quinta-feira, 18 de junho de 2015

Preocupação Pertinente - Ideologia de Gênero

Parece que o mundo está no caos. Existem muitas ondas se lançando fortemente contra o barco, que pode perder o equilíbrio e afundar, provocar grande desastre e com consequências incorrigíveis. Muitos estão perdendo o rumo e matando muita gente. Isso está acontecendo no mundo da educação, com decisões que causam preocupações aos pais e educadores conscientes de sua missão.
As Diretrizes de Educação, votadas no legislativo, precisam levar em conta a visão integral da pessoa, que está fundamentada em valores humanos, éticos e cristãos. Isto faz parte da identidade histórica do povo brasileiro e está enraizado na vida dos pais como primeiros educadores dos seus filhos. Muitos deles se sentem afrontados diante de atitudes contrárias aos seus costumes.
Na elaboração de Planos Municipais e Estaduais de Educação que, no momento, estão tramitando nas Câmaras de Vereadores, os temas deveriam ser discutidos pelos primeiros interessados, que são os pais. São eles que deveriam decidir o modelo de educação que querem para os filhos. Não simplesmente normas de imposição, sem passar por uma audiência ou conferência pública de discussão.
Fala-se muito hoje na ideologia de gênero. Ela diz que a identidade sexual de homem e mulher deve ser resultado de um processo educacional e cultural e de escolha pessoal. Isto significa excluir a identidade biológica e a natureza de cada ser humano. Certamente não medimos as consequências que isto pode trazer para as futuras gerações, desqualificando o nível dos relacionamentos.
Não sabemos como os senhores vereadores estão refletindo sobre isto. O peso de responsabilidade ética e moral recai sobre quem toma decisão por aquilo que fere a identidade mesma do ser humano. Digo isto para alertar que a matéria é grave e depende de amplo conhecimento para tomar decisões e suas consequências.
Aos prefeitos, vereadores e demais cristãos que atuam no campo de decisões e de profissão no campo da educação e áreas afins, que não se omitam nos processos de definição de planos educacionais, não deixando de preservar os valores da fé cristã, essenciais para uma sadia conduta de vida.
Dom Paulo Mendes Peixoto
Arcebispo de Uberaba.
 
Nota na integra divulgada pela CNBB.
 
 
No contexto dos debates e votações acerca dos Planos Municipais de Educação, o Conselho Permanente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), reunido em Brasília (DF), entre 16 e 18 de junho, aprovou e divulgou nota a respeito da inclusão da ideologia de gênero nos textos em discussão. Para os bispos, a proposta de universalização do ensino e o esforço do Estado em estabelecer a inclusão social como eixo orientador da educação merecem "apoio e consideração". Por outro lado, "a introdução dessa ideologia na prática pedagógica das escolas trará consequências desastrosas para a vida das crianças e das famílias", diz a nota. Leia a nota na íntegra: 

  Nota da CNBB sobre a inclusão da ideologia de gênero nos Planos de Educação
“Homem e mulher ele os criou” (Gn 1,27)
O Conselho Permanente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil-CNBB, reunido em Brasília, nos dias 16 a 18 de junho, manifesta seu reconhecimento pelo importante trabalho de elaboração dos Planos Estaduais e Municipais de Educação em desenvolvimento em todos os estados e municípios brasileiros para o próximo decênio. A proposta de universalização do ensino e o esforço de estabelecer a inclusão social como eixo orientador da educação merecem nosso apoio e consideração ao apontar para a construção de uma sociedade onde todas as pessoas sejam respeitadas.
A tentativa de inclusão da ideologia de gênero nos Planos Estaduais e Municipais de Educação contraria o Plano Nacional de Educação, aprovado no ano passado pelo Congresso Nacional, que rejeitou tal expressão. Pretender que a identidade sexual seja uma construção eminentemente cultural, com a consequente escolha pessoal, como propõe a ideologia de gênero, não é caminho para combater a discriminação das pessoas por causa de sua orientação sexual.
O pressuposto antropológico de uma visão integral do ser humano, fundamentada nos valores humanos e éticos, identidade histórica do povo brasileiro, é que deve nortear os Planos de Educação. A ideologia de gênero vai no caminho oposto e desconstrói o conceito de família, que tem seu fundamento na união estável entre homem e mulher.
 A introdução dessa ideologia na prática pedagógica das escolas trará consequências desastrosas para a vida das crianças e das famílias. O mais grave é que se quer introduzir esta proposta de forma silenciosa nos Planos Municipais de Educação, sem que os maiores interessados, que são os pais e educadores, tenham sido chamados para discuti-la. A ausência da sociedade civil na discussão sobre o modelo de educação a ser adotado fere o direito das famílias de definir as bases e as diretrizes da educação que desejam para seus filhos.
A CNBB reafirma o compromisso da Igreja em se somar aos que combatem todo tipo de discriminação a fim de que tenhamos uma sociedade sempre mais fraterna e solidária. Confia que a sociedade e o Estado cumpram seu direito e dever de oferecer a toda pessoa os meios necessários para uma educação livre e autêntica (cf. CNBB - Doc. 47, n. 73). Reafirma também o papel insubstituível dos pais na educação de seus filhos e primeiros responsáveis por introduzi-los na vida em sociedade.
Agradecemos a tantos que têm se empenhado na defesa de uma educação de qualidade no Brasil, opondo-se até mesmo a excessos do Estado que, muitas vezes, se sobrepõe ao papel dos pais e da família. A estes exortamos a que, juntamente com educadores e associações de famílias, assumam sua tarefa de protagonistas na educação dos filhos.
 Que Deus inspire os legisladores na responsabilidade que têm nesse momento e anime os educadores na nobre e sublime tarefa de colaborar com os pais em sua missão de educar.
Brasília, 18 de junho de 2015.
 
Dom Sergio da Rocha
Arcebispo de Brasília-DF
Presidente da CNBB
 
Dom Murilo S. R. Krieger
Arcebispo de São Salvador da Bahia- BA
 Vice-presidente da CNBB
 
 Dom Leonardo Ulrich Steiner
Bispo Auxiliar de Brasília-DF
Secretário Geral da CNBB
 
 
 

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