|
O CORAÇÃO MISERICORDIOSO DO DISCÍPULO GERA A
VIDA.
“QUEM DE VOCÊS NÃO TIVER PECADO, ATIRE NELA A PRIMEIRA PEDRA” (JO
8,7).
|
Neste Artigo
Bíblico-Catequético-Missionário, do 5° Domingo da Quaresma do Ano C,
refletiremos o Evangelho de Jesus Cristo, segundo São João (Jo.8,1-11). Estamos
terminando a Quaresma, entrando na Semana Santa, tempo de conversão, de
reconciliação e do amor misericordioso de Deus em Jesus. Esse trecho do Evangelho, tem sua centralidade
no perdão e na misericórdia do Deus da vida. Na tradição judaica, a Lei de Moisés pune de
morte a mulher e o homem que cometem adultério - “Se um homem for pego em flagrante, deitado com uma mulher casada,
ambos serão mortos, o homem que se deitou com a mulher e a mulher” (Dt 22,22).
Neste trecho, ela paga por seu pecado de
maneira definitiva e seletiva, pois nada atinge o homem com quem ela cometeu
adultério e que deveria ser tão responsável quanto ela segundo a Lei. Chama a
atenção aqui os dois grupos religiosos, os escribas e fariseus, que dirigem a
Jesus, não com sinceridade de coração, e sim para pô-lo a prova. Eles não
estavam preocupados como “santos”, que se achavam, com o pecado da mulher e do
homem, que não estava presente, mas sim em encontrar um pretexto para condenar
Jesus, isto é, não estão procurando e muito menos preocupados com a verdade,
mas apenas com um motivo jurídico para acusa-lo e condená-lo a morte. A
resposta de Jesus à pergunta dos dois grupos, surpreende: envolve-os no
assunto. Jesus não nega o juízo de Deus, mas quer que cada um o aplique em
primeiro lugar a si mesmo – “Quem dentre
vós estiver sem pecado, seja o primeiro a lhe atirar uma pedra!” (Jo 8,7). Adúlteros
ou não, todos somos pecadores, necessitados de conversão e de perdão. Jesus deixa
claro que o juízo divino seja de Deus, não do homem. Só Deus tem o poder de
julgar. O juízo de Jesus referente a mulher, é um juízo feito de perdão e de
convite à conversão.
Os discípulos entenderam que Deus não
quer a morte física do pecador, mas a morte do pecado, e que este se converta e
viva. Os fariseus e os escribas, sentem-se puros, porque seguem a Lei, mas eram
também adúlteros, porque usavam da lei, para explorar os pobres – “Não imiteis suas ações, pois dizem, mas não
fazem” ... (Mt 23, 3ss). Somos adúlteros, quando traímos o Projeto de Deus
em Jesus, na busca do mundo justo e fraterno. Sem misericórdia não há justiça,
mas tirania. Quem não consegue perdoar o irmão é o que mais necessita do
perdão.
Para refletirmos: – Só quem se reconhece nessa
mulher pode sentir como dirigidas a si mesmo as palavras do Senhor: "Eu, o único que tem o direito de te
condenar, não te condeno”. Fortalecidos com esse perdão, retomamos o caminho
rumo ao Senhor e à Sua Páscoa, com o coração misericordioso. Como discípulo
missionário, sabemos perdoar o nosso próximo? Tenho confessado ao menos uma vez
por ano? Já reconcilie-me com o meu irmão?
Pe.
Aparecido Neres Santana - Assessor Eclesiástico da Comissão AB-C.
Nenhum comentário:
Postar um comentário