar, faz-Se pão partido para nós: bate à porta, para entrar e cear connosco (cf. Ap 3, 20). No Natal, recebemos Jesus, Pão do céu na terra: trata-se de um alimento cuja validade é ilimitada, fazendo-nos saborear já agora a vida eterna.
Em Belém, descobrimos que a vida de Deus corre nas veias da humanidade. Se a acolhermos, a história muda a partir de cada um de nós; com efeito, quando Jesus muda o coração, o centro da vida já não é o meu «eu» faminto e egoísta, mas Ele, que nasce e vive por amor. Nesta noite, chamados a ir até Belém, casa do pão, interroguemo-nos: Qual é o alimento de que não posso prescindir na minha vida? É o Senhor ou outra coisa qualquer? Depois, entrando na gruta, ao vislumbrar na terna pobreza do Menino uma nova fragrância de vida, a da simplicidade, perguntemo-nos: Será verdade que preciso de tantas coisas, de receitas complicadas para viver? Quais são os contornos supérfluos de que consigo prescindir para abraçar uma vida mais simples? Em Belém, ao pé de Jesus, vemos pessoas que caminharam, como Maria, José e os pastores. Jesus é o Pão do caminho. Não Se compraz com as digestões lentas, longas e sedentárias, mas pede que nos levantemos rapidamente da mesa a fim de servir como pães partidos para os outros. Perguntemo-nos: No Natal, reparto o meu pão com aqueles que estão sem ele?
2. Depois de Belém, casa do pão, reflitamos sobre Belém, cidade de David. Lá David, na sua adolescência, era pastor e, como tal, foi escolhido por Deus, para ser pastor e guia do seu povo. No Natal, na cidade de David, são precisamente os pastores que acolhem Jesus. Naquela noite, quando «a glória do Senhor refulgiu em volta deles – diz o Evangelho –, tiveram muito medo» (Lc 2, 9), mas o anjo disse-lhes: «Não temais» (2, 10). Reaparece muitas vezes no Evangelho esta frase «não temais»: parece o refrão de Deus à procura do homem. Porque o homem desde o princípio, por causa do pecado, tem medo de Deus: «…cheio de medo, escondi-me» (Gn 3, 10) – diz Adão, depois do pecado. Belém é o remédio para o medo, porque lá, não obstante os «nãos» do homem, Deus diz para sempre «sim»: será para sempre Deus connosco. E, para que a sua presença não provoque medo, faz-Se um terno menino. A frase «não temais» não é dirigida a santos, mas a pastores, pessoas simples que então não primavam por garbo nem devoção. O Filho de David nasceu no meio dos pastores, para nos dizer que doravante ninguém estará sozinho; temos um Pastor que vence os nossos medos e nos ama a todos, sem exceção.
Os pastores de Belém mostram-nos também como ir ao encontro do Senhor. Velam durante a noite: não dormem, mas fazem aquilo que Jesus nos pedirá várias vezes: vigiar (cf. Mt 25, 13; Mc 13, 35; Lc 21, 36). Permanecem vigilantes; aguardam, acordados, na escuridão; e a glória de Deus «refulgiu em volta deles» (Lc 2, 9). O mesmo vale para nós. A nossa vida pode ser uma expetação, em que a pessoa, mesmo nas noites dos problemas, se confia ao Senhor e O deseja; então receberá a sua luz. Ou então uma pretensão, na qual contam apenas as próprias forças e meios; mas, neste caso, o coração permanece fechado à luz de Deus. O Senhor gosta de ser aguardado e não é possível aguardá-Lo no sofá, dormindo. De facto, os pastores movem-se: «foram apressadamente» – diz o texto (2, 16). Não ficam parados como quem sente ter chegado a casa e não precisa de nada; mas partem, deixam o rebanho indefeso, arriscam por Deus. E depois de terem visto Jesus, embora sem grande habilidade para falar, vão anunciá-Lo, de modo que «todos os que ouviram se admiravam do que lhes diziam os pastores»"(2, 18).
Esperar acordado, ir, arriscar, contar a beleza são gestos de amor. O bom Pastor, que vem no Natal para dar a vida às ovelhas, na Páscoa dirigirá a Pedro, e através dele a todos nós, a pergunta determinante: «Tu Me amas?» (Jo 21, 15). Da resposta, dependerá o futuro do rebanho. Nesta noite, somos chamados a responder, dizendo-Lhe também nós: «Sou deveras teu amigo». A resposta de cada um é essencial para todo o rebanho.
«Vamos a Belém…» (Lc 2, 15): assim disseram e fizeram os pastores. Também nós, Senhor, queremos vir a Belém. O caminho, ainda hoje, é difícil: é preciso superar os cumes do egoísmo, evitar escorregar nos precipícios da mundanidade e do consumismo. Quero chegar a Belém, Senhor, porque é lá que me esperas. E dar-me conta de que Tu, colocado numa manjedoura, és o pão da minha vida. Preciso da terna fragrância do teu amor, a fim de tornar-me, por minha vez, pão repartido para o mundo. Toma-me sobre os teus ombros, bom Pastor: amado por Ti, conseguirei também eu amar tomando pela mão os irmãos. Então será Natal, quando Te puder dizer: «Senhor, Tu sabes tudo; Tu sabes que eu sou deveras teu amigo!» (Jo 21, 17).
SOLENE CELEBRAÇÃO DA SANTA MISSA NA NOITE DO NATAL DO SENHOR
HOMILIA DO PAPA FRANCISCO
Basílica Vaticana
Segunda-feira, 24 de dezembro de 2018

BENÇÃO DA LUZ - FELIZ NASCIMENTO DE JESUS NOS CORAÇÕES DA HUMANIDADE


terça-feira, 4 de dezembro de 2018

Artigo de Dezembro 2018 - Padre Aparecido Neres Santana


“MAGNIFICA - O CÂNTICO DOS POBRES”



Neste Artigo Bíblico-Catequético, do Ano Litúrgico C, do Evangelista de Lucas, refletiremos o quarto e último Domingo do Advento, Lucas 1,39-45. Desde o início do Advento nos preparamos para celebrar condignamente o Natal, este acontecimento único na história da humanidade, e especialmente para todos os cristãos. O texto está dividido em duas partes bem distintas: A visitação de Maria a Isabel e o cântico do Magnificat. Teologicamente não importa muito para a Comunidade de Lucas, a distância percorrida pôr Maria e o serviço prestado à sua parenta Isabel. Mas, importa bastante o Caminho feito, e o sentido do encontro dessas duas mães e as duas crianças. Isabel e João Batista representam o Primeiro Testamento, a Primeira Aliança, Maria e Jesus o Segundo Testamento, a Segunda Testamento, a Segunda Aliança. A bem da verdade Jesus representa não somente a Nova Aliança, mas toda a Sagrada Escritura, isto é, a única e definitiva Aliança. Ademais, Maria representa, as comunidades, a jovem Igreja, Isabel representa a Sinagoga e as antigas práticas do judaísmo, com os seus 613 normas ou mandamentos. A acolhida que Isabel faz a Maria, é a acolhida, de todos os povos, de todos os tempos, em especial os mais pobres. Isabel acolhe Maria “em alta voz”, como o povo de Deus acolheu a Arca da Aliança, a presença de Deus, com fortes aclamações, “Davi exclamou: “Como poderá vir a mim a arca do Senhor?” (2Sm 6,9).
A segunda parte, O Magnificat, é um cântico de alegria e agradecimento. Esse cântico de Maria inspira-se no cântico de Ana, “O meu coração exulta em Iahweh, a minha força se exalta em meu Deus...” (2Sm 1ss). Lucas mostra o agir de Deus na história do povo. Mostra que o que conta para Deus, são os que levam a frente o projeto de justiça, e não os orgulhosos, os poderosos e ricos, mas os humildes, os famintos, que coincidem com os que confiam plenamente em Deus. Por isso, o Magnificat pode expressar bem a oração dos pobres, que se associam em alegre esperança a Maria de Nazaré, a humilde serva do Senhor.  Na Exortação Apostólica - A Alegria do Evangelho, do Papa Francisco, lemos: “Deriva da nossa fé em Cristo, que Se fez pobre e sempre Se aproximou dos pobres e marginalizados, a preocupação pelo desenvolvimento integral dos mais abandonados da sociedade. Cada cristão e cada comunidade são chamados a ser instrumentos de Deus ao serviço da libertação e promoção dos pobres, para que possam integrar-se plenamente na sociedade; isto supõe estar docilmente atentos, para ouvir o clamor do pobre e socorrê-lo. (...) Ficar surdo a este clamor, quando somos os instrumentos de Deus para ouvir o pobre, coloca-nos fora da vontade do Pai e do seu projeto.” (EG 186-187).
        



Para refletirmos: Portanto, todos nós, e toda a Igreja nos encontramos grávidos da presença de Cristo, para dá-lo ao mundo. Esta é a nossa missão de discípulos missionários: de anunciar aos não católicos a presença de Cristo Ressuscitado. Eis aqui o sentido da festa de Natal, que nós celebramos nesta semana. Estamos grávidos de Cristo? Estamos dispostos como discípulos missionários seguidores de Cristo, a mostrar a sua presença ao mundo de hoje?



Pe. Aparecido Neres Santana - Assessor Eclesiástico da Comissão AB-C

sábado, 1 de dezembro de 2018

Você conhece o Bibliodrama? Neste vídeo a missionária Loredana apresenta este método de leitura experiencial do texto sagrado.

Neste vídeo a missionária italiana, Loredana Vigini, comenta o que é o Bibliodrama. 
O Bibliodrama é um método que possibilita uma leitura animada e experiencial de um texto sagrado. Através de várias ferramentas ativas, torna possível vivenciar uma passagem bíblica “por dentro”, colocando-se no papel de uma das personagens do texto, experimentando o que ela experimentou, ou observando “por fora” o texto “ao vivo”, enquanto outros tornam visível a cena bíblica. Isto permite perceber todos os aspectos do texto, inclusive aqueles emocionais.
Este método, expressivo e experiencial, tem como objetivo possibilitar uma meditação ativa dos elementos do texto para recriá-los como imagens interiores personalizadas, relacionadas com o dia a dia . Assim promove o encontro profundo entre a Palavra de Deus e a vida de cada um.



segunda-feira, 26 de novembro de 2018

Retiro - 2018 - Comissão para a Animação Bíblico-Catequética Diocese de Santos/SP



A Comissão AB-C da Diocese de Santos juntamente com seu Assessor Eclesiástico Padre Aparecido Neres Santana veem agradecer a todos os Discípulos Missionários: Catequistas e Evangelizadores com Espírito que estiveram presentes nos Retiros de Catequistas e Agentes Evangelizadores ABVP, que aconteceram de agosto até novembro de 2018, em todas as cidades de nossa Diocese de Santos (Bertioga, Guarujá, Cubatão, Santos, São Vicente, Praia Grande, Itanhaém e Peruíbe). 




Agradecemos também aos padres que estiveram presentes e nos acolheram em suas Paróquias. 





Todos trabalhando para nossa tão sonhada reestruturação de toda a Igreja, junto a implantação do processo de inspiração Catecumenal, a Iniciação à Vida Cristã. Lembrando que, como explica os documentos da Igreja, toda a Igreja está a serviço da Iniciação à Vida Cristã. 












Pedimos a intercessão de Maria, Mãe da Igreja, primeira catequista, Estrela da Nova Evangelização, que acompanhe a todos discípulos/as missionários/as, evangelizadores com Espírito em cada dia de suas vidas. 
Comissão AB-C Diocese de Santos

domingo, 25 de novembro de 2018

Cristo Rei: Fiéis são chamados a reconhecer o reinado de Deus sobre todos os povos


No calendário litúrgico, no último domingo de novembro, este ano dia 25, é celebrada a Solenidade de Nosso Senhor Jesus Cristo, Rei do Universo, comumente conhecida como a Festa de Cristo Rei. O presidente da Comissão para a Liturgia da CNBB, dom Armando Bucciol explica que a origem da Festa coloca-se no tempo de Pio XI, no ano de 1925. À época, dom Armando afirma que a Europa estava passando por um período “difícil”, em meio ao crescimento do Nazismo e do Fascismo em boa parte dos países.
Neste contexto, onde cada vez mais os ditadores queriam mandar no povo, dom Armando salienta que o papa Pio XI institui a Festa de Cristo Rei, por meio da Encíclica Quas Primas. “O papa com o intuito profundo afirmou que não são os grandes da Terra que dominam, não são eles que dirigem os povos, é Jesus Cristo”, afirmou o bispo. Originalmente, a Festa foi estabelecida para o último domingo de outubro, antes da Festa de Todos os Santos. No ano de 1926, quando foi celebrada pela primeira vez, esse domingo caiu para o dia 31 de outubro.
No entanto, foi o papa Paulo VI que deu à festa seu atual título completo, o de Solenidade de Nosso Senhor Jesus Cristo Rei do Universo, transferindo a data para o último domingo do ano litúrgico. Segundo dom Armando, do ponto de vista litúrgico, espiritual e eclesial foi uma boa intuição ter colocado a festa como conclusão do ano litúrgico e síntese de uma caminhada.
As origens do reconhecimento do reinado de Cristo podem ser encontradas no próprio evangelho. Em um importante diálogo com Pilatos, durante seu juízo, dom Armando salienta que Cristo afirma o seu reinado. “Pilatos o pergunta se ele é rei, e então Cristo responde que é, e por isso tinha vindo ao mundo, para dar testemunho da verdade”, diz dom Armando.
Dom Armando salienta também o fato de que nos três anos do ciclo de leituras que a liturgia hoje tem, destaca-se um cristo que é rei, morrendo na cruz. “Portanto, o Cristo Rei é um rei que doou a sua vida por amor, é um Deus que se faz humano e que, sim, nós o honramos como rei, mas não à maneira dos dominadores, dos grandes da Terra”, completou o bispo.
Ainda de acordo com dom Armando, a Festa em si não é para exaltar um Deus poderoso, mas um Cristo cujo poder é o de um Cristo que lava os pés de seus discípulos e que diz: “Como eu fiz, faça vocês!”. “Podemos acrescentar que a maneira de Cristo reinar é uma contestação não só na sociedade, mas na Igreja. O poder é serviço, você é grande quanto mais se abaixa para servir por amor, e com amor”, finaliza dom Armando.

RETIRO DE DISCÍPULOS MISSIONÁRIOS: CATEQUISTAS EVANGELIZADORES DA REGIÃO CUBATÃO - CIDADE DE CUBATÃO - DIOCESE DE SANTOS/SP



A Comissão para a Animação Bíblico-Catequética realizou neste sábado 24 de  novembro, na Paróquia Matriz São Judas Tadeu., Cidade de Cubatão, o Retiro de Discípulos Missionários: Catequistas e Evangelizadores da Iniciação à Vida Cristã com Espírito. Este retiro contou com a presença de quase 50 Discípulos Missionários: Catequistas Evangelizadores da Cidade de Cubatão. 




Formador: Padre Aparecido Neres Santana,
Assessor Eclesiástico da Diocese de Santos.







Momentos marcantes do Retiro:







Este mesmo retiro aconteceu em todas as cidades de nossa Diocese de Santos.

A Comissão AB-C agradece a acolhida da Comunidade e da presença do Padre e do Diácono.








Pe. Aparecido Neres Santana - Assessor Eclesiástico da Comissão AB-C
        Comissão AB-C Diocese de Santos.

terça-feira, 20 de novembro de 2018

RETIRO DE DISCÍPULOS MISSIONÁRIOS: CATEQUISTAS EVANGELIZADORES DA REGIÃO CUBATÃO - CIDADE DE CUBATÃO - DIOCESE DE SANTOS/SP


A Comissão para a Animação Bíblico – Catequética da Diocese de Santos, convida a todos Discípulos Missionários Catequistas Evangelizadores da Iniciação a Vida Cristã (catequistas de crianças, adolescentes, jovens, adultos, batismo, noivos e equipe de liturgia), para participarem de um Retiro que acontecerá na Paróquia Matriz São Judas Tadeu.

Neste sábado, dia 24 de novembro de 2018 a partir das 14h30.

TEMA: RETIRO DOS DISCÍPULOS MISSIONÁRIOS CATEQUISTAS E EVANGELIZADORES DA INICIAÇÃO À VIDA CRISTA.

Orientador do retiro Pe. Aparecido Neres Santana – Assessor Eclesiástico da Comissão AB-C Diocese de Santos. 




Local: Paróquia Matriz São Judas Tadeu
Telefone: (13)3363-5032
Endereço: Praça São Judas Tadeu, 28.
Bairro: Jardim Casqueiro
Cidade: Cubatão 

ATENÇÃO: LEVAR A BÍBLIA, UM CADERNO E CANETA PARA ANOTAÇÕES.


CATEQUISTAS E EVANGELIZADORES SUA PARTICIPAÇÃO É MUITO IMPORTANTE.

ESTE MESMO RETIRO ACONTECERÁ EM TODAS AS CIDADES DE NOSSA DIOCESE VEJA EM SUA PARÓQUIA.


Ø  Mídias de nossa Comissão: visite e entre em contato!








Pe. Aparecido Neres Santana - Assessor Eclesiástico da Comissão AB-C

segunda-feira, 19 de novembro de 2018

RETIRO DE DISCÍPULOS MISSIONÁRIOS: CATEQUISTAS EVANGELIZADORES DA REGIÃO LITORAL SUL CIDADE DE ITANHAÉM DIOCESE DE SANTOS/SP



A Comissão para a Animação Bíblico-Catequética realizou neste sábado 17 de novembro, na Paróquia Matriz Nossa Senhora do Sion, Cidade de Itanhaém, o Retiro de Discípulos Missionários: Catequistas e Evangelizadores da Iniciação à Vida Cristã com Espírito. Este retiro contou com a presença de quase 52 Discípulos Missionários: Catequistas Evangelizadores da Cidade de Itanhaém. 





Formador: Padre Aparecido Neres Santana,
Assessor Eclesiástico da Diocese de Santos.


Momentos marcantes do Retiro:














Este mesmo retiro acontecerá em todas as cidades de nossa Diocese de Santos. Veja em sua paróquia com o coordenador da Catequese qual será o dia e local de sua paróquia.

A Comissão AB-C agradece a acolhida da Comunidade e da presença do Padre Esteban Juan.



Pe. Aparecido Neres Santana - Assessor Eclesiástico da Comissão AB-C
        Comissão AB-C Diocese de Santos.