O Discípulo
Missionário caminha nos trilhos do amor a Deus e ao irmão
Nossa reflexão
continua no caminho da Missionariedade, no contexto do Evangelho de Mt 5,
17-37, do 6° Domingo do Tempo Comum, quando, após o Sermão do Montanha (as
Bem-Aventuranças), Jesus começa a instruir os Apóstolos sobre as Escrituras
(AT): “Não penseis que vim revogar a lei e os Profetas. Não vim revogá-los, mas
dar-lhes pleno cumprimento...” (Mt 5, 17-19). Aqui temos - de um lado -, muitas
pessoas, grupos (como os Fariseus, e os Escribas), que queriam que Jesus
seguisse a “Torah”, isto é, a Lei, ao ‘pé da letra’, com uma interpretação
meramente legalista, intimista da lei divina, observando as “Mitvot” (os seus
613 mandamentos). E, de outro lado, aqueles que gostariam que Jesus deixasse de
lado toda Lei Antiga - de Moisés aos Profetas-, e desse um ensinamento novo,
rompendo com a tradição rabínica e o passado. Neste embate de como cumprir a
Lei e os Profetas, Jesus coloca no centro o amor ao próximo, à pessoa humana, à
vida. O cumprimento pleno da Lei ocorre quando se pratica a justiça: “Eu vos
asseguro que se a vossa justiça não exceder a dos Escribas e a dos Fariseus,
não entrareis no reino dos céus” (Mt 5,20). Para Jesus o discípulo deve superar
a prática dos Mestres da Lei e dos Fariseus. Para Ele, o Discípulo não deve
somente cumprir preceitos e normas. Jesus fala do Pai, a partir da vida: “Eu
vim para que todos tenham vida” (Jo 10,10). A defesa da vida é mais importante
do que a Lei. Aliás, nas Sagradas Escrituras, as leis são para a proteção dos
mais pobres, entre os pobres, simbolizados em muitos momentos nas viúvas e nos
órfãos. Assim, para Jesus, dos dois maiores mandamentos - “a Deus e ao próximo”
-, “dependem toda a Lei e os Profetas” (Mt 22,40).
Reflexão: Na nossa
sociedade consumista, em que as pessoas são coisificadas e descartáveis (por
isso a cobiça e as mortes); onde são consideradas simples objetos; onde a vida
humana, o pobre e a mulher são tratados como ‘coisas de pouco valor’, como o
Discípulo Missionário deve superar essa lógica discriminatória e de morte? Como
entrar na lógica do “amor ao próximo, como a si mesmo” e da defesa da vida?
Pe. Aparecido Neres
Santana - Assessor Eclesiástico da Comissão AB-C
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