Evangelizar é a missão fundamental da Igreja e que nós todos assumimos
como uma das consequências do nosso Batismo. Mais do que uma obrigação, é
importante que vejamos o trabalho evangelizador como uma necessidade que a
própria sociedade tem na busca do seu verdadeiro significado. Portanto,
enquanto batizados, cada um de nós tem a responsabilidade de deixar esse mundo
melhor através de nosso jeito próprio de viver e evangelizar.
A evangelização pode acontecer de diversos modos e, de uma forma geral,
podemos dizer que se realiza em três momentos distintos, mas complementares
entre si. Em todo o caso, é importante nos lembrarmos sempre que nosso objetivo
ao realizarmos essa tarefa, não é o de ficarmos enchendo a outra pessoa com
regras, normas e doutrinas a serem seguidas, mas sim o de oferecermos uma
proposta de vida melhor e significativa, que tenha sentido hoje e sempre.
Num primeiro momento é importante que a gente apresente nossa proposta de
uma forma interessante para que a outra pessoa se sinta motivada a escutá-la e
acolhê-la. Que ninguém se iluda: as pessoas não estão procurando doutrinas,
igrejas, religiões, mas sim o verdadeiro sentido de sua existência nesse mundo
marcado por tantas contradições e desafios. Por isso é nosso dever anunciar
Jesus Cristo com seu estilo acolhedor e promotor da vida plena.
Temos que ter claro para nós, e por isso mesmo anunciar, que a grande
preocupação de Jesus, quando veio até nós, é que entendêssemos e acolhêssemos a
proposta de vida nova, verdadeira e plena que o Pai tem para todos. Todos seus
ensinamentos e jeito de agir vão nessa direção: ajudar o outro a encontrar a
motivação e sentido da vida, achando seu lugar nesse mundo, junto com as outras
pessoas e em harmonia com o Deus que é rico em misericórdia. Foi essa a missão
que ele confiou a todos os seus discípulos, deixando claro que a tarefa de
evangelizar é mais do que ensinar belos e importantes conceitos doutrinários e
teológicos, é, principalmente, levar vida e vida plena e verdadeira a quem quer
que seja!
Após despertar essa fé em Jesus Cristo é necessário aprofundar o que
significa acolhê-lo concretamente na própria vida. Afinal, ter fé em Jesus
Cristo não quer dizer “tenho certeza que ele vai fazer milagres na minha vida”
ou “Jesus vai resolver todos os meus problemas” ou outras crendices e
superstições que distorcem e atrapalham o significado da fé verdadeira. Somente
um bom trabalho catequético levará a pessoa a um crescimento progressivo e
significativo do conhecimento e acolhida da vida, mensagens e mistérios de
Jesus Cristo. Nesse segundo momento da evangelização, que é a catequese, se
deve aprender, inclusive, qual o melhor jeito de entender, interiorizar e viver
a Palavra de Deus que encontramos na Bíblia, superando leituras
fundamentalistas, que se fixam numa leitura literal do texto e deturpam a
riqueza da mensagem que ali está contida.
Quem passa por uma catequese bem realizada, com certeza se torna aquele
cristão com uma fé madura, capaz de viver de uma forma nova, alegre, com a
certeza de poder testemunhar sempre, através de seu modo de agir, a vida plena
que Deus quer para todos. Agora, nesse terceiro momento da evangelização, além
de se tornar ela mesma uma nova e eficiente evangelizadora, a pessoa tem a consciência
de que ainda não sabe tudo e se dedica ao contínuo crescimento de sua fé
através da catequese ou formação permanente.
Aprofundamento a partir da Palavra de Deus: Na Festa da Ascensão do
Senhor vamos refletir sobre o seguinte texto bíblico: Mc
16,15-20.
Convido você a lê-lo com calma, prestar atenção e responder: Quem tem a missão
de evangelizar? Quem deve ser evangelizado? Como entender os sinais que o texto
apresenta? Eu estou realizando minha missão de evangelizar?
Pe. Luís Gonzaga
Bolinelli – Assistente Eclesiástico da Comissão AB-C
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