“teu rei vem montado num humilde jumentinho.” (Zc 9,9)
A celebração Ramos se inicia fazendo memória da
entrada de Jesus em Jerusalém. A procissão que realizamos não é um fato
folclórico, mas memória de um acontecimento salvífico profetizado por Zacarias (Zc 9,9): “teu rei vem montado num humilde jumentinho.”
Participar dessa procissão é um modo de continuar a mesma aclamação iniciada
pelo povo de Jerusalém, quando acolheu Jesus com hosanas, com ramos de
oliveiras. Nós relembra-mos a mesma
aclamação em nossa cidade, proclamando lá na rua, para que
todos escutem que o Senhor é nosso rei. Jesus vem até nós montado num jumentinho — animal usado
para o serviço e para o trabalho, entre os judeus —. Vem como servidor ao proximo,
em total humildade, anunciando o poder do amor e da paz, para que sejam plantados na terra e no coração de cada
pessoa. Em Jesus tem início uma nova ordem social, não fundamentada nos poderes
políticos, mas no poder do serviço, do amor e da fraternidade. Não aclamamos um
político e nem um revolucionário, mas o Messias, aquele que foi enviado por
Deus com a missão de trazer a paz divina para a terra.
A missão de Jesus
Jesus veio à terra com essa missão de plantar a
força do amor, da paz e da fraternidade. O evangelista Lucas descreve a missão
de Jesus como uma grande viagem, começada na Galiléia, onde Jesus inicia suas atividades,
e terminada em Jerusalém, quando entra na cidade santa para ali concluir sua
missão, oferecendo sua vida em sacrifício ao Pai. O grito de Jesus, na Cruz — “tudo está consumado” — significa que
realizou plenamente a missão que o Pai lhe confiara. Ele introduziu o Reino de
amor na terra, ensinou que a fraternidade promove a justiça, a solidariedade e
a paz. Jesus não entra na cidade com o símbolo do poder e da força política
daquele tempo, um cavalo, mas com a simplicidade de um jumentinho, um animal para
o trabalho, a serviço dos homens. Jesus entra na cidade como quem se coloca a
serviço dos homens com seu Evangelho.
É nosso dever continuar o projeto iniciado por Jesus
Jesus,
iniciada o seu projeto Divino, na Galiléia e se completa em Jerusalém, acontece no dia da Páscoa dos
judeus. Jesus tinha a intenção de mostrar aos discípulos e a todos nós, que
existe uma relação direta entre a Páscoa dos judeus e tudo que acontecia com
ele. Queria que seus discípulos entendessem que a sua morte na Cruz não era uma
derrota, o fim de um projeto que ele ensinava; era apenas o começo. O projeto
deveria ser continuado por nós. Jesus queria que seus discípulos entendessem
que aquele cordeiro pascal, que os judeus matavam e comiam para celebrar a
Páscoa, era ele mesmo, morto na Cruz. Mas, o
cordeiro precisava ser consumado, ser comido numa ceia ritual, como era
a Páscoa judaica. Por isso, Jesus toma o pão e o vinho e os apresentam como seu
Corpo e Sangue. Quem come o pão e o vinho, reunido numa ceia pascal, como esta
que fazemos agora, na celebração da Missa, está comendo, está se alimentando da
Páscoa de Jesus. Cada vez que
nos sentamos ao redor da Mesa da Eucaristia, não apenas rezamos ou cantamos a
Deus, mas nos comprometemos com o projeto de Deus iniciado por Jesus.
Testemunhar o Evangelho
O tema da Campanha da Fraternidade deste ano foi
um convite dirigido a todos nós, mas especialmente aos jovens: “Eis-me aqui, envia-me!” Enviar para
onde e com que objetivo? O envio é para o mundo, para nossas comunidades, para
nossas cidades, para os locais onde vivemos. O objetivo não é, em primeiro
lugar, aumentar o número de cristãos, mas testemunhar a mensagem do Evangelho
através da vida. Testemunhar, com um sorriso no rosto, com paz e serenidade no
coração, que cremos na possibilidade de mudar os relacionamentos sociais
através do poder do amor, do serviço fraterno e com a dinâmica da
misericórdia... não queremos tomar o lugar do poder político, do poder
econômico, do poder da ciência, etc... mas queremos que esses poderes se
transformem em serviço para o bem do povo e para que nos relacionemos
fraternalmente entre nós. Quem senta à mesa com o Senhor, como fazemos agora,
se compromete com esse projeto de Jesus. A quem tem medo dos enfrentamentos,
porque eles acontecem e são inevitáveis, Jesus garante a sua oração em nosso
favor: “eis que orei por ti” — diz o
Evangelho da Paixão — “para que tua fé
não esmoreça”, não se enfraqueça, não se intimide e muito menos tenha
vergonha. Nós celebramos a Missa para nos comprometer com o projeto de Jesus,
para estar a serviço do seu Reino. Levamos esse projeto de modo simples — “montado
em jumentos”, podemos dizer — mas o levamos com a força e a coragem da fé, pois
cremos que o Evangelho é a melhor proposta que existe para o mundo e para a
vida de cada pessoa.
Texto : www.liturgia.pro.br
Fotos : http://savmaringa.blogspot.com.br/2013/01/campanha-da-fraternidade-2013.htmlTexto : www.liturgia.pro.br
http://cançãonova.com.br
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