Evangelização


CONFERÊNCIA NACIONAL DOS BISPOS DO BRASIL
Comissão Episcopal Pastoral para a Liturgia da CNBB


CELEBRAR EM FAMÍLIA O DIA DO SENHOR IV DOMINGO DA QUARESMA – ANO A Estamos vivendo o Tempo litúrgico da Quaresma. É um forte tempo de oração, escuta da Palavra de Deus e práticas de caridade em vista da celebração da Páscoa do Senhor. Porém este ano o estamos vivendo de forma bastante diferente por conta do combate à disseminação do COVID – 19. Acolhendo a orientação das autoridades civis e sanitárias, nossos bispos no Brasil orientam os fiéis a permanecerem em suas casas, evitando aglomeração de pessoas e, consequentemente não participando das celebrações eucarísticas. Desta forma, somos convidados a CELEBRAR o Dia do Senhor como Igreja doméstica, com nossos familiares, em nossas casas. Cabe aqui recordar o que nos afirmam as Diretrizes Gerais da Ação Evangelizadora na Igreja do Brasil, número 73: “A casa, enquanto espaço familiar, foi um dos lugares privilegiados para o encontro e o diálogo de Jesus e seus seguidores com diversas pessoas (Mc 1,29; 2,15; 3,20; 5,38; 7,24). Nas casas Ele curava e perdoava os pecados (Mc 2,1-12), partilhava a mesa com publicanos e pecadores (Mc 2,15ss; 14,3), refletia sobre assuntos importantes, como o jejum (Mc 2,18-22), orientava sobre o comportamento na comunidade (Mc 9,33ss; 10,10) e a importância de se ouvir a Palavra de Deus (Mt 13,17.43).” Assim, desejamos oferecer esta sugestão de Celebração da Palavra de Deus para ser celebrada em sua casa, com seus familiares neste triste momento da pandemia. São muitos os horários de transmissão de missas em nossos canais católicos que podemos acompanhar, mas vivendo a dignidade de povo sacerdotal que nosso batismo nos conferiu podemos não só acompanhar, mas celebrar com nossas famílias o Dia do Senhor. Escolha em sua casa um local adequado para celebrar e rezar juntos. Prepare sua Bíblia com o texto a ser proclamado, um crucifixo, uma imagem ou ícone de Nossa Senhora, uma vela a ser acesa no momento da celebração. Escolha quem irá fazer o “Dirigente (D)” da celebração: pode ser o pai ou mãe e quem fará as leituras (L). Na letra (T) todos rezam ou cantam juntos. CELEBRAÇÃO T. Alegra-te, Jerusalém! Reuni-vos, vós todos que a amais; vós que estais tristes, exultai de alegria! Saciai-vos com a abundância de suas consolações. D. Em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo. T. Amém. D. Deus Pai, que é bendito eternamente, nos conceda estar em comunhão uns com os outros, com a força do Espírito, em Cristo Jesus, nosso irmão. T. Bendito seja Deus que nos reuniu no amor de Cristo. D. A Quaresma deste ano está sendo vivida de forma bem diferente das outras que já vivemos. Se ela, a Quaresma, nos convida a nos encontrarmos com Deus e com os irmãos e irmãs, este ano parece que não está sendo bem assim. Não podendo nos reunir para juntos celebrarmos a Eucaristia, nossas Viasacras e outros momentos de oração em nossas comunidades, queremos fazer de nossa casa, a casa de Deus, a Igreja doméstica pois aqui nos reunimos no Dia do Senhor, como os primeiros cristãos que também se reuniam em suas casas, para a escuta e a meditação da Palavra de Deus. Mesmo em meio a tantas preocupações, medos e incertezas, não podemos ficar tristes. Somos convidados a nos alegrar, conforme iniciávamos rezando juntos o refrão inicial, pois diante de nós resplandece a Páscoa que é anúncio de ressurreição e de vida plena, promessa de esperança para toda a humanidade. Escutemos a palavra de Jesus, luz do mundo, para o seguir em cada dia e iluminar o nosso caminho, mesmo que estejamos caminhando por entre sinais de trevas. Cantemos juntos: SIM, EU QUERO QUE A LUZ DE DEUS QUE UM DIA EM MIM BRILHOU JAMAIS SE ESCONDA E NÃO SE APAGUE EM MIM O SEU FULGOR SIM, EU QUERO QUE O MEU AMOR AJUDE O MEU IRMÃO A CAMINHAR GUIADO POR TUA MÃO. EM TUA LEI, EM TUA LUZ, SENHOR! EM MINH'ALMA CHEIA DO AMOR DE DEUS PALPITANDO A MESMA VIDA DIVINAL HÁ UM RESPLENDOR SECRETO DO INFINITO SER HÁ UM PROFUNDO GERMINAR DE ETERNIDADE QUANDO EU SOU UM SOL A TRANSMITIR A LUZ E MEU SER É TEMPLO ONDE HABITA DEUS, TODO CÉU ESTÁ PRESENTE DENTRO DE MIM ENVOLVENDO-ME NA VIDA E NO CALOR ESTA VIDA NOVA, COMUNHÃO COM DEUS NO BATISMO, AQUELE DIA EU RECEBI VAI AUMENTANDO SEMPRE E VAI ME TRANSFORMANDO ATÉ QUE CRISTO SEJA TODO O MEU VIVER D. De coração contrito e humilde, aproximemo-nos do Deus justo e santo, para que tenha piedade de nós, pecadores: D. Tende compaixão de nós, Senhor! T. Porque somos pecadores! D. Manifestai, Senhor, a vosssa misericórdia! T. E dai-nos a vossa salvação! D. Deus todo-poderoso tenha compaixão de nós, perdoe os nossos pecados e nos conduza à vida eterna. T. Amém. D. Senhor, tende piedade de nós! T. Senhor, tende piedade de nós! D. Cristo, tende piedade de nós! T. Cristo, tende piedade de nós! D. Senhor, tende piedade de nós! T. Senhor, tende piedade de nós! D. Senhor nosso Deus, Pai da luz, que conheceis a profundidade do nosso coração: não permitais que nos domine o poder das trevas, mas abri os nossos olhos com a graça do vosso Espírito, para que vejamos Aquele que enviastes para iluminar o mundo, e só n’Ele acreditemos: Jesus Cristo, vosso Filho, nosso Senhor. Ele que vive e reina pelos séculos dos séculos. R. Amém. A VOSSA PALAVRA É A LUZ DOS NOSSOS PASSOS T.: TUA PALAVRA É LÂMPADA PARA MEUS PÉS, SENHOR, LÂMPADA PARA MEUS PÉS, SENHOR, LUZ PARA O MEU CAMINHO. LÂMPADA PARA OS MEUS PÉS, SENHOR, LUZ PARA O MEU CAMINHO. (BIS) L.: Do Evangelho segundo São João (Jo 9,1.6-9.13-17.34-38) Naquele tempo, Ao passar, Jesus viu um homem cego de nascença. E cuspiu no chão, fez lama com a saliva e colocou-a sobre os olhos do cego. E disse-lhe: "Vai lavar-te na piscina de Siloé" (que quer dizer: Enviado). O cego foi, lavou-se e voltou enxergando. Os vizinhos e os que costumavam ver o cego - pois ele era mendigo - diziam: "Não é aquele que ficava pedindo esmola?" Uns diziam: "Sim, é ele!" Outros afirmavam: "Não é ele, mas alguém parecido com ele". Ele, porém, dizia: "Sou eu mesmo!" Levaram então aos fariseus o homem que tinha sido cego. Ora, era sábado, o dia em que Jesus tinha feito lama e aberto os olhos do cego. Novamente, então, lhe perguntaram os fariseus como tinha recuperado a vista. Respondeu-lhes: "Colocou lama sobre meus olhos, fui lavar-me e agora vejo!" Disseram, então, alguns dos fariseus: "Esse homem não vem de Deus, pois não guarda o sábado". Mas outros diziam: "Como pode um pecador fazer tais sinais?" E havia divergência entre eles. Perguntaram outra vez ao cego: "E tu, que dizes daquele que te abriu os olhos?" Respondeu: "É um profeta". Os fariseus disseram-lhe: "Tu nasceste todo em pecado e estás nos ensinando?" E expulsaram-no da comunidade. Jesus soube que o tinham expulsado. Encontrando-o, perguntou-lhe: "Acreditas no Filho do Homem?" Respondeu ele: "Quem é, Senhor, para que eu creia nele?" Jesus disse: "Tu o estás vendo; é aquele que está falando contigo". Exclamou ele: "Eu creio, Senhor!" E prostrou-se diante de Jesus. Palavra da Salvação. R. Glória a vós, Senhor! (Pequeno momento de silêncio, meditação ou partilha da Palavra) D. Professemos a nossa fé! T. Creio em Deus Pai... A DEUS SE ELEVA A NOSSA PRECE D. Como filhos da luz, aclamemos a Cristo, luz do mundo, e peçamos-lhe que ilumine o nosso coração para que também os nossos passos avancem à claridade da sua palavra. L. Quando não vemos o vosso desígnio de amor nas provações da vida, T. Abri, Senhor, os nossos olhos! L. Quando não vos reconhecemos como luz do nosso caminho, T. Abri, Senhor, os nossos olhos! L. Quando preferimos caminhar nas trevas e andar longe de vós, T. Abri, Senhor, os nossos olhos! L. Quando não Te vemos porque andamos ocupados a olhar para nós mesmos, T. Abri, Senhor, os nossos olhos! L. Quando não Te reconhecemos no pobre e no sofredor, T. Abri, Senhor, os nossos olhos! L. Vós, Luz que iluminais as nações: T. Abri, Senhor, os nossos olhos! L. Vós, Luz que iluminais os cientistas, médicos e pesquisadores: T. Abri, Senhor, os nossos olhos! L. Vós, estrela da manhã que não conhece ocaso: T. Abri, Senhor, os nossos olhos! D. Conscientes do sofrimento de muitos, no tempo presente, continuemos a rezar: T. Deus eterno e omnipotente, descanso na fadiga, amparo na fraqueza: todas as criaturas de Vós recebem energia, existência e vida. A Vós recorremos invocando a vossa misericórdia porque continuamos a sentir a fragilidade da condição humana ao passar pela experiência de uma nova epidemia viral. A Vós confiamos os doentes e as suas famílias: curai-os no corpo, na mente e no espírito. Ajudai todos os membros da sociedade a cumprir o seu dever e a reforçar o espírito de solidariedade entre si. Amparai e confortai os médicos e os profissionais de saúde da linha de frente e todos os que prestam cuidados de saúde, no desempenho do seu serviço. Vós que sois a fonte de todo o bem, enchei de bênçãos a família humana, afastai de nós todo o mal e dai uma fé sólida a todos os cristãos. Livrai-nos da epidemia que nos está atingindo para que possamos retomar com serenidade as nossas ocupações habituais e louvar-vos e dar-vos graças de coração renovado. Em Vós confiamos e a Vós elevamos a nossa súplica porque Vós, ó Pai, sois o autor da vida, e com o vosso Filho, nosso Senhor Jesus Cristo, na unidade do Espírito Santo, viveis e reinais pelos séculos dos séculos. Amém. Santa Maria, saúde dos enfermos, rogai por nós! D. A situação de sofrimento e apreensão em que nos encontramos é ocasião para que se manifestem as obras de Deus. Também nós devemos realizar as obras do Pai porque o Senhor Jesus, a verdadeira luz, habita em nós e sustenta o nosso esforço. Ele suporta também a nossa oração humilde: T. Pai nosso… D. Senhor nosso Deus, verdadeira luz da nossa consciência, só em Vós sabemos o que é bem; o vosso Espírito nos salve das trevas do mal para que caminhemos como filhos da luz seguindo os passos de Cristo. Ele que vive e reina, pelos séculos dos séculos. T. Amém. INVOQUEMOS A BÊNÇÃO DO PAI D. Concedei, ó Pai, a vossa bênção à nossa família, e dai-nos a alegria na esperança, a fortaleza na tribulação, a perseverança na oração, a solicitude atenta às necessidades dos irmãos e a diligência no caminho de conversão que estamos a percorrer nesta Quaresma. Todos fazem o sinal da cruz sobre si, enquanto o dirigente continua: D Em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo. T. Amen. Pode concluir-se com a antífona mariana “À vossa proteção” T. À vossa proteção recorremos, Santa Mãe de Deus. Não desprezeis as nossas súplicas em nossas necessidades, mas livrai-nos sempre de todos os perigos, ó Virgem gloriosa e bendita. Amém. (Cada família poderá adaptar o esquema conforme as necessidades. Os cantos são sugestões podendo ser trocados por outros, respeitando sempre o espírito quaresmal que estamos vivendo).





“Comunidade de comunidades: uma nova paróquia”

                    Estudos nº 104 da CNBB



Um olhar a partir da catequese


Desde o ano de 2007, existe na Igreja do Brasil o desafio de buscar uma renovação das comunidades paroquiais, pois naquele ano a Conferência de Aparecida fez um forte apelo : “Nenhuma comunidade deve isentar-se de entrar decididamente, com todas as forças, nos processos constantes de renovação missionária e de abandonar as ultrapassadas estruturas que já não favorecem a transmissão da fé” (cf. DAp n. 365). Por isso a 51ª Assembléia Geral dos Bispos do Brasil, ocorrida em abril/2013, para enfrentar essa problemática, colocou como Tema Central “Comunidade de Comunidades: Uma Nova Paróquia”. Após ser discutido na Assembleia, esse tema continuará sendo estudado e aprofundado, para ser retomado na assembleia do próximo ano. Todas as pastorais e organismos eclesiais estão sendo convidados para colaborarem nessa reflexão uma vez que se trata de um assunto que atinge a todos.

Para a catequese, sem dúvida, esta temática é muito relevante, pois, se não houvercatequese renovada também não haverá nova paróquia. Por esse motivo, nos interessa muito participar dessa discussão nacional e, inclusive, colaborar para que esta renovação se realize dentro da perspectiva da Iniciação à Vida Cristã que mexe com toda a estrutura comunitária e paroquial, envolvendo a todos numa experiência de profundo encontro com Jesus Cristo, capaz de transformar as comunidades em escolas de discipulado.

1 -A COMUNIDADE É FRUTO DE CATEQUESE COMUNITÁRIA

A compreensão de comunidade para a nossa fé cristã vem da vida e do ensinamento de Jesus, praticado pelos apóstolos nas comunidades, que depois da Ressurreição foram nascendo em toda parte, suscitadas pela ação do Espírito Santo. Na base da experiência comunitária que Jesus propôs, está a experiência de comunhão. Jesus inicia seu ministério chamando os discípulos para viverem com ele (Jo.1,35ss). O discipulado não é apenas o seguimento do mestre, mas também a vida em comum com os outros que o seguem. A dimensão comunitária, portanto, é fundamental na Igreja. Fundadana Trindade, perfeita comunidade de amor, a Igreja só pode existir de forma comunitária. Sem comunidade, não há como viver uma verdadeira experiência cristã.

A catequese, nestes últimos 30 anos, auxiliada pelo documento “Catequese Renovada”se empenhou de corpo e almapara educar a todosna dimensão comunitária da fé cristã. Muitos fatores, porém, tem dificultado esta tarefa. Entre estes certamente tem maior pesoa ideia de paróquia como “schopping de sacramentos”, onde a pessoa busca o que lhe interessa, paga por isso, mas também não tem mais compromisso nenhum. Isto gerou uma mentalidade que será muito difícil de ser superada, prova disso é que os 30 anos de Catequese Renovada não lograram ainda um avanço tão significativo como desejado. Precisamos, portanto, aproveitar esse momento em que todas as forças na igreja do Brasil se movem em busca de um novo modelo comunitário.

2 –A COMUNIDADE É FRUTO DE CATEQUESE VIVENCIAL

O processo histórico, passando pela experiência da cristandade nos conduziu a modelos paroquias que já não correspondem às características das primeiras comunidades onde o forte era a vivência e a experiência. Por isso é urgente e necessário agora fazer um processo de conversão pastoral. A Igreja, expressão do amor da Trindade, precisa voltar a ser a comunidade da caridade. O amor ao próximo, radicado no amor de Deus, é um dever de toda comunidade eclesial.  Neste ponto entra de cheio a catequese a serviço da iniciação à vida cristã que educa para agir nas situações concretas conforme o evangelho ensina: os famintos devem ser saciados, os nus vestidos, os doentes tratados para serem curados, os presos visitados, as crianças acolhidas com toda dignidade (cf. Mt. 25). Essa postura implicará também em apoiar e se engajar em causas que garantam a justiça e a paz para todos de forma mais ampla.
Em nossos dias, a vulnerabilidade social clama para que todas as comunidades paroquiais e as pastorais nelas existentes se aproximem das situações onde a vida estiver ameaçada: “Só a proximidade que nos faz amigos nos permite apreciar profundamente os valores dos pobres de hoje, seus legítimos desejos e seu modo próprio de viver a fé” (DAp, n. 398). A aproximação com os pobres e sofredores educa a comunidade cristã. Tal atitude muda as pessoas mais do que os discursos. Basta ver o processo catequético que o papa Francisco deflagrou em todo mundo, não tanto com palavras, mas com gestos vivenciados de forma muito bela e verdadeira. É a vivência que leva a transformação em vista do Reino.

3 – A COMUNIDADE É FRUTO DE CATEQUESE BÍBLICA

A revitalização das comunidades, com a renovação paroquial, implica em estabelecer novas relações entre as pessoas, que ajudem a superar o anonimato e a solidão. A Palavra de Deus é a fonte principal da alegria que se produz quando as pessoas se reúnem e através da Leitura Orante da Bíbliase encontram com seu Senhor. Na comunidade a gente aprende a unir a fé com a vida, a se alegrar e chorar com o outro, na atenção às pessoas e suas necessidades. Isto leva ao autêntico encontro com Jesus Cristo que é a meta e o fim de toda a evangelização. E nos ajuda a abandonar a ideia de paróquia como uma organização bem estruturada e funcional, para atender a demanda em torno dos sacramentos.
A vida das pequenas comunidades, revitalizadas pela Palavra e alimentadas pela Eucaristia, será expressão de uma novidade. Será um novo jeito de viver a fé cristã de forma comunitária, mais do que o resultado de novas iniciativas e técnicas, que nem sempre qualificarão o ser cristão.  Estamos, portanto, diante de um desafio muito grande, que vai depender de uma renovada experiência de Deus capaz de provocar uma conversão pessoal e pastoral.


Pe. Décio José Walker
Assessor da Comissão de Animação
Bíblico-Catequética














 Iniciação à Vida Cristã


 
- A importância da Comunidade
- Iniciação à Vida Cristã e o discipulado - 2
- A iniciação A vida Cristã e o discipulado - 1
- Jesus, discípulo e mestre
- Buscando uma inspiração na Igreja primitiva
- Precisamos saber olhar a Realidade de hoje
- Iniciação à Vida Cristã, tema da 3ª Semana Brasileira de Catequese
- Estudos da CNBB 97
- Nossos Bispos e a Iniciação à Vida Cristã
- Vamos conversar sobre Iniciação à Vida Cristã?

 

  

A Importancia da Comunidade

Quando se tem claro que a catequese deve ser entendida como parte integrante do processo de Iniciação à Vida Cristã fica claro que se está falando de algo muito mais envolvente do que simplesmente preparar alguém para receber esse ou aquele sacramento. O que está em jogo não é somente a preparação para participar conscientemente de um rito, mas conseguir levar a pessoa a viver de uma forma nova, totalmente em sintonia com as propostas de Jesus Cristo.



Com o tema “A catequese na renovação da pastoral orgânica”, Therezinha Cruz levou os participantes da 3ª Semana Brasileira de Catequese a fazerem uma profunda reflexão sobre onde se quer chegar com o trabalho catequético e quem é o responsável por ele.


Ninguém é uma ilha para viver e decidir a própria vida de forma isolada. Como a Therezinha nos lembrou, o próprio conjunto dos Evangelhos mostra que temos, além das exigências pessoais, também as comunitárias e as sociais e que, pelo fato dessas exigências se entrelaçarem, fica evidente que não é possível querer se fechar em nenhuma delas. Por isso, “a vida em comunidade é o espaço de alimentação que fortalece tanto o nível pessoal como o social. Dai se vê que precisamos de uma catequese aberta a essas três dimensões da vida e da ação de cada cristão. Elas não são terrenos separados. Cada uma que faltasse prejudicaria as outras duas”.


Infelizmente é fácil constatar que em muitas Comunidades a ação pastoral acaba acontecendo de forma solitária, quando deveria ser realizada em equipe. É evidente que “são muitos os ganhos em vários aspectos se, cada um com seu jeito e seu tipo de espiritualidade, todos estivessem interessados e, de certa forma envolvidos, nos projetos globais da comunidade”.

Uma catequese realmente preocupada com a vida cristã da pessoa, vai se esforçar em integrá-la na vida da Comunidade onde possa viver aquela comunhão que faz a Igreja acontecer em fidelidade ao Projeto do Reino de Deus. Tal comunhão, porém, não acontece de forma automática, mas deve ser construída a partir de vários fatores que precisam ser evidenciados e iniciados já no processo catequético. Dentre eles é necessário destacar:

a. A valorização das pessoas na Comunidade: “Cada um é único, precioso e insubstituível na sua originalidade. É percebendo as múltiplas riquezas que Deus distribui a cada um que começamos a valorizar a magnitude que há no relacionamento humano, a riqueza da diversidade... Não dá para evangelizar se ignoramos os outros trabalhadores do Reino, se não nos conhecemos e não nos sentimos parte de um conjunto”.

b. O planejamento das atividades, realizado em conjunto: “O verdadeiro planejamento participativo é uma escola que educa a comunidade para a pastoral orgânica. Pode dar mais trabalho no começo, mas é um caminho que vai se tornando cada vez mais produtivo”.

c. O necessário aprofundamento bíblico para todos: “A Bíblia... trabalha o tema da ‘comunhão na missão’ tanto pelo método usado na sua composição como por seu conteúdo. Não é um livro uniforme, com um só ponto de vista; é obra feita em mutirão na qual a mensagem se comunica a partir da história de todo um povo... É um conjunto de visões – até bem diferentes – que devem ser compreendidas a partir de uma chave de leitura contextualizada para que se perceba de fato o que Deus está querendo comunicar. É diversificada nos estilos literários e não se preocupa só com aspecto da vida... Mas a Bíblia também valoriza explicitamente a ‘comunhão para a missão’; o povo é educado no seu conjunto para ser sinal da Aliança; Jesus não evangeliza sozinho; as comunidades do começo do cristianismo são o local de alimentação da fé”.

d. A escuta produtiva da voz da Igreja: são muitos os documentos produzidos pela Igreja, dos quais a grande maioria acaba ficando desconhecido, apesar da riqueza que nos proporcionam para o conhecimento e vivência da fé cristã hoje.


Com certeza não é possível querer que o catequista sozinho consiga inserir a pessoa na Igreja tendo presente todos esses fatores indispensáveis para a verdadeira comunhão. A própria Therezinha lembrou que “já dizia em 1983 o nosso (documento) Catequese Renovada: ‘cada membro do corpo eclesial é responsável pelo bom andamento do todo, e o corpo sadio ajuda o crescimento de cada um. (...) Na comunidade eclesial todos têm a vocação comum de construí-la e de torná-la cada vez mais eficaz em sua missão libertadora e salvadora junto ao mundo’. (CR 256 e 257)”.

Portanto é necessário que os mais variados grupos, movimentos, pastorais, espiritualidades e visões de Igreja, que em muitas Comunidades acabam convivendo lado a lado, mas sem muito diálogo entre si, estejam dispostos a realizar um verdadeiro “ecumenismo interno”. É fundamental que todos queiram ser “um” com os outros, assim como Jesus pediu, sem ficar brigando para ver quem vai ser o maior no serviço ao Reino, mas alegres por fazerem parte da multidão de fiéis com um só coração e uma só alma (cf. At 4,32). Dessa forma, além de todo o esforço do catequista, a própria Comunidade estará sendo o ambiente propício para que aconteça uma verdadeira e eficaz iniciação à vida cristã de seus candidatos.



Conheça e aprofunde mais sobre esse tema no livro “3ª Semana Brasileira de Catequese. Iniciação à Vida Cristã”, publicado pela “Edições CNBB”, nas páginas 219-232. Consulte o site www.edicoescnbb.com.br e veja como adquirir este livro.




Pe. Luís Gonzaga Bolinelli – Doutrinário





A Iniciação à Vida Cristã e o Discipulado 2



Durante a 3ª Semana Brasileira de Catequese, Ir. Vera começou lembrando a todos que o Documento de Aparecida “destaca a iniciação cristã como a maneira prática de colocar alguém em contato com Jesus Cristo e iniciá-lo no discipulado”. Isso provoca muitos questionamentos e entre eles é importante se perguntar: “será que a nossa catequese é um verdadeiro caminho de discipulado?”

“Discipulado” e “seguimento” são termos que se entrelaçam na medida em que são identificados pela ação de caminhar ou seguir, e acabam sendo utilizados indistintamente como sinônimos. Na realidade, como bem distinguiu Ir. Vera, “seguimento expressa a ampla realidade do chamado de Deus que entra na vida da pessoa, espera uma resposta e provoca uma ruptura”.Por outro lado, “o discipulado expressa a relação vital entre a pessoa do discípulo e o mestre Jesus”.

O processo catequético deve, em primeiro lugar levar a pessoa a encontrar-se com o Jesus que convida “algumas pessoas do meio do povo para segui-lo e partilhar com ele a vida, a missão e o destino”.Somente quem acolhe esse convite é capaz de dar o passo seguinte, o do discipulado, que é o “aprofundamento do seguimento e implica renúncia a tudo o que se opõe ao projeto de Deus e diminui a pessoa; leva à proximidade e intimidade com Jesus Cristo e ao compromisso com a comunidade e com a missão”.

Os verdadeiros “seguidores de Jesus participam de sua vida, de suas atividades, particularmente do anúncio do Reino. Mas, eles dependem plenamente de Jesus e agem em comunhão com ele. Sem a relação-comunhão vital com Jesus, a pregação da boa-nova do Reino perde toda sua força de transformação”.

Por isso mesmo, como bem lembrava Ir. Vera, “na catequese, não é suficiente apresentar conteúdos sobre Cristo para serem sabidos e aceitos, mas é importante propor um modo de conhecer Jesus, que consiste em assemelhar-se a ele, segundo seus ensinamentos”.

Nessa mesma direção são muito significativas as palavras do teólogo Jon Sobrino que afirma: “quem quiser conhecer Jesus e não só ter notícia sobre ele, que o siga! (...) Quem quiser conhecer o mistério cristão de Deus, que esteja disposto a permanecer diante de Deus, a viver e atuar como Jesus! (...) Quem quiser saber da ação renovadora e vivificadora do Espírito, que se coloque, como Jesus, entre os pequenos e os pobres!”

Todas essas afirmações a respeito de seguimento e discipulado são elementos fundamentais do processo de iniciação à vida cristã. De fato, a sua finalidade não é simplesmente a de aumentar o número de batizados e encher Igrejas, mas a de formar verdadeiras comunidades de discípulos missionários de Jesus Cristo, que se esforçam em viver as propostas do Reino de Deus, contribuindo, assim para que esse mundo fique cada vez melhor.




Conheça e aprofunde mais sobre esse tema no livro “3ª Semana Brasileira de Catequese. Iniciação à Vida Cristã”, publicado pela “Edições CNBB”, nas páginas 169-185. Consulte o site www.edicoescnbb.com.br e veja como adquirir este livro.


Pe. Luís Gonzaga Bolinelli – Doutrinário
A Iniciação à Vida Cristã e o Discipulado 1

O Diretório Nacional de Catequese afirma muito claramente que “o fruto da evangelização e catequese é o fazer discípulos”.Mais do que somente preparar as pessoas para receberem esse ou aquele sacramento, é necessário ajudar os candidatos a chegarem a uma verdadeira conversão a Jesus e ao seu projeto para o mundo.

Tal relação entre ser catequizado e transformar-se em seguidor autêntico de Jesus foi muito bem desenvolvida durante o painel“Discípulos Missionários hoje: Catequese, caminho para o discipulado”, que foi apresentado por Dom Juventino Kestering juntamente com Ir. Vera Bombonato, durante a 3ª Semana Brasileira de Catequese.



Entender a catequese como caminho para o discipulado exige que façamos uma profunda revisão e ampliação de horizontes sobre esse importante momento de evangelização. Pois, como disse Dom Juventino, sem que se abandonem as crianças e os jovens, é necessário que fique muito claro para todos que “os adultos são os primeiros interlocutores e a preocupação básica do cuidado pastoral”. Além disso, no mundo de hoje, marcado pela mudança de época, que questiona profundamente a fé e o agir cristão, não se pode ainda conceber uma catequese que simplesmente dê informações sobre a fé, a Igreja e os sacramentos.

De fato, na atual realidade brasileira, não é mais normal que a transmissão da fé aconteça na família, na comunidade ou mesmo na própria sociedade, como acontecia há tempos atrás. Hoje, os vários ambientes proporcionam as mais diversificadas possibilidades de escolhas e isso acaba exigindo que a transmissão da fé seja encarada como uma ação evangelizadora que oferece uma opção muito clara e atraente.

Enquanto caminho para o discipulado a catequese tem que ser entendida como uma ação evangelizadora que deve estar interligada a“outros caminhos, como a liturgia, a dimensão social da fé, o ecumenismo, a dimensão missionária” e, por isso mesmo, não acontece de forma isolada, mas é um ato essencialmente eclesial. Somente assim conseguirá realizar sua missão de lançar as bases da vida cristã naqueles que desejam seguir Jesus, através da catequese de iniciação.

Segundo Dom Juventino, os catequizandos conseguirão se transformar em autênticos discípulos missionários na medida em que passarem por um caminho composto de vários passos: “é no caminhar, na persistência, na busca, nas motivações, nas descobertas que a pessoa vai se encontrando com Jesus Cristo, com a comunidade e com a missão. É importante o primeiro passo: oKerigma, o encontro entusiasmante com Jesus Cristo. Mas é preciso caminhar para o segundo passo: A conversão, o seguimento, a persistência, o aprofundamento. Mas não pode parar por aí. O caminho é para um terceiro passo: O discípulo missionário, o engajamento, a transformação da realidade, a sua inserção nas profissões, na família, no mundo do trabalho, da política, das profissões e aí permear com os valores do Evangelho, da ética e da cidadania”.

A realização desses passos vai exigir das comunidades que todas as pastorais, grupos e movimentos trabalhem de forma mais harmoniosa e orgânica, e somente assim se conseguirá que o processo de iniciação à vida cristã aconteça de forma plena e eficaz.



Conheça e aprofunde mais sobre esse tema no livro “3ª Semana Brasileira de Catequese. Iniciação à Vida Cristã”, publicado pela “Edições CNBB”, nas páginas 161-167. Consulte o site www.edicoescnbb.com.br e veja como adquirir este livro.


Pe. Luís Gonzaga Bolinelli – Doutrinário
Jesus: Discípulo e Mestre

Durante a 3ª Semana Brasileira de Catequese as reflexões bíblicas, muito profundas e fáceis de assimilar, propostas pela dupla Frei Carlos Mesters e Francisco Orofino, levaram os participantes a se apaixonarem mais ainda por Jesus Cristo. Juntos, um completando o outro, sempre de forma apaixonante, foram evidenciando principalmente alguns aspectos de Jesus enquanto “Formando” e “Formador”.

É fundamental que todo catequista ou evangelizador tenha Jesus como seu modelo inspirador. O problema é que muitos veem Jesus somente como o Mestre que ensina com autoridade e se esquecem, que antes disso, Jesus foi um formando bem aplicado. Afinal, se ele foi igual a nós em tudo, menos no pecado, ele também teve seu processo de aprendizagem assim como todo ser humano.


Carlos Mesters afirma sem nenhuma dúvida: “Jesus foi um bom mestre, porque antes foi um bom discípulo; foi um bom catequista porque foi um bom catequizando; foi bom formador, porque foi e continuava sendo um bom formando. Falando de Jesus formando e formador, não se trata de dois períodos distintos, como se nos trinta anos em Nazaré ele fosse só formando, e nos outros três anos fosse só formador. Na realidade, o formando sempre é fator de formação para seu próprio formador. O formador se forma formando seus discípulos. O formando se forma convivendo com o formador”.

Fundamentalmente a escola de Jesus foi na família, e na comunidade, onde foi conhecendo a história de seu povo através do contato frequente com a Bíblia. Foi por causa de sua intimidade com a Bíblia, que Jesus foi desenvolvendo sua experiência de Deus como Abba, Pai. Por isso, suas palavras e gestos, nascidas dessa experiência de Filho, sem mudar uma letra sequer, mudaram todo o sentido do Antigo Testamento. Mais do que falar sobre Deus, Jesus irradiava para todos uma nova imagem de Deus que o animava por dentro: não a imagem de um Deus severo, que impõe medo, mas de um Deus ternura, que acolhe de forma amorosa e permanece na vida das pessoas.


Enquanto formador, Jesus acompanhava os discípulos como amigo: convivia com eles, comia com eles, andava com eles, se alegrava com eles, sofria com eles. Através dessa convivência os discípulos iam se formando, pois iam percebendo a forma humana que Jesus dava à sua experiência de Deus como Pai. Assim através dessa experiência de vida comunitária ao redor de Jesus, ia ficando claro para os discípulos que eles também tinham a mesma missão de Jesus Cristo: participar efetivamente no anúncio do Reino de Deus.



Conheça e aprofunde mais sobre esse tema no livro “3ª Semana Brasileira de Catequese. Iniciação à Vida Cristã”, publicado pela “Edições CNBB”, nas páginas 117-151. Consulte o site www.edicoescnbb.com.br e veja como adquirir este livro.

Pe. Luís Gonzaga Bolinelli – Doutrinário 
Buscando uma inspiração na Igreja Primitiva

 
Durante a 3ª Semana Brasileira de Catequese o Pe. Luiz Alves Lima desenvolveu o tema sobre “A Iniciação Cristã ontem e hoje – história e documentação atual”. E, com a sua característica precisão terminológica, foi logo deixando claro que quando se fala de “Iniciação Cristã” se deve entender “todo o processo pelo qual alguém é incorporado ao mistério de Jesus Cristo”. Processo esse, que a Igreja sempre realizou, de uma maneira ou outra, ao longo de toda a sua história.

Quem olha a Igreja hoje normalmente nem imagina as grandes dificuldades que teve que enfrentar, principalmente nos primeiros séculos de sua existência, ao tentar responder ao urgente problema do ingresso dos novos membros nas suas comunidades. As pessoas não eram cristãs e nem vinham de famílias cristãs, por isso era necessário elaborar um processo através do qual os novos membros fossem sendo iniciados aos mistérios e à vida de fé da comunidade. Por isso, inspirando-se em antigas práticas adotadas por outras correntes religiosas, os primeiros cristãos elaboraram um processo de iniciaçãono sentido mais profundo e rico e que, já no século II recebeu o nome de catecumenato.

O Pe. Lima nos lembra que esse processo “Tinha como objetivo o aprofundamento da fé, como adesão a Jesus Cristo e a tudo o que ele revela; tudo isso como consequência do anúncio central do Evangelho, o kergima. Era o caminho ordinário para conduzir os adultos (e não crianças!) aos mistérios divinos, à plena conversão, à profissão de fé e à participação na comunidade; portanto o modelo daquilo que nós gostaríamos que fosse hoje a catequese.”

Naquela época havia uma grande sintonia entre catequese, liturgia e comunidade, por isso o catecumenato “era constituído de uma série de ensinamentos (catequese), um conjunto de práticas litúrgico-rituais (imposição das mãos, assinalações, exorcismos, entregas, etc.) e sobretudo um exercício (tirocínio) de vida cristã e prática evangélica. Todo o processo era feito no âmbito da comunidade que participava intensamente, sobretudo através do catequista ou instrutor, do padrinho, dos escrutínios e dos ministros (bispos e sacerdotes), tudo culminando numa única celebração dos mistérios cristãos fundamentais (batismo, crisma e eucaristia), durante a Vigília Pascal”.

Apesar de se difundir rapidamente por todas as Igrejas e ter atingido seu período áureo entre os séculos III e IV, o catecumenato começa a definhar e quase desaparece no século VI. Uma grande consequência, fácil de perceber nos dias de hoje, é que a catequese e a liturgia foram se distanciando e tomando rumos diferentes. Assim a catequese foi adquirindo cada vez mais características doutrinais e sendo orientada quase sempre às crianças.

Durante a Idade Média prevaleceu a cristandade e, apesar do total desconhecimento teórico e prático da iniciação cristã e do catecumenato, vivia-se o chamado catecumenato social onde a própria comunidade cristã, a cultura maciçamente católica e até a mesma sociedade realizavam o papel iniciação à fé.



Nos dias de hoje, vale destacar que vários documentos do Concílio Vaticano II (1962-1965) fazem referência à iniciação cristã e à recuperação do catecumenato na vida da Igreja. Por isso, na linha da reforma pós-conciliar dos livros litúrgicos, o “Ritual de Iniciação Cristã de Adultos” (RICA) se apresenta como um sério e profundo processo de preparação de adultos para os sacramentos da iniciação cristã, seguindo o modelo do catecumenato realizado nas primitivas comunidades cristãs.

Que fique bem claro para todos: o RICA é um livro litúrgico e não um manual catequético, mas deve integrar todo o processo catequético. De fato ele propõe um itinerário progressivo de evangelização, catequese e mistagogia, além de trazer reflexões teológicas, critérios pastorais e material litúrgico. Nele estão descritos os tempos e as etapas do catecumenato com seus ritos, orações e celebrações.

Pe. Lima cita ainda muitos outros documentos, textos, eventos e experiências que falam, incentivam ou mesmo vivenciam o estilo catecumenal de iniciação à vida cristã. Assim percebemos que a realidade desafiadora de hoje encontra uma proposta de ação evangelizadora justamente na não menos desafiadora realidade enfrentada pelos cristãos das primeiras comunidades cristãs.



Leia todo esse tema no livro “3ª Semana Brasileira de Catequese. Iniciação à Vida Cristã”, publicado pela “Edições CNBB”, nas páginas 57-114. Consulte o site www.edicoescnbb.com.br e veja como adquirir este livro.

Pe. Luís Gonzaga Bolinelli – Doutrinário
Precisamos saber olhar a Realidade de hoje

O desenvolvimento dos temas apresentados durante a 3ª Semana Brasileira de Catequese seguiu, de certa forma, o tradicional esquema do ver, iluminar e agir. Essa metodologia ajudou os participantes a irem conhecendo e se identificando com a proposta. Afinal, um dos objetivos era que as pessoas saíssem dali dispostos a fazer acontecer o Processo da Iniciação à Vida Cristã nos mais variados cantos do País.
O primeiro tema já chegou causando grande impacto e muitos questionamentos: “Catequese num mundo em transformação. Desafios do Contexto sociocultural, religioso, eclesial para a iniciação cristã”, apresentado pelo Pe. Joel Portella. Afinal, quando se faz uma séria análise da realidade do mundo de hoje, é fácil constatar que estamos vivendo uma “mudança de época”. Mas o que isso quer dizer mesmo? O que tem a ver com a vida da gente e com a catequese?
Todo mundo já percebeu que nessas últimas décadas aconteceram muitas transformações em vários aspectos da vida. Além da perplexidade diante dessas novas situações, o que mais desorienta as pessoas de hoje é que nos encontramos diante de um novo jeito de assumir, avaliar e enfrentar a vida e seus desafios. Não há mais segurança diante dos critérios de como captar, compreender e julgar tudo isso que vai acontecendo ao nosso redor. Isso tem grandes consequências que vão atingir todos os aspectos da vida, inclusive a catequese!


<!--[if !vml]--><!--[endif]-->De acordo com o Pe. Joel a rapidez com que tudo isso vem acontecendo, nos coloca diante de dois perigos:“O primeiro perigo é o não reconhecimento da mudança de época. É achar que este novo jeito de lidar com a vida é questão de mau comportamento ou ignorância religiosa. É dizer que as coisas sempre funcionaram do jeito que conhecemos e, portanto, o caminho, no caso, da evangelização consiste em continuar fazendo o que sempre foi feito, do modo como sempre foi feito. Este é o perigo de quem não consegue ou não quer enxergar a mudança”. E eu digo, pelas experiências que estou tendo, que esta situação está presente de modo fortemente acentuado em muitas de nossas Comunidades, tanto com os leigos, como com o clero. Além da“pastoral de conservação”, será que isso não explica a volta de certo tradicionalismo que cada vez mais está ganhando forças dentro da Igreja?

Pe. Joel afirma também que “O segundo perigo consiste em mergulhar de tal modo na nova realidade que já não se consiga fazer o discernimento entre o que é evangélico e o que não é. Este perigo consiste na total identificação com as expectativas da época que está surgindo, de modo que a ação evangelizadora acabe perdendo sua capacidade de interpelação, de questionamento, de profetismo e dimensão escatológica. O segredo, consequentemente, é o discernimento.” Mais adiante ele diz: “Ingressar na cultua atual, globalizada, individualizada, consumista (...) não significa, portanto, ser apresentado à pessoa e à mensagem de Jesus Cristo”.

Diante dessa realidade o primeiro desafio a ser assumido por toda a Igreja é o de “recomeçar a partir de Jesus Cristo”, anunciando e reanunciando Jesus Cristo às pessoas de hoje, tantas vezes quantas forem necessárias até que cheguem a serem suas fiéis discípulas. Esses são, sem dúvida, importantes pressupostos sobre o qual se embasam um eficaz Processo de Iniciação à Vida Cristã.


<!--[if !vml]--><!--[endif]-->Leia todo esse tema no livro “3ª Semana Brasileira de Catequese. Iniciação à Vida Cristã”, publicado pela “Edições CNBB”, nas páginas 45-56. Consulte o site www.edicoescnbb.com.br e veja como adquirir este livro.

Pe. Luís Gonzaga Bolinelli – Doutrinário
Iniciação à Vida Cristã, tema da 3ª Semana Brasileira de Catequese

Durante o Ano Catequético Nacional, em 2009, toda a Igreja no Brasil foi convidada a refletir sobre o tema “Catequese, caminho para o discipulado”. O Texto-Base despertou o interesse pela mística que deve estar por traz de todo trabalho catequético ao desenvolver o lema “Nosso coração arde quando Ele fala, explica as Escrituras e parte o pão”, a partir do Evangelho de Lucas 24,13-35, que relata a experiência dos “Discípulos de Emaús”.

Foram muitas as iniciativas celebrativas e formativas em todo o País, sempre tendo o tema do discipulado como ponto marcante da reflexão catequética. Penso que, por causa disso, muita gente achou meio fora de lugar que a 3ª Semana Brasileira de Catequese (3SBC) se dedicasse a refletir um tema desconhecido, ou pelo menos aparentemente secundário, como o da Iniciação à Vida Cristã.



Posso até estar enganado, mas provavelmente muitos dos quase 500 catequistas que estavam presentes em Itaicí, no início do mês de outubro daquele ano, não tinham uma ideia muito clara sobre o que realmente iriam conversar naqueles dias... Com certeza a expectativa de todos era grande! O que se queria era entender o significado dessa proposta para poder encaminhar a sua realização.

Mesmo já tendo passado alguns anos, eu percebo que esta é ainda hoje a situação que encontramos quando falamos sobre esse tema: há grande expectativa em querer que a iniciação à vida cristã aconteça, mas ainda é pouco o entendimento sobre a sua proposta. Tenho a impressão que em vários lugares se continua fazendo as mesmas coisas de antes, com pequenos e necessários ajustes, e se fica achando que já está sendo implantado o processo previsto.

Mas, voltemos à 3SBC! Sem dúvida ela foi um importante marco na história recente da Catequese no Brasil, justamente por ter colocado na pauta das reflexões e de nossas atenções especiais o tão importante tema da Iniciação à Vida Cristã. Isso não aconteceu por acaso, afinal essa temática é o desdobramento natural de toda a reflexão anterior que já destacava a necessidade de se trabalhar seriamente com a catequese com adultos. De fato, em 2001, a 2ª Semana Brasileira de Catequese teve por tema Com adultos, catequese adulta, e o significativo lema “Crescer rumo à maturidade em Cristo (Ef 4,13)”.




Com uma dinâmica marcadamente celebrativa, os muitos temas propostos para o estudo e reflexão durante a 3SBC foram desenvolvidos através da metodologia do ver, iluminar e agir. Assim, partiu-se da constatação que a realidade de hoje exige um novo agir evangelizador; buscou-se na Palavra de Deus e na Igreja Primitiva a iluminação sobre o que deve ser feito, tanto a partir da ação de Jesus Cristo, quanto das primeiras Comunidades Cristãs; e constatou-se a necessidade de formar evangelizadores capacitados nessa nova dinâmica iniciática e que estejam totalmente integrados no grande contexto comunitário-pastoral.

Apesar da maioria dos participantes da 3SBC serem catequistas, ficou muito claro para todos que o Processo de Iniciação à Vida Cristã é algo muito mais amplo que a catequese e envolve a Comunidade toda. Sozinho o catequista conseguirá fazer muito pouco, pois esse processo supõe vários momentos a serem realizados pelas mais variadas forças vivas da comunidade: num primeiro momento deve-se preparar e animar o candidato a participar da catequese; durante o período da catequese, o entrosamento com a Comunidade é fundamental; enfim espera-se que o cristão já iniciado continue inserido na vida comunitária e crescendo na fé através da formação permanente.



Um importante subsídio foi elaborado para que toda a riqueza desse evento possa ser visualizada e consultada por todos. Trata-se do livro 3ª Semana Brasileira de Catequese. Iniciação à Vida Cristã, publicado pela Edições CNBB no início de 2010. Nele encontramos todos os temas apresentados durante aqueles dias, vários outros textos significativos e um belíssimo DVD com um breve histórico e a síntese de todas as conferências e oficinas realizadas durante a 3SBC. Você já tem o seu? Consulte o site da Edições CNBB (www.edicoescnbb.com.br) e veja como adquiri-lo.

Pe. Luís Gonzaga Bolinelli – Doutrinário

Estudos da CNBB 97

O texto Iniciação à Vida Cristã. Um Processo de Inspiração Catecumenal, refletido e enriquecido pelos Bispos durante a 47ª Assembleia Geral da CNBB em 2009, precisava ser amplamente divulgado, por isso foi publicado dentro da coleção Estudos da CNBB (número 97). Com esse recurso, ao mesmo tempo em que se iniciava uma desafiadora reflexão sobre o assunto, possibilitava que suas intuições chegassem a toda Igreja do Brasil.

Com linguagem simples e envolvente, além da“Introdução” (com várias questões motivadoras para o desenvolvimento do tema) e da “Conclusão” (como um horizonte orientador da caminhada), o texto apresenta-se dividido em cinco capítulos que facilitam o nosso entendimento sobre as questões básicas da Iniciação à Vida Cristã.

O Capítulo I tem o sugestivo título: “Iniciação à Vida Cristã... Por quê?” Afinal, por que mesmo temos que conhecer e assumir essa proposta? Quem inventou isso e o que esse processo tem a ver com o nosso jeito de evangelizar hoje?

O Capítulo II procura definir o horizonte: “O que temos em vista quando falamos em Iniciação à Vida Cristã.” Se a nossa sociedade de hoje já encontra certa dificuldade em entender o que seja “iniciação”, imagina, então, o que as pessoas de nossas Comunidades estão entendendo quando ouvem falar de Iniciação à Vida Cristã...

O Capítulo III dá pistas para aquela intrigante pergunta: “Iniciação à Vida Cristã... Como?” O modelo catecumenal a partir do Ritual de Iniciação Cristã de Adultos (RICA) nos é apresentado como inspirador e aberto às necessárias adaptações. Por isso é significativamente comentado a fim de que seja conhecido e valorizado. Tem até um “Quadro Geral”dos vários “tempos” e “etapas” propostos pelo RICA para facilitar o nosso entendimento.

A questão dos interlocutores é tratada no Capítulo IV: “Iniciação à Vida Cristã... Para quem?” Assim como no Diretório Nacional de Catequese, aqui também, mais do que destinatários, o texto fala de interlocutores do processo, pois supõe que sejam ouvidos e acolhidos em suas sedes. Uma significativa lista das pessoas a serem atendidas pelo processo de iniciação faz a gente vislumbrar que tem muito trabalho a ser realizado, e com urgência!

Finalmente, o Capítulo V procura deixar claro quem deve trabalhar para que tudo isso aconteça: “Iniciação à Vida Cristã... Com quem contamos? Onde?” A começar pelos próprios candidatos que devem ser iniciados, o texto vai relacionando as várias pessoas e organismos que devem ser envolvidas para que o processo alcance o êxito desejado. Tentando resumir, posso afirmar que tem trabalho para todo mundo, inclusive para mim e para você!

Todos os capítulos terminam com uma grande série de perguntas “Para refletir”. O objetivo é esse mesmo: ajudar o leitor, ou grupo de leitores, a aprofundarem a compreensão daquela parte estudada, mas a partir de suas realidades concretas. Mais do que respostas certas, essas perguntas pretendem provocar uma séria avaliação do processo de evangelização que já está acontecendo em cada Comunidade e como pode ser vislumbrado um novo modo mais eficaz de realizá-lo.

Como uma espécie de apêndice, encontramos também um precioso e bem elaborado Glossário sobre Iniciação Cristã. Assim a gente nem precisa ter o trabalho de ir procurar em um dicionário o significado de palavras e expressões tão próprias do nosso jeito de evangelizar na Igreja e que se encontram no texto. Desde “Admissão”até “Traditio” são 51 verbetes muito esclarecedores, que enriquecem o nosso vocabulário eclesial.



O solene lançamento desse importante subsídio aconteceu logo na abertura da 3ªSemana Brasileira de Catequese celebrada em Itaicí no início de outubro daquele mesmo ano. Esse fato foi muito bom para o próprio texto, pois graças à presença de catequistas do Brasil inteiro, teve uma imediata repercussão nacional e também foi muito bom para o próprio evento que, logo de início, já deixava clara sua total comunhão com a preocupação e reflexão oficial da Igreja.

Pe. Luís Gonzaga Bolinelli – Doutrinário
Nossos Bispos e a Iniciação à Vida Cristã









 
Talvez poucos se lembrem, mas no 2º domingo de Páscoa de 2009 a Igreja do Brasil iniciava a celebração do Ano Catequético Nacional, com o tema Catequese, caminho para o discipulado, que tinha por objetivo “dar um novo impulso à catequese como serviço eclesial e como caminho para o discipulado”. Com essa iniciativa, nossos Bispos provocaram em toda a Igreja uma grande reflexão sobre o significado e o lugar da catequese nos dias de hoje. Aliás, eles mesmos dedicaram bastante tempo para estudar o assunto durante a 48ª Assembleia, que realizaram em Itaicí, no mês de abril daquele ano.

Se o objetivo principal do estudo era a catequese, nossos Bispos logo perceberam que para contextualizá-la de forma adequada se fazia necessário ampliar os horizontes, pois o desafio tinha uma dimensão maior e mais envolvente. Eles mesmos, alguns anos antes, quando aprovaram e publicaram o Diretório Nacional de Catequese (DNC), já tinham considerado que a catequese é parte fundamental da iniciação cristã e está a seu serviço (cf. DNC 35-38; 45-50). Mas, apesar dessa afirmação ter sido acolhida e entendida serenamente por várias pessoas, acabou passando despercebida pela maioria dos catequistas e de tantos outros evangelizadores. Portanto, era realmente necessário que fosse realizado um devido aprofundamento que favorece a todos a compreensão do que realmente significa a iniciação à vida cristã e como deve ser realizada.

Por isso, partindo de um texto elaborado por pessoas competentes no assunto, eles enfrentaram um exigente estudo sobre o processo da iniciação à vida cristã, que culminou com a publicação do subsídio Estudos da CNBB 97 – Iniciação à Vida Cristã. Um Processo de Inspiração Catecumenal.

De fundamental importância para o conhecimento e aprofundamento do tema em questão, o texto Estudos da CNBB 97 procura traçar aquelas orientações fundamentais que permitem concretizar a realização do processo. Está estruturado em cinco capítulos que procuram desenvolver o que já tinha sido pedido pelo Documento de Aparecida (DAp): “Impõe-se a tarefa irrenunciável de oferecer uma modalidade de iniciação cristã, que além de marcar o que, dê também elementos para o quem, o como e o onde se realiza. Dessa forma, assumiremos o desafio de uma nova evangelização, à qual temos sido reiteradamente convocados” (DAp 287).

Nas nossas conversas sobre o tema da Iniciação à Vida Cristã, o texto Estudos da CNBB 97 será, com certeza, nosso principal subsídio e referência obrigatória.

Pe. Luís Gonzaga Bolinelli – Doutrinário

Vamos conversar sobre Iniciação à Vida Cristã?



De uns tempos para cá, principalmente o pessoal da catequese, apareceu como a “novidade” de uma tal “iniciação à vida cristã”. Mas será que isso é mesmo invenção deles e que é tão novidade assim? Afinal, até nas atuais Diretrizes Gerais da Ação Evangelizadora da Igreja no Brasil (DGAE) os nossos Bispos afirmam que a iniciação à vida cristã é uma urgência a ser assumida por toda a Igreja para bem conseguirmos realizar nossa missão de evangelizar.

O assunto parece novidade porque a grande maioria dos que participam hoje da Igreja passou tanto pelo processo iniciatório como pelos sacramentos da iniciação sem nem se darem conta do que estavam vivenciando. De fato, aqueles que já têm uma certa idade ainda se lembram da época em que a família e a sociedade em geral eram marcadas por um modo cristão de ver e encarar o mundo. Parecia até que todos eram católicos. Bem, pelo menos a grande maioria era batizada! A religião ia sendo aprendida pela criança, tanto na família como na própria sociedade. Era assim que, mesmo sem perceber, as pessoas iam sendo iniciadas na vida cristã. Depois, quando já estava na hora de fazer a 1ª Comunhão, ia-se para a catequese para aprofundar muitas daquelas coisas que já se tinham aprendido em casa e em vários ambientes que frequentava.

Mas, graças a Deus, o tempo não para, não é mesmo? E é fácil constatar que aquele tempo já passou! Agora, mais do que buscar refúgio no saudosismo, temos que ter a consciência de estarmos vivendo uma verdadeira “mudança de época”. Em relação há poucos anos atrás, hoje nós nos encontramos diante de mudanças radicais que estão afetando profundamente o significado da vida e que vão modificando o modo como a gente deve encará-la. Muitas vezes nos sentimos até meio perdidos, sem nem saber mais quais critérios podem ser usados para captar, compreender e julgar o que se apresenta diante de nós.

Entre outras coisas, hoje nos encontramos num mundo marcado por uma grande variedade de escolhas e isso acontece até mesmo no campo religioso. A maioria das famílias e a sociedade em geral deixaram de ser referências seguras para a fé cristã. Aos jovens e adultos de hoje, são oferecidas, de forma atraente e convicta, as mais variadas oportunidades de escolha tanto no campo da fé, como nos mais diferentes setores da vida. Assim, a nós, católicos, resta constatarmos algo que tínhamos esquecido: ninguém nasce cristão! Na realidade, para ser um autêntico seguidor de Jesus Cristo, primeiro é necessário conhecê-lo e, depois, fazer uma opção consciente pela sua proposta de vida!

Portanto, mais do que censurar os dias de hoje, marcados por tanto individualismo e relativismo, temos que saber ver a atual “mudança de época” como uma grande oportunidade da Igreja de poder evangelizar com mais qualidade e entusiasmo. Precisamos aproveitar esse tempo de graça e fazer acontecer essa urgência da ação evangelizadora, que é a realização de um processo consistente de Iniciação à Vida Cristã.

Por esses e outros motivos, acho que ainda temos muito para conversar sobre esse assunto...

Pe. Luís Gonzaga Bolinelli – Doutrinário

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