quarta-feira, 7 de setembro de 2016

Papa Francisco preside missa de canonização de Madre Teresa

E indicou-a como modelo de santidade para o mundo do voluntariado


«Dispensadora generosa da misericórdia» entre os últimos e os descartados, madre Teresa de Calcutá fez ouvir a sua voz aos poderosos da terra, «para que reconhecessem a sua culpa diante dos crimes da pobreza criada por eles mesmos». Recordou o Papa Francisco na homilia da missa celebrada na manhã de domingo 4 de setembro, para a canonização da religiosa fundadora das Missionárias da caridade.
Mais de cem mil pessoas encheram a praça de São Pedro para o rito solene, um dos momentos centrais do ano jubilar extraordinário. Precisamente neste contexto foi significativo que o Pontífice, na sua homilia, tenha definido madre Teresa «incansável agente de misericórdia», indicando-a como «modelo de santidade» aos numerosos representantes do «vasto mundo do voluntariado» presentes na celebração. «Quantos corações – reconheceu – os voluntários confortam! Quantas mãos apoiam; quantas lágrimas enxugam; quanto amor é derramado no serviço escondido, humilde e desinteressado!». Esta escolha, acrescentou, «dá voz à fé e manifesta a misericórdia do Pai que se faz próximo daqueles que se encontram em necessidade».
 A propósito, Francisco evidenciou que «não existe alternativa à caridade». E reiterou que «seguir Jesus é um compromisso sério e ao mesmo tempo alegre». Ele exige «radicalidade e coragem para reconhecer o divino Mestre no mais pobre e descartado da vida e colocar-se ao seu serviço». Uma missão que madre Teresa assumiu como sua, dedicando-se inteiramente à defesa da vida humana – «dos nascituros e daqueles abandonados e descartados» – e inclinou-se «sobre as pessoas indefesas, deixadas moribundas à beira da estrada». A misericórdia, frisou o Papa, «foi para ela o “sal”, que dava sabor a todas as suas obras, e a “luz” que iluminava a escuridão de todos aqueles que nem sequer tinham mais lágrimas para chorar pela sua pobreza e sofrimento».
O seu exemplo, e o de todas as religiosas que «doam a sua vida sem se poupar» em situações difíceis, foi evocado em seguida pelo Pontífice no Angelus recitado no final da celebração. Francisco quis recordar em particular a irmã Isabel, missionária espanhola assassinada no sábado 2 de setembro no Haiti.


Milagres
A igreja abriu caminho no ano passado para a canonização da beata após declarar como milagre a recuperação do brasileiro Marcilio Haddad Andrino, que tinha múltiplos pontos de inflamação no cérebro.
Quando Andrino sofreu em 2008 os abscessos cerebrais, dos quais médicos disseram que ele não iria se recuperar, sua família rezou para Madre Teresa. Ele conta que seu estado de saúde piorou ao ponto de ter sofrido para conseguir andar ao altar durante seu casamento, em setembro de 2008. Em dezembro foi levado inconsciente para hospital.
O brasileiro estava com uma cirurgia cerebral marcada, mas acordou sem dores de cabeça pouco antes da operação e o médico afirmou que uma intervenção médica não seria mais necessária Em 2002, o Vaticano já havia reconhecido um primeiro milagre atribuído à intervenção da freira: a cura de uma mulher de 30 anos, Monika Besra, que sofria de um tumor abdominal. Ela se viu livre da doença depois que as irmãs da congregação a presentearam com uma "medalha milagrosa" da Virgem, que antes havia sido usada pela beata aos 87 anos.

Madre Teresa foi, então, beatificada por João Paulo II em 19 de outubro de 2003, em Roma, durante cerimônia que teve a presença de 300 mil fiéis.

 
Padre Elmiram, que deu a reliquia
 a esposa de  Marcílio. 













Dom Tarcísio Scaramussa 
 Bispo Diocesano de Santos










O Brasileiro Marcilio Haddad Andrino,
 e sua família.







Vídeo de Dom Tarcísio Saramussa - Bispo Diocesano de Santos






Fonte: Osservatoreromano  Fotos: cnroma/ Fonte: g1.globo

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