Neste
domingo de Ramos, também chamado Domingo da Paixão do Senhor, temos dois textos
tirados do Evangelho, escrito por Marcos, que nos preparam a vivenciarmos a
Semana Santa, a qual nos faz recordar, o evento central
e fundante da nossa vida cristã: a Morte-Ressurreição de Cristo; é neste
contexto, nos dois textos, de Marcos, 11, 1-10 e 15, 1-39, que vamos refletir o
caminho de cruz, de ontem e de hoje. O paradoxo dessa solenidade se expressa
através da contradição da multidão que, por momentos, aclama (Mc 11,9-10) o
Cristo como rei, com ramos nas mãos, e por outro, grita pedindo que o (Mc
15,13-14) crucifiquem como a um bandido. Mais uma vez, isso faz parte da nossa
realidade humana.
A Solenidade de Ramos tem origem na festa judaica das Tendas ou
dos Tabernáculos, onde os judeus, no mês de setembro, faziam grandes procissões
com os ramos nas mãos no intuito de celebrar o fim das colheitas e para se
lembrarem da estadia dos Israelitas por 40 anos no deserto. A entrada triunfal
em Jerusalém, não é feita numa carruagem ladeada por soldados, guardas,
fortemente armados, mas montando um jumentinho, transporte dos pobres, ladeado
pelo povo simples, os desvalidos. É o confronto entre o poder imperial e Jesus,
defensor dos pobres de Javé. Com esta ação simbólica, Jesus apresenta-se a
cidade de Jerusalém como o Messias, o enviado de Deus, portador da paz e
salvação.
O texto bíblico, de Mc 15, 1-39, descreve o processo do
julgamento de Jesus, o servo justo, o mártir fiel, o servo sofredor, remete à
imagem do “terceiro canto do servo” em Isaías (cf. Is, 50, 4-9), defensor dos
pobres, que foi assassinado, pelos que detinham o poder, político, econômico e
religioso, representados pelas autoridades judaicas e pelo governador romano,
Pôncio Pilatos. A centralidade deste Evangelho está na proclamação de que Jesus
é o Filho de Deus: à pergunta de Caifás, o sumo sacerdote – “ES tu o Messias, o Filho do Deus Bendito?”
(Mc 14, 61), a resposta de Jesus – ‘Eu
sou. E vereis o Filho do Homem sentado à direita do poderoso...” (Mc
14,62). Esta é a compreensão dos discípulos, que apesar do aparente fracasso da
morte violenta de Jesus, e da humilhação da cruz, nasce a esperança, da ressurreição.
Da derrota nasce a força do amor fiel do Pai em Jesus, e alimenta a missão dos
discípulos, a retomada da caminhada!
Ademais, faz necessário enfatizar, que a morte de Jesus, apesar
da violência praticada, teologicamente, Jesus a transforma em vitória, porque entrega
sua vida para a salvação de todos. Não são eles que tiram, mas, Jesus a entrega.
E, mais, a sua paixão, seu sofrimento e a sua morte, os fazem tomar consciência
que, através de Jesus, Deus se solidariza conosco, com as nossas paixões, com
os nossos sofrimentos e mortes.
Para refletirmos: A Paixão de
Cristo continua ainda hoje, sob nossos olhos, da mesma forma que a sua
Ressurreição... Qual é nosso papel, como Leigos e Leigas na sociedade e na
Igreja, diante desta entrega de Jesus na cruz? Quais são hoje as cruzes as
mortes
Pe. Aparecido Neres Santana -
Assessor Eclesiástico da Comissão AB-C
Vem
aí a Semana Catequética - Tema: Iniciação à Vida Cristã – Formação para
Discípulos(as) Missionários.
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