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Mas quem é
esse homem, conhecido como o filho de Maria e de José, o carpinteiro, para que
as pessoas saiam às ruas, estendam seus mantos e coloquem ramos a seus pés?
Sem dúvida,
os judeus do tempo de
Jesus ao vê-lo chegar lembraram a profecia de Zacarias: “Dance
de alegria, cidade de Sião; grite de alegria, cidade de Jerusalém, pois agora o
seu rei está chegando, justo e vitorioso. Ele é pobre, vem montado num jumento,
num jumentinho, filho de uma jumenta. Ele destruirá os carros de guerra de
Efraim e os cavalos de Jerusalém; quebrará o arco de guerra. Anunciará paz a
todas as nações, e o seu domínio irá de mar a mar” (Zac 9,9-10).
Podemos
imaginar as expectativas e sonhos deste povo, que sofre faz anos a exploração
de diferentes impérios, de uma religião que se convertera, pela aliança do
poder religioso com o poder do imperador, em uma religião opressora, de
aparência, que coloca fardos pesados sobre os pobres (Mt 23,4).
O povo, que
tinha visto e escutado o que Jesus fazia e dizia nesses anos, vê nele o Messias
prometido e esperado por tanto tempo, que os libertaria de seus sofrimentos e
instauraria um novo reino de paz e justiça.
As autoridades religiosas, por sua vez, temem que se inicie uma revolta e querem prendê-lo.
As autoridades religiosas, por sua vez, temem que se inicie uma revolta e querem prendê-lo.
E nós
reconhecemos em Jesus o Messias, o enviado de Deus? Que tipo de Messias
esperamos?
O evangelho
de Marcos se caracteriza por apresentar, desde o início de sua obra, Jesus de
Nazaré como o Filho de Deus, o Messias, mas a revelação de seu messianismo só
vai ser desvelada totalmente na paixão e morte de Jesus.
Voltando ao
povo simples que seguia Jesus e o aclamava na entrada de Jerusalém, podemos
imaginar seus sentimentos de desespero e de frustração ao vê-lo depois preso, maltratado,
crucificado e morto!
Como é
possível que o seu Messias tenha esse destino? Onde está a sua vitória, a
libertação, a vida nova que tanto esperavam?
O caminho
que Jesus escolhe para levar adiante sua missão libertadora não é o que as
pessoas de seu tempo tinham imaginado. Por isso é que Jesus fica sozinho na sua
paixão, nem os seus discípulos o entendem e fogem amedrontados!
A comunidade
cristã dos anos 70, à qual o evangelista Marcos escreve, tinha uma visão
triunfalista da pessoa de Jesus, correndo o risco de esquecer que é o caminho
da cruz que leva à Ressurreição, e que foi o filho de Maria quem o percorreu e
abriu para nós.
No evangelho
de Marcos, Jesus mostra o seu caráter divino, vivendo uma autêntica existência
humana, que acaba num fracasso revelador!
Nos lábios
de um oficial do exército que está bem em frente de Jesus na cruz, o
evangelista coloca a revelação do Messias: “De fato, esse homem era mesmo
Filho de Deus!” (15, 39).
Neste
domingo, somos convidados a nos colocar a caminho atrás dos passos de Jesus, e
da mão do evangelista nos adentrar na sua paixão e morte para que nossos olhos
também se abram e possamos reconhecer no crucificado ao Filho de Deus.
Como nos
resulta difícil, vivendo numa cultura da eficiência, da aparência, reconhecer a
presença de Deus, na fragilidade, no sofrimento, nos pobres... Deus está ali?
Sim! É a
novidade da encarnação do Filho de Deus que culmina na sua paixão e
ressurreição. Na Sua humanidade, Deus entra e se faz presente no mais profundo
das entranhas da existência humana, para dali nos libertar e recriar.
No início
do relato da Paixão, o evangelho nos mostra a cena de Jesus em Betânia, na casa
de Simão. Ali“chegou uma mulher com um vaso de alabastro, cheio de um
perfume de nardo puro, muito caro. Ela quebrou o vaso, e derramou o perfume na
cabeça de Jesus” (14, 3).
É de admirar
a coragem desta mulher que entra na casa de Simão sem ser convidada para
demonstrar este gesto de tanta ternura com Jesus. Enquanto os presentes não
entendem e se indignam por ela ter feito isso, Jesus se comove.
Sente no
perfume derramado sobre seu corpo, o amor desta mulher anônima, que o encoraja
e acompanha para viver o caminho da cruz: “Ela fez o que podia: derramou
perfume em meu corpo, preparando-o para a sepultura” (14, 8).
Esta mulher
nos proporciona o meio para viver esta Semana Santa com Jesus.
Derramemos
também nós sobre Ele, nosso afeto, nosso amor. Prestemos atenção na Sua Pessoa,
nos seus gestos, palavras e silêncios.
Entremos no
Sinédrio, continuemos com Ele até o calvário e fitemos o Crucificado, deixando
que o Espírito por ele entregue na cruz nos faça exclamar: “De fato, esse
homem era mesmo Filho de Deus!” (15, 39).
Oração
Olhando nosso mundo,
é fácil descobrir-te
no sorriso das crianças,
na solidariedade dos voluntários,
no calor da família,
Deus ali está!
Na tranquilidade do entardecer,
na ternura de uma mãe,
no pão partilhado,
Deus ali está!
Mas como escurece
Tua Presença
no ódio das guerras,
no sofrimento de inocentes,
na fila de desempregados...
Deus ali está?
Nas prostitutas e explorados,
nas vítimas da violência,
no destroço do Tsunami,
Deus ali está?
Abre meus olhos para ver-Te
e proclamar com alegria:
Na fragilidade humana,
Deus escondido, amando está!
é fácil descobrir-te
no sorriso das crianças,
na solidariedade dos voluntários,
no calor da família,
Deus ali está!
Na tranquilidade do entardecer,
na ternura de uma mãe,
no pão partilhado,
Deus ali está!
Mas como escurece
Tua Presença
no ódio das guerras,
no sofrimento de inocentes,
na fila de desempregados...
Deus ali está?
Nas prostitutas e explorados,
nas vítimas da violência,
no destroço do Tsunami,
Deus ali está?
Abre meus olhos para ver-Te
e proclamar com alegria:
Na fragilidade humana,
Deus escondido, amando está!
Referências
AGUIRRE
MONASTERIO, Rafael; RODRIGUEZ
CARMONA Antonio. Evangelhos sinóticos e atos dos apóstolos. São
Paulo: Ave Maria, 1994.
KONINGS,
Johan.
Espírito e mensagem da liturgia dominical. Porto Alegre: Escola Superior de
Teologia, 1981.
SUSIN,
Luis Carlos. Jesus
Filho de Deus e Filho de Maria. São Paulo, Ed. Paulinas: 1999
Fotos: Foto da Cruz : catequistas em formação
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