terça-feira, 5 de maio de 2015

Artigo Pe. Luís Gonzaga Bolinelli - Maio de 2015



Evangelizar todas as criaturas.

Evangelizar é a missão fundamental da Igreja e que nós todos assumimos como uma das consequências do nosso Batismo. Mais do que uma obrigação, é importante que vejamos o trabalho evangelizador como uma necessidade que a própria sociedade tem na busca do seu verdadeiro significado. Portanto, enquanto batizados, cada um de nós tem a responsabilidade de deixar esse mundo melhor através de nosso jeito próprio de viver e evangelizar.
A evangelização pode acontecer de diversos modos e, de uma forma geral, podemos dizer que se realiza em três momentos distintos, mas complementares entre si. Em todo o caso, é importante nos lembrarmos sempre que nosso objetivo ao realizarmos essa tarefa, não é o de ficarmos enchendo a outra pessoa com regras, normas e doutrinas a serem seguidas, mas sim o de oferecermos uma proposta de vida melhor e significativa, que tenha sentido hoje e sempre.
Num primeiro momento é importante que a gente apresente nossa proposta de uma forma interessante para que a outra pessoa se sinta motivada a escutá-la e acolhê-la. Que ninguém se iluda: as pessoas não estão procurando doutrinas, igrejas, religiões, mas sim o verdadeiro sentido de sua existência nesse mundo marcado por tantas contradições e desafios. Por isso é nosso dever anunciar Jesus Cristo com seu estilo acolhedor e promotor da vida plena.
Temos que ter claro para nós, e por isso mesmo anunciar, que a grande preocupação de Jesus, quando veio até nós, é que entendêssemos e acolhêssemos a proposta de vida nova, verdadeira e plena que o Pai tem para todos. Todos seus ensinamentos e jeito de agir vão nessa direção: ajudar o outro a encontrar a motivação e sentido da vida, achando seu lugar nesse mundo, junto com as outras pessoas e em harmonia com o Deus que é rico em misericórdia. Foi essa a missão que ele confiou a todos os seus discípulos, deixando claro que a tarefa de evangelizar é mais do que ensinar belos e importantes conceitos doutrinários e teológicos, é, principalmente, levar vida e vida plena e verdadeira a quem quer que seja!
Após despertar essa fé em Jesus Cristo é necessário aprofundar o que significa acolhê-lo concretamente na própria vida. Afinal, ter fé em Jesus Cristo não quer dizer “tenho certeza que ele vai fazer milagres na minha vida” ou “Jesus vai resolver todos os meus problemas” ou outras crendices e superstições que distorcem e atrapalham o significado da fé verdadeira. Somente um bom trabalho catequético levará a pessoa a um crescimento progressivo e significativo do conhecimento e acolhida da vida, mensagens e mistérios de Jesus Cristo. Nesse segundo momento da evangelização, que é a catequese, se deve aprender, inclusive, qual o melhor jeito de entender, interiorizar e viver a Palavra de Deus que encontramos na Bíblia, superando leituras fundamentalistas, que se fixam numa leitura literal do texto e deturpam a riqueza da mensagem que ali está contida.
Quem passa por uma catequese bem realizada, com certeza se torna aquele cristão com uma fé madura, capaz de viver de uma forma nova, alegre, com a certeza de poder testemunhar sempre, através de seu modo de agir, a vida plena que Deus quer para todos. Agora, nesse terceiro momento da evangelização, além de se tornar ela mesma uma nova e eficiente evangelizadora, a pessoa tem a consciência de que ainda não sabe tudo e se dedica ao contínuo crescimento de sua fé através da catequese ou formação permanente.
Aprofundamento a partir da Palavra de Deus: Na Festa da Ascensão do Senhor vamos refletir sobre o seguinte texto bíblico: Mc 16,15-20. Convido você a lê-lo com calma, prestar atenção e responder: Quem tem a missão de evangelizar? Quem deve ser evangelizado? Como entender os sinais que o texto apresenta? Eu estou realizando minha missão de evangelizar?

Pe. Luís Gonzaga Bolinelli – Assistente Eclesiástico da Comissão AB-C

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