sábado, 1 de agosto de 2020

Artigo de agosto 2020- Padre Aparecido Neres Santana, CSS


CORAGEM, O SENHOR ESTÁ CONTIGO!





Neste Artigo Bíblico-Catequético-Missionário refletiremos sobre o Evangelho de São Mateus (14,22-33), do 19ª Domingo do Tempo Comum. O texto chama a atenção para a presença do Reino nas coisas da vida. Por isso, as parábolas mostram que o anúncio de Reino provoca reações a favor e contra a vida. Jesus dirige-se, sobretudo, aos discípulos para instruí-los sobre os valores e os mistérios do Reino. É neste contexto de catequese sobre o Reino que devemos situar o episódio que hoje nos é proposto. Neste ensinamento catequético, Mateus faz um comunicado à Igreja do seu tempo, para que assuma uma atitude de confiança corajosa naquele que é o Filho de Deus. O cenário do nosso texto situa-nos na área do mar de Tiberíades. O mar era para os judeus símbolo do mal, lugar dos monstros, dos demônios e de todas as forças que se opunham à vida e à felicidade do homem. Jesus envia os seus discípulos em missão, além-mar: “Forçou os discípulos a embarcar e a aguardá-lo na outra margem...” (Mt 14,22). Por isso, o centro do texto está no barco que, no alto-mar, enfrenta a tempestade. De um lado, os discípulos percebem que Jesus vence o mal, ao andar sobre as águas – Ele pisa o mal. Por outro percebem que é no confronto (dos discípulos, das comunidades) com as forças contrárias à vida, representadas pelo Império Romano, que veem suas forças diminuídas, com sua fé fraca, tímida e insuficiente pra levar a missão adiante. O medo do martírio era latente o tempo todo e todo o tempo. Entende- -se que o barco simboliza a Igreja, que enfrenta uma perseguição implacável, no anúncio do Reino. Não obstante esse cenário de temor, a Igreja (discípulos) percebe que Cristo está presente para salvá-la. Por isso, nada de temor. Confiar-se a Ele é a condição indispensável para não afundar no mar da vida. Ademais, no momento mais dramático, Jesus, disse: “Tende confiança. Sou eu. Não tenhais medo!” (Mt,1 14,27). Para as comunidades, tanto as de ontem como as de hoje, era e é, muito importante, ouvir e sentir a presença de Jesus, acalmando as tempestades, como neste momento de pandemia. Talvez tenhamos que gritar: “Coragem! Sou eu! Não tenham medo!”. Vamos em frente, pois tens um grande caminho a percorrer.

Para refletirmos: Estamos vivendo o distanciamento social, aprendendo a viver a maior parte do tempo em casa, no barquinho da família, nossa Igreja doméstica. Como está o barquinho da sua vida? Da sua família? Da sua comunidade? Da iniciação à Vida Cristã? Talvez seja o momento mais forte da tempestade, já vivida pela humanidade como um todo, por isso, precisamos fazer a oração silenciosa, como a de Jesus na montanha, e ter a percepção de Deus falando na simplicidade da vida: “Coragem! Sou eu! Não tenham medo!” (v.27).

Pe. Aparecido Neres Santana - Assessor Eclesiástico da Comissão AB-C Diocese de Santos/SP.

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