você sabe o que é?
O
Grito é uma manifestação autenticamente popular, que engloba pessoas, grupos,
entidades, igrejas e movimentos sociais, onde todos devem estar comprometidos
com a causa das pessoas excluídas. É uma mobilização que denuncia os modelos
políticos e econômicos que causam exclusão social, trazendo consequências de
sofrimento para muitas pessoas.
É
forma de tornar público o rosto desfigurado da sociedade que clama por uma
política de inclusão social de valorização dos cidadãos. Essa manifestação, que
não é um movimento e nem uma campanha, acontece no dia 7 de Setembro, Dia da
Pátria. Constitui-se num espaço popular e de participação livre, mas todos
motivados pelo anseio de mudanças na sociedade.
A
forma de manifestação pode ser diversa, dependendo da realidade da comunidade.
Podem ser por atos públicos, romarias, celebrações especiais, seminários,
blocos na rua, caminhadas etc. É espaço de convergência em que vários atores
sociais se reúnem para protestar e propor caminhos novos. Acontece no dia da
Independência, da soberania nacional, em que a participação deve ser expressão
de cidadania consciente e ativa da população.
O
Grito dos Excluídos teve sua origem nas ações do Setor Pastoral Social da CNBB,
principalmente a partir da Campanha da Fraternidade de 1995, que abordava o
tema que falava da Fraternidade e dos Excluídos. Ele veio também como fruto da
2ª Semana Social Brasileira, que abordava o tema: Brasil, alternativas e
protagonistas.
Podemos
dizer também que é um grito, sufocado pelas realidades contemporâneas, que vem
a público, com a participação de diversos setores influentes da sociedade e
revela uma forte reação das entidades inconformadas e contra um sistema de
mercado que gera massas enormes de excluídos, de desemprego, miséria e
violência.
Não
basta celebrar uma Independência tida como politicamente formal. Supõe
soberania da nação com políticas públicas que favoreçam as classes mais
sofridas, como ainda relações solidárias e justiça social. Assistir a desfile
de armas é muito fácil, mas é preciso propor um patriotismo que seja positivo e
que abra caminho para parcerias que libertem as pessoas de sistemas opressores.
Dom
Paulo Mendes Peixoto
Arcebispo
de Uberaba.
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