sobre
a morte.
A partir do Domingo
da Páscoa da Ressurreição, do Evangelho de São João 20, 1-9, refletiremos sobre
o Mistério Pascal do Senhor Jesus. O início do Evangelho diz: “No primeiro dia
da semana, Maria Madalena foi ao túmulo de Jesus” (Jo, 20,1). São João salienta
a importância do “primeiro dia da semana”. Este dia tornou-se o “Dia do Senhor”,
o domingo Cristão (cf. Ap 1,10). Com isso, ele nos remete ao relato da Criação
em Gênesis, no “primeiro dia”, em que Deus criou o mundo (cf. Gn 1, 1-8). Nesta
relação da Criação de Deus com a Ressurreição de Jesus, podemos ver que, em
Cristo, somos nova criatura. Deus recria em Jesus a pessoa nova, o novo Adão. O
dia da Ressurreição é o ‘dia dos dias’: “Este é o dia que o Senhor fez,
exultemos e alegremo-nos nele!” (Sl 117,24). O segundo ponto a destacar é a
palavra “túmulo” (que aparece sete vezes), e o verbo “ver” (que é citado quatro
vezes). Vejamos: “túmulo vazio” aparece, primeiramente, como incredulidade dos
discípulos, como falta de fé da comunidade e de não entendimento das
“Escrituras” (Jo 20,9). Depois, num segundo momento, como ‘iluminação’: “O outro
discípulo... entrou ao túmulo. Ele viu, e acreditou” (Jo 20,8). Sim! É a
certeza incontestável da Ressurreição do Senhor Jesus. É a certeza de que os
algozes - isto é, os poderes político, econômico e religioso -, que
crucificaram o Senhor, não venceram. Que o “túmulo” agora vazio não significou
a derrota nem a última palavra, porque a última palavra é de Deus. Nesta
perícope tanto o “ver” de Maria Madalena - mesmo que demonstrando uma fé
incipiente e tímida, com a afirmação “retiraram o Senhor do sepulcro” (Jo 20,2)
-, quanto o “ver” do discípulo amado e do apóstolo Simão Pedro - “que entrou no
túmulo, viu e acreditou” (Jo 20,8) -, mostram como a Comunidade vai, aos
poucos, tendo a certeza de que Jesus havia ressuscitado de fato, e crescendo na
fé, iluminada pela novidade da Ressurreição. Neste contexto, Maria Madalena
passa a ser a primeira anunciadora da ressurreição de Jesus. Portanto, celebrar
a Páscoa é celebrar a Vida que vence a morte! A Páscoa é o dia do discipulado
missionário, de sair e anunciar a alegria da Vida que vence a morte! Ademais, a
fé cristã nos impulsiona a “sair” (somos uma Igreja em “saída”), “ver” Jesus
nos crucificados de hoje (Mt, 25,31ss) e como discípulos missionários nos
colocarmos ao seu lado e gritar que o Reino de Deus e da “Vida” é para todos
(Jo 10,10). Para refletirmos: Como e onde percebemos os sinais de Cristo
Ressuscitado na vida pessoal, na comunidade e na sociedade? Mesmo diante das
dificuldades da vida, conseguimos encontrar, na Ressurreição de Jesus, ânimo para
nossa vida pessoal e missão evangelizadora? Ou vivo uma eterna “sexta feira da
paixão”?
Pe. Aparecido Neres Santana - Assessor
Eclesiástico da Comissão Ab-C
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