Santos, 21 de
Setembro de 2018.
Aos Revmos. Párocos,
Vigários Paroquiais, Administradores Paroquiais, Reitores e Diáconos.
Paz e Bem!
Ao aproximar-se, o
dia Mundial dos Pobres, somos convidados a envolvermos com eles e colocar-nos a
serviço deles, não só neste dia, mas também em todos os dias do ano.
Neste ano
o tema sugerido pelo Papa Francisco é: “Este pobre grita e o Senhor
escuta”(Sl.34,7). “Este dia pretende ser uma pequena resposta que toda a
Igreja, dispersa por todo mundo, é dirigida aos pobres de todos os tipos e de
todas as terras para que não pensem que o seu grito tenha caído no vazio
(Mensagem do Papa Francisco, para o 2º Dia Mundial dos pobres).
Com esta
preocupação de dar uma resposta aos diversos clamores que chegam ao coração de
nossas Paróquias e Comunidades, propomos que o Dia Mundial dos pobres, em nossa
Diocese, possa ser vivido da seguinte maneira:
1. Em todas as
Celebrações Eucarísticas deste Domingo seja colocado uma prece em favor dos
mais pobres;
2. Em todas as Regiões
Pastorais de nossa Diocese procurar organizar um gesto concreto em favor dos
menos favorecidos, ou seja: um café da manhã ou almoço comunitário;
3. Que cada Paróquia
possa realizar um gesto concreto de doação de material de higiene pessoal ou
material de limpeza que será distribuído entre as várias Entidades que recebem
ajuda do nosso Vicariato;
4. Pedimos que a
Mensagem do Papa Francisco para o Dia Mundial dos Pobres seja lida e estudada
em nossos Conselhos de Pastoral Paroquial, criando assim uma comunhão com toda
a Igreja.
Buscando continuar ouvindo o clamor do pobre em nosso cotidiano, e
com eles comprometendo-se, os saúda,
Pe. Valdeci João dos
Santos
Vigário Episcopal
para a Dimensão Social da Evangelização.
Veja, a seguir, a
Mensagem do Papa para o Dia Mundial dos Pobres, a ser celebrado no domingo
anterior à Festa de Cristo Rei. Este ano no dia 18/11). “Este pobre clama e o
Senhor o escuta”.
1. “Este pobre clama
e o Senhor o escuta» (Sal 34, 7). Façamos também nossas estas palavras do
Salmista, quando nos vemos confrontados com as mais variadas condições de
sofrimento e marginalização em que vivem tantos irmãos e irmãs, que nos
habituamos a designar com o termo genérico de «pobres». O autor de tais
palavras não é alheio a esta condição; antes pelo contrário, experimenta
diretamente a pobreza e, todavia, transforma-a num cântico de louvor e
agradecimento ao Senhor. Hoje, este Salmo permite-nos também a nós, rodeados
por tantas formas de pobreza, compreender quem são os verdadeiros pobres para
os quais somos chamados a dirigir o olhar a fim de escutar o seu clamor e
reconhecer as suas necessidades. Nele se diz, antes de mais nada, que o Senhor
escuta os pobres que clamam por Ele e é bom para quantos, de coração dilacerado
pela tristeza, a solidão e a exclusão, n’Ele procuram refúgio. Escuta todos os
que são espezinhados na sua dignidade e, apesar disso, têm a força de levantar
o olhar para o Alto a fim de receber luz e conforto. Escuta os que se veem
perseguidos em nome duma falsa justiça, oprimidos por políticas indignas deste
nome e intimidados pela violência; e contudo sabem que têm em Deus o seu
Salvador. O primeiro elemento que sobressai nesta oração é o sentimento de
abandono e confiança num Pai que escuta e acolhe. Sintonizados com estas palavras,
podemos compreender mais profundamente aquilo que Jesus proclamou com a
bem-aventurança «felizes os pobres em espírito, porque deles é o Reino do Céu»
(Mt 5, 3).
CLAMAR
2. O Salmo
caracteriza a atitude do pobre e a sua relação com Deus, por meio de três verbos.
O primeiro: «clamar». A condição de pobreza não se esgota numa palavra, mas
torna-se um brado que atravessa os céus e chega a Deus.
RESPONDER
3. Um segundo verbo é
«responder». O Salmista diz que o Senhor não só escuta o clamor do pobre, mas
também responde. A sua resposta – como atesta toda a história da salvação – é
uma intervenção cheia de amor na condição do pobre.
LIBERTAR
4. O terceiro verbo é
«libertar». O pobre da Bíblia vive com a certeza de que Deus intervém em seu
favor para lhe devolver dignidade.
5. A pobreza não é
procurada, mas criada pelo egoísmo, a soberba, a avidez e a injustiça: males
tão antigos como o homem, mas sempre pecados são, acabando enredados neles
tantos inocentes com dramáticas consequências sociais.
6. Neste Dia Mundial,
somos convidados a tornar concretas as palavras do Salmo: «Os pobres comerão e
serão saciados» (Sal 22, 27).
INICIATIVAS
7. Inúmeras são as
iniciativas que a comunidade cristã empreende para dar um sinal de proximidade
e alívio às muitas formas de pobreza que estão diante dos nossos olhos. Muitas
vezes, a colaboração com outras realidades, que se movem impelidas não pela fé,
mas pela solidariedade humana, consegue prestar uma ajuda que, sozinhos, não
poderíamos realizar. O fato de reconhecer que, no mundo imenso da pobreza, a
nossa própria intervenção é limitada, frágil e insuficiente leva a estender as
mãos aos outros, para que a mútua colaboração possa alcançar o objetivo de
maneira mais eficaz.
Somos movidos pela fé
e pelo imperativo da CARIDADE, mas
sabemos reconhecer outras formas de ajuda e solidariedade que se propõem, em
parte, os mesmos objetivos; desde que não transcuremos aquilo que nos é
próprio, ou seja, conduzir todos a Deus e à santidade.
Uma resposta adequada
e plenamente evangélica, que podemos realizar, é o diálogo entre as diversas
experiências e a humildade de prestar a nossa colaboração, sem qualquer espécie
de protagonismo.
SOLIDARIEDADE
PARA COM OS FRACOS
8. Por isto se
compreende quão distante esteja o nosso modo de viver do modo de viver do
mundo, que louva, segue e imita aqueles que têm poder e riqueza, enquanto
marginaliza os pobres considerando-os um descarte e uma vergonha. As palavras
do Apóstolo são um convite a dar plenitude evangélica à solidariedade com os
membros mais fracos e menos dotados do corpo de Cristo: «Se um membro sofre,
com ele sofrem todos os membros; se um membro é honrado, todos os membros
participam da sua alegria» (1 Cor 12, 26). Na mesma linha, nos exorta ele na
Carta aos Romanos: «Alegrai-vos com os que se alegram, chorai com os que
choram. Preocupai-vos em andar de acordo uns com os outros; não vos preocupeis
com as grandezas, mas entregai-vos ao que é humilde» (12, 15-16). Esta é a
vocação do discípulo de Cristo; o ideal para o qual se deve tender constantemente
é assimilar cada vez mais em nós «os mesmos sentimentos, que estão em Cristo
Jesus» (Flp 2, 5).
ESPERANÇA
FUNDADA NO AMOR DE DEUS.
9. Uma palavra de
esperança torna-se o epílogo natural para onde nos encaminha a fé. Muitas
vezes, são precisamente os pobres que põem em crise a nossa indiferença, filha
duma visão da vida, demasiado imanente e ligada ao presente. O clamor do pobre
é também um brado de esperança com que manifesta a certeza de ser libertado;
esperança fundada no amor de Deus, que não abandona quem a Ele se entrega (cf.
Rm 8, 31-39). Santa Teresa de Ávila deixara escrito no seu Caminho de
Perfeição: «A pobreza é um bem que encerra em si todos os bens do mundo;
assegura-nos um grande domínio; quero dizer que nos torna senhores de todos os
bens terrenos, uma vez que nos leva a desprezá-los» (2, 5).
10. Convido os irmãos
bispos, os sacerdotes e de modo particular os de Santos, padre Rovíllio
Guizardi,CS (pároco da N. Sra. das Graças/Vicente de Carvalho), Padre Elmiran
Ferreira (Senhor Bom Jesus/Guarujá), Luciano Barbosa (Perpétuo Socorro/SV)
líderes de diferentes denonimações religiosas (que participaram do ato
inter-religioso), lideranças de movimentos sociais, agentes de pastorais e
Pastoral da Juventude. O grupo de Jovens da Paróquia Senhor Bom Jesus
apresentou um teatro sobre a “violência das drogas na vida dos jovens”.
O tema
“Vida em Primeiro Lugar”, e o lema “Desigualdade gera violência: basta de
privilégios” foram sendo abordados durante a caminhada que percorreu várias
ruas, dentre eles: o direito à diversidade cultural, direito à educação,
direito ao meio ambiente saudável, direito à liberdade religiosa, direito à
vida, direito à saúde pública, emprego, direito às garantias constitucionais.
diáconos, a quem foram impostas as mãos para o serviço dos pobres (cf. At 6,
1-7), a viver este Dia Mundial como um momento privilegiado de nova
evangelização.
Os pobres evangelizam-nos, ajudando-nos a descobrir cada dia a
beleza do Evangelho. Não deixemos cair em saco roto esta oportunidade de graça.
Neste dia, sintamo-nos todos devedores para com eles, a fim de que, estendendo
reciprocamente as mãos uns para os outros, se realize o encontro salvífico que
sustenta a fé, torna concreta a caridade e habilita a esperança a prosseguir
segura no caminho rumo ao Senhor que vem.
Vaticano, na Memória
litúrgica de Santo António de Lisboa, 13 de junho de 2018.
Francisco
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