Queridos irmãos e irmãs,

Meditemos nas atitudes das várias personagens desta cena: os “magos”,
Herodes, os príncipes dos sacerdotes e os escribas do povo… Diante de Jesus, o
libertador enviado por Deus, estes diferentes personagens assumem atitudes
diversas, que vão desde a adoração (os “magos”), até à rejeição total
(Herodes), passando pela indiferença (os sacerdotes e os escribas: nenhum deles
se preocupou em ir ao encontro desse Messias que eles conheciam bem dos textos
sagrados). É fácil “conhecer as Escrituras”, como profissionais da religião e,
depois, deixar que as propostas e os valores de Jesus nos passem ao lado...
Observar os sinais
Os “magos” são apresentados como os “homens dos sinais”, que sabem ver
na “estrela” o sinal da chegada da libertação. Servem de alerta para nós nos
perguntarmos se somos pessoas atentas aos “sinais”, capazes de ler os
acontecimentos da nossa história e da nossa vida à luz de Deus?
Impressiona também a “desinstalação” dos “magos”: viram a “estrela”,
deixaram tudo, arriscaram tudo e vieram procurar Jesus. Somos capazes da mesma
atitude de desinstalação, ou estamos demasiado agarrados ao nosso sofá, ao
nosso colchão especial, à nossa televisão, à nossa aparelhagem, ao nosso
computador? Somos capazes de deixar tudo para responder aos apelos que Jesus
nos faz através dos irmãos?
Os “magos” representam os homens de todo o mundo que vão ao encontro de
Cristo, que acolhem a proposta libertadora que Ele traz e que se prostram
diante d’Ele. É a imagem da Igreja – essa família de irmãos, constituída por
gente de muitas cores e raças, que aderem a Jesus e que O reconhecem como o seu
Senhor.
A caminho da estrela…
Os magos tinham o hábito de perscrutar os astros. Eles viram uma
estrela, sem dúvida nova para os seus olhos, então puseram-se a caminho… Aquele
que procuravam parece querer fazer-se conhecer, um sinal basta para estes
magos. Param, experimentam uma grande alegria, prostram-se e oferecem os seus
presentes. A criança que eles descobrem não é uma criança como as outras: é
rei, então oferecem-lhe ouro; é Deus, então queimam incenso; passará pela morte
antes de ressuscitar, então apresentam a mirra. Para o regresso, não têm
necessidade de estrela. Deus convida-os a regressar por outro caminho. O
verdadeiro rei não é Herodes, mas esta criança que acaba de nascer.
Um ponto de atenção
Um convite ao acolhimento e à abertura… Festa da salvação para todos os
povos, a Epifania convida as comunidades cristãs ao acolhimento e à abertura.
Como viver isso concretamente hoje? Aceitar pôr-se a caminho… Erguer os olhos:
tal é o convite que nos é feito hoje. Uma estrela brilha sempre na noite, se
nós a perscrutamos com atenção. Erguer os olhos: descentrar-se de si mesmo,
procurar ajuda da parte de qualquer outro, de Deus. Depois de ver a estrela,
aceitar pôr-se a caminho. Nos próximos dias, esta estrela será talvez uma
caminhada a empreender para sair, encontrar ajuda ou levar ajuda a alguém,
tomar uma decisão até aqui adiada...
PARA REFLETIR:
1-O que a estrela nos aponta como caminho para encontrar Jesus nos dias
de hoje?
2-Como os magos, somos capazes de deixar nossa acomodação, para
responder aos apelos que Jesus nos faz através dos irmãos?
Fonte: Paróquia São Benedito
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