JESUS
AO VER A MULTIDÃO TEVE COMPAIXÃO NA PANDEMIA DA COVID-19.
Neste Artigo
Bíblico-Catequético, refletiremos sobre o Evangelho de Jesus Cristo, segundo,
São Mateus (9,36-10,8). No 11° domingo do Tempo Comum, terminado o Tempo
Pascal, o tema do Reino de Deus aparece como luz iluminadora do discipulado. O
Evangelho deste domingo consta de duas partes: um breve resumo da atividade
missionária de Jesus (Mt 9,35-38) e o início do “Sermão da Missão” (Mt
10,1.5-8). Isto é da atividade missionária de Jesus, com seus discípulos. A
introdução do texto, mostra primeiro, a compaixão de Jesus: “Ao ver a multidão
teve compaixão dela, porque estava cansada e abatida como ovelhas sem pastor”
(Mt 9,36). Compaixão, em latim “compassione”, demonstra um estado emocional em
relação às pessoas no sentido de “ter simpatia”, “ternura”, “tristeza”,
“piedade”, “espírito altruísta” para com aquele que sofre. O
discípulo-missionário é movido pela misericórdia e compaixão, e o desejo de
aliviar, minorar o sofrimento do outro. Após constatar a realidade do povo,
Jesus envia os discípulos para a ação concreta: “Curai os doentes, ressuscitai
os mortos, purificai os leprosos, expulsai os demônios” (Mt 10,8). Em virtude
deste amor compassivo, Jesus cura os doentes que Lhe foram apresentados (cf. Mt
14,14), e com poucos pães e peixes, saciou grandes multidões (cf. Mt 15,37). O
“povo estava como ovelhas sem pastor”. Os líderes políticos judaicos, isto é, o
poder econômico e religioso, não estavam dando um direcionamento seguro e firme
no cuidado do povo sofredor. Esta é, portanto, a razão da missão e do envio
missionário, dos doze apóstolos. “Os dozes” representam as doze tribos do Novo
Israel, que é todo o Povo de Deus. E ainda, a Igreja - comunidade messiânica -
está no mundo, ontem, hoje e sempre, para a construção do Reino de Deus, para
libertar o povo, não somente espiritual, mas libertar na sua totalidade, porque
se assim não fosse, nem seria libertação, mas alienação. Finalmente, os
apóstolos repetem não só a mensagem do mestre, mas também as suas obras, como
em São Tiago: “Meus irmãos, se alguém disser que tem fé, mas não tem obras, que
lhe aproveitará isso?... o homem é justificado pelas obras e não somente pela
fé” (Tg 2, 14ss). Por isso, o discípulo-missionário consegue ver-se no outro,
dentro do principio da alteridade: “Pois tive fome e me destes de comer...” (Mt
25, 31ss). Avante! Coragem!
Para refletirmos:
Hoje, neste tempo de pandemia da Covid 19, vemos o povo pobre manipulado de
todas as formas, especialmente sem pastor, no sentido político e econômico.
Como evangelizar num mundo sem compaixão, sem apreço pela vida, onde se
valoriza somente o capital, em detrimento da vida humana? Como anunciar o Reino
diante de um povo manipulado, alienado, sem voz e vez? Como curar, e alimentar
os pobres? Curar os doentes, não somente da Covid 19, mas de tantas outras
pandemias? Como Catequizar, evangelizar como missionários do Reino?
Pe. Aparecido Neres
Santana - Assessor Eclesiástico da Comissão AB-C Diocese de Santos/SP
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