CORAGEM,
O SENHOR ESTÁ CONTIGO!
Neste Artigo
Bíblico-Catequético-Missionário refletiremos sobre o Evangelho de São Mateus
(14,22-33), do 19ª Domingo do Tempo Comum. O texto chama a atenção para a
presença do Reino nas coisas da vida. Por isso, as parábolas mostram que o
anúncio de Reino provoca reações a favor e contra a vida. Jesus dirige-se,
sobretudo, aos discípulos para instruí-los sobre os valores e os mistérios do
Reino. É neste contexto de catequese sobre o Reino que devemos situar o
episódio que hoje nos é proposto. Neste ensinamento catequético, Mateus faz um
comunicado à Igreja do seu tempo, para que assuma uma atitude de confiança
corajosa naquele que é o Filho de Deus. O cenário do nosso texto situa-nos na
área do mar de Tiberíades. O mar era para os judeus símbolo do mal, lugar dos
monstros, dos demônios e de todas as forças que se opunham à vida e à
felicidade do homem. Jesus envia os seus discípulos em missão, além-mar:
“Forçou os discípulos a embarcar e a aguardá-lo na outra margem...” (Mt 14,22).
Por isso, o centro do texto está no barco que, no alto-mar, enfrenta a
tempestade. De um lado, os discípulos percebem que Jesus vence o mal, ao andar
sobre as águas – Ele pisa o mal. Por outro percebem que é no confronto (dos
discípulos, das comunidades) com as forças contrárias à vida, representadas
pelo Império Romano, que veem suas forças diminuídas, com sua fé fraca, tímida
e insuficiente pra levar a missão adiante. O medo do martírio era latente o
tempo todo e todo o tempo. Entende- -se que o barco simboliza a Igreja, que
enfrenta uma perseguição implacável, no anúncio do Reino. Não obstante esse
cenário de temor, a Igreja (discípulos) percebe que Cristo está presente para
salvá-la. Por isso, nada de temor. Confiar-se a Ele é a condição indispensável
para não afundar no mar da vida. Ademais, no momento mais dramático, Jesus,
disse: “Tende confiança. Sou eu. Não tenhais medo!” (Mt,1 14,27). Para as
comunidades, tanto as de ontem como as de hoje, era e é, muito importante,
ouvir e sentir a presença de Jesus, acalmando as tempestades, como neste momento
de pandemia. Talvez tenhamos que gritar: “Coragem! Sou eu! Não tenham medo!”.
Vamos em frente, pois tens um grande caminho a percorrer.
Para refletirmos:
Estamos vivendo o distanciamento social, aprendendo a viver a maior parte do
tempo em casa, no barquinho da família, nossa Igreja doméstica. Como está o
barquinho da sua vida? Da sua família? Da sua comunidade? Da iniciação à Vida
Cristã? Talvez seja o momento mais forte da tempestade, já vivida pela humanidade
como um todo, por isso, precisamos fazer a oração silenciosa, como a de Jesus
na montanha, e ter a percepção de Deus falando na simplicidade da vida:
“Coragem! Sou eu! Não tenham medo!” (v.27).
Pe. Aparecido Neres
Santana - Assessor Eclesiástico da Comissão AB-C Diocese de Santos/SP.
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