
Aquela que se
apresenta como “... a serva do Senhor...” (Lc 1,38) gera a Palavra, “Palavra
que era Deus” (Jo 1,1), mas agora se torna pessoa, na Pessoa de Jesus Cristo. É
isso que faz do Natal uma Festa de tamanha importância no mundo cristão, que
conseguiu fazer história e atingir também a sociedade civil com uma tônica
comercial.
Nasce em Belém um
Rei-Pastor, que teve como meta a construção de um Reino marcado pela justiça e
pela paz. Reino da humildade, da simplicidade e da acolhida. Foi Rei diferente
daqueles conhecidos até então, sem privilégios e evidências econômicas. Tinha
como marca indelével a valorização da pessoa e sua dignidade.
Com a Família de
Nazaré, a começar com o nascimento de Jesus em Belém, tem início uma nova
humanidade, que vai se concretizando em Nazaré, tendo sua culminância em
Jerusalém, quando entrega sua vida ao Pai no alto da cruz. De Nazaré não era
esperado nada de bom, mas tudo mudou a partir daí.
A palavra Jesus
significa “Deus salva”. Ele é o “Emanuel” no dizer do profeta (Is 7,14), é o
Deus conosco para elevar a criatura humana à uma dignidade que ultrapassa os
limites do humano. Em tudo isso está o valor da celebração do Natal, indo além
de simples festa de nascimento e de concorrência frenética do comércio.
Falar de Natal
significa pensar na família como dom de Deus, de participação no poder criador,
gerador e salvador da humanidade. Lamentamos o esvaziamento e a perda de
valores que afetam nossas famílias nos últimos tempos. Isto é preocupante
porque perdemos referências cristalizadas de construção do bem na caminhada
histórica da humanidade. A nova cultura vem desconstruindo a família
tradicional.
Dom Paulo Mendes
Peixoto
Arcebispo de Uberaba.
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