Neste Artigo
Bíblico-Catequético-Missionário refletiremos sobre o Evangelho de São Mateus
(13,1-9). No capítulo 13 Jesus ilustra essa prática contando parábolas, cuja
mensagem principal é revelar o mistério e a força do Reino agindo como semente
que fecunda a vida em meio a projetos em conflitos. Parábola vem do grego
parabolê, verbete formado por duas palavras. Uma delas é pará, cujo significado
é “ao lado de”, “ao longo de”, “para além de”. A outra é bolê, que vem também
do grego que significa “jogar”, “lançar”. Portanto, parábola quer dizer “jogar
para além de”, “lançar ao longo de”. A parábola sinaliza algo além, provoca uma
busca de algo mais profundo. Parábolas são narrativas alegóricas, figuradas, e
querem transmitir uma mensagem. Conduzem-nos para além da imagem, para
realidades mais profundas. As parábolas são, em Mateus, um meio eficaz de
catequese eclesial. Compreendida a etimologia (origem) da palavra, vamos ao
texto. Primeiramente, a Parábola do Semeador é introdutória das outras seis
parábolas a seguir, e todas têm a finalidade de falar do Reino de Deus, com uma
metodologia bastante simples, a partir da natureza. O centro da explicação do
texto está na contraposição entre, quem não a compreende (a multidão) e quem a
compreende (os discípulos). A comunidade de Mateus quer encorajar os discípulos
diante das perseguições e mortes. A comunidade está preocupada com os cristãos
desanimados, preguiçosos e descomprometidos com o Reino. O texto mostra que em
três casos não se consegue o resultado satisfatório da semente plantada
(missão/palavra/compromisso). Nota-se que quatro versículos são dedicados ao
fracasso da missão. Portanto, não obstante o repetido insucesso, existe uma
semente que produz fruto em abundância. A parábola quer nos assegurar que
haverá frutos, apesar dos grãos perdidos, como no evento da pesca milagrosa:
“Pedro disse vou pescar... naquela noite nada pescaram... disse Jesus lançai as
redes mais uma vez...” (Mt 21,3ss). Aqui podemos compreender que o Reino vai
acontecer, porque é de Deus. A nossa missão é semear a palavra, quem colhe os
frutos é o Senhor: “Eis que o semeador saiu para semear” (Mt,13,4), mas não diz
que ele voltou pra colher. Por isso, como semeadores da vida, do amor, da
justiça e da misericórdia, não devemos desanimar nos obstáculos, pois os
obstáculos, com a fé, conseguimos superá-los, especialmente com a força e
unidade da comunidade de fé. Somos discípulos/missionários com o vigor que nos
advém da palavra de Deus, com a força do Senhor da vida. Coragem!
Para
refletirmos: Diante de tudo que refletimos, superar este tempo presente, de
pandemia, marcado pelo sofrimento do povo com a crise social, política,
econômica e sanitária, devemos entendê-lo também, como tempo de esperança.
Dificuldade, para semear o Reino, em todos os níveis, especialmente para catequizar
e fazer-se próximo. Como superar? Como semear? Como reanimar- -se na estrada da
vida? Como consolar-se e consolar as pessoas feridas, machucadas pela perda de
entes queridos?
Pe. Aparecido Neres
Santana - Assessor Eclesiástico da Comissão AB-C Diocese de Santos/SP.
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