quinta-feira, 21 de março de 2013

Domingo de Ramos

“teu rei vem montado num humilde jumentinho.”  (Zc 9,9)
 
 
A celebração Ramos se inicia fazendo memória da entrada de Jesus em Jerusalém. A procissão que realizamos não é um fato folclórico, mas memória de um acontecimento salvífico profetizado por Zacarias (Zc 9,9): “teu rei vem montado num humilde jumentinho.” Participar dessa procissão é um modo de continuar a mesma aclamação iniciada pelo povo de Jerusalém, quando acolheu Jesus com hosanas, com ramos de oliveiras. Nós relembra-mos a mesma aclamação em nossa cidade, proclamando lá na rua, para que todos escutem que o Senhor é nosso rei.  Jesus vem até nós montado num jumentinho — animal usado para o serviço e para o trabalho, entre os judeus —. Vem como servidor ao proximo, em total humildade, anunciando  o poder do amor e da paz, para que  sejam plantados na terra e no coração de cada pessoa. Em Jesus tem início uma nova ordem social, não fundamentada nos poderes políticos, mas no poder do serviço, do amor e da fraternidade. Não aclamamos um político e nem um revolucionário, mas o Messias, aquele que foi enviado por Deus com a missão de trazer a paz divina para a terra. 
 
 
A missão de Jesus
 
Jesus veio à terra com essa missão de plantar a força do amor, da paz e da fraternidade. O evangelista Lucas descreve a missão de Jesus como uma grande viagem, começada na Galiléia, onde Jesus inicia suas atividades, e terminada em Jerusalém, quando entra na cidade santa para ali concluir sua missão, oferecendo sua vida em sacrifício ao Pai. O grito de Jesus, na Cruz — “tudo está consumado” — significa que realizou plenamente a missão que o Pai lhe confiara. Ele introduziu o Reino de amor na terra, ensinou que a fraternidade promove a justiça, a solidariedade e a paz. Jesus não entra na cidade com o símbolo do poder e da força política daquele tempo, um cavalo, mas com a simplicidade de um jumentinho, um animal para o trabalho, a serviço dos homens. Jesus entra na cidade como quem se coloca a serviço dos homens com seu Evangelho.
 
 
É nosso dever continuar o projeto iniciado por Jesus
 
 Jesus, iniciada o seu projeto Divino, na Galiléia e se completa em Jerusalém, acontece no dia da Páscoa dos judeus. Jesus tinha a intenção de mostrar aos discípulos e a todos nós, que existe uma relação direta entre a Páscoa dos judeus e tudo que acontecia com ele. Queria que seus discípulos entendessem que a sua morte na Cruz não era uma derrota, o fim de um projeto que ele ensinava; era apenas o começo. O projeto deveria ser continuado por nós. Jesus queria que seus discípulos entendessem que aquele cordeiro pascal, que os judeus matavam e comiam para celebrar a Páscoa, era ele mesmo, morto na Cruz. Mas, o  cordeiro precisava ser consumado, ser comido numa ceia ritual, como era a Páscoa judaica. Por isso, Jesus toma o pão e o vinho e os apresentam como seu Corpo e Sangue. Quem come o pão e o vinho, reunido numa ceia pascal, como esta que fazemos agora, na celebração da Missa, está comendo, está se alimentando da Páscoa de Jesus.  Cada vez que nos sentamos ao redor da Mesa da Eucaristia, não apenas rezamos ou cantamos a Deus, mas nos comprometemos com o projeto de Deus iniciado por Jesus.
 
 
Testemunhar o Evangelho
 
O tema da Campanha da Fraternidade deste ano foi um convite dirigido a todos nós, mas especialmente aos jovens: “Eis-me aqui, envia-me!” Enviar para onde e com que objetivo? O envio é para o mundo, para nossas comunidades, para nossas cidades, para os locais onde vivemos. O objetivo não é, em primeiro lugar, aumentar o número de cristãos, mas testemunhar a mensagem do Evangelho através da vida. Testemunhar, com um sorriso no rosto, com paz e serenidade no coração, que cremos na possibilidade de mudar os relacionamentos sociais através do poder do amor, do serviço fraterno e com a dinâmica da misericórdia... não queremos tomar o lugar do poder político, do poder econômico, do poder da ciência, etc... mas queremos que esses poderes se transformem em serviço para o bem do povo e para que nos relacionemos fraternalmente entre nós. Quem senta à mesa com o Senhor, como fazemos agora, se compromete com esse projeto de Jesus. A quem tem medo dos enfrentamentos, porque eles acontecem e são inevitáveis, Jesus garante a sua oração em nosso favor: “eis que orei por ti” — diz o Evangelho da Paixão — “para que tua fé não esmoreça”, não se enfraqueça, não se intimide e muito menos tenha vergonha. Nós celebramos a Missa para nos comprometer com o projeto de Jesus, para estar a serviço do seu Reino. Levamos esse projeto de modo simples — “montado em jumentos”, podemos dizer — mas o levamos com a força e a coragem da fé, pois cremos que o Evangelho é a melhor proposta que existe para o mundo e para a vida de cada pessoa.

Texto : www.liturgia.pro.br
Fotos : http://savmaringa.blogspot.com.br/2013/01/campanha-da-fraternidade-2013.html
            http://cançãonova.com.br

 
 

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