Neste Artigo
Bíblico-Catequético, do Ano Litúrgico C, do Evangelista de Lucas, refletiremos
o quarto e último Domingo do Advento, Lucas 1,39-45. Desde o início do Advento nos
preparamos para celebrar condignamente o Natal, este acontecimento único na
história da humanidade, e especialmente para todos os cristãos. O texto está
dividido em duas partes bem distintas: A visitação de Maria a Isabel e o cântico
do Magnificat. Teologicamente não importa muito para a Comunidade de Lucas, a
distância percorrida pôr Maria e o serviço prestado à sua parenta Isabel. Mas,
importa bastante o Caminho feito, e o sentido do encontro dessas duas mães e as
duas crianças. Isabel e João Batista representam o Primeiro Testamento, a
Primeira Aliança, Maria e Jesus o Segundo Testamento, a Segunda Testamento, a
Segunda Aliança. A bem da verdade Jesus representa não somente a Nova Aliança,
mas toda a Sagrada Escritura, isto é, a única e definitiva Aliança. Ademais,
Maria representa, as comunidades, a jovem Igreja, Isabel representa a Sinagoga
e as antigas práticas do judaísmo, com os seus 613 normas ou mandamentos. A
acolhida que Isabel faz a Maria, é a acolhida, de todos os povos, de todos os
tempos, em especial os mais pobres. Isabel acolhe Maria “em alta voz”, como o
povo de Deus acolheu a Arca da Aliança, a presença de Deus, com fortes
aclamações, “Davi exclamou: “Como poderá
vir a mim a arca do Senhor?” (2Sm 6,9).
A segunda parte, O Magnificat, é um cântico de
alegria e agradecimento. Esse cântico de Maria inspira-se no cântico de Ana, “O meu coração exulta em Iahweh, a minha
força se exalta em meu Deus...” (2Sm 1ss). Lucas mostra o agir de Deus na
história do povo. Mostra que o que conta para Deus, são os que levam a frente o
projeto de justiça, e não os orgulhosos, os poderosos e ricos, mas os humildes,
os famintos, que coincidem com os que confiam plenamente em Deus. Por isso, o
Magnificat pode expressar bem a oração dos pobres, que se associam em alegre
esperança a Maria de Nazaré, a humilde serva do Senhor. Na Exortação Apostólica - A Alegria do Evangelho, do Papa Francisco,
lemos: “Deriva da nossa fé em Cristo, que
Se fez pobre e sempre Se aproximou dos pobres e marginalizados, a preocupação
pelo desenvolvimento integral dos mais abandonados da sociedade. Cada cristão e
cada comunidade são chamados a ser instrumentos de Deus ao serviço da
libertação e promoção dos pobres, para que possam integrar-se plenamente na
sociedade; isto supõe estar docilmente atentos, para ouvir o clamor do pobre e
socorrê-lo. (...) Ficar surdo a este clamor, quando somos os instrumentos de
Deus para ouvir o pobre, coloca-nos fora da vontade do Pai e do seu projeto.”
(EG 186-187).
Para
refletirmos: Portanto,
todos nós, e toda a Igreja nos encontramos grávidos da presença de Cristo, para
dá-lo ao mundo. Esta é a nossa missão de discípulos missionários: de anunciar aos
não católicos a presença de Cristo Ressuscitado. Eis aqui o sentido da festa de
Natal, que nós celebramos nesta semana. Estamos grávidos de Cristo? Estamos
dispostos como discípulos missionários seguidores de Cristo, a mostrar a sua
presença ao mundo de hoje?
Pe. Aparecido Neres Santana -
Assessor Eclesiástico da Comissão AB-C
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