terça-feira, 4 de julho de 2017

Artigo de julho de 2017 Padre Aparecido Neres Santana

JESUS É O SEMEADOR, O DISCÍPULO MISSIONÁRIO, 
A BOA SEMENTE

Neste Artigo Bíblico-Catequético refletiremos sobre o Evangelho de São Mateus 13, 1-23 do 15° Domingo do Tempo Comum. No capítulo 13 de Mateus narra sete parábolas. Parábola vem do grego, parabolê, verbete formado por duas palavras, que são: Pará, cujo significado é “ao lado de”, “ao longo de” e “para além de” e bolê, que significa, “jogar” “lançar”. Portanto, parábola sinaliza algo além, provoca uma busca de algo mais profundo. Ademais, as parábolas sobre o Reino, formam o terceiro discurso mais importante no Evangelho de São Mateus. Com os relatos parabólicos, Jesus pretendia explicar o tema fundamental de sua pregação, isto é, a vinda do Reino de Deus na sua pessoa e ações. As parábolas, são dirigidas para as multidões, para as pessoas simples. É por isso, que Jesus as elabora, a partir da natureza, e de elementos do cotidiano, daquelas pessoas, que provinham, na sua maioria, de uma sociedade campesina. Esta primeira parábola, a do Semeador, compara três espécies de sementes que se perderam, com uma espécie de semente fértil. As sementes se perderam porque caíram em solos ruins, isto é, à beira do caminho (v.4), em lugares pedregosos (v.5) e entre os espinhos (v.7). Mas a semente que caiu em terra boa (v.8), deu frutos. Jesus quer assim frisar, que não obstante o repetido insucesso, existe uma semente que produz fruto abundante. O semeador que espalha generosamente as sementes é o próprio Jesus. As sementes boas são os discípulos, os de casa (V.1), que aceitaram a Palavra - Aqui estamos no coração desta parábola, que é a aceitação, ou não, do Reino dos Céus. Os que compreendem a Palavra (discípulos), e os que não compreendem, ou não querem compreender esta Palavra (Fariseus, Escribas e doutores da Lei, que tinham influência sobre as multidões). Três sementes perdidas e uma frutífera. Isto mostra a dificuldade encontrada por Jesus e os discípulos no anúncio do Reino de Deus. Embora a missão tenha sofrido um duro golpe - como os discípulos que abandonaram a missão (cf. Jo 60-71) - e por conta também das perseguições, riquezas (cf. Mc 10, 17-27), ou outras razões, Jesus quer recuperar a confiança do semeador e a força da semente. A parábola do semeador, portanto, é uma advertência aos cristãos, preguiçosos e frios, que desanimam na missão, porque não conseguem frutos rapidamente. O semeador sai para semear, mas não volta para colher, porque quem colhe é Deus. Para refletirmos: O texto de hoje, mostra que nós somos ‘os de casa’ (Discípulos). Por isso, antes de sairmos como discípulos missionários ao encontro das multidões (‘os de fora’), lançando as sementes do Reino, temos que trabalhar dentro de nós, e na comunidade, para alcançar, a ‘conversão pessoal e pastoral’. Portanto, será que estamos nos fazendo presentes no meio da sociedade, no encontro com o outro, semeando o amor de Jesus nos corações das pessoas? Ou somos cristãos somente dentro da Igreja e no salão paroquial?

Pe. Aparecido Neres Santana - Assessor Eclesiástico da Comissão AB-C

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