terça-feira, 2 de outubro de 2018

VICARIATO SOCIAL PREPARA CELEBRAÇÃO DO DIA MUNDIAL DOS POBRES





Santos, 21 de Setembro de 2018.

Aos Revmos. Párocos, Vigários Paroquiais, Administradores Paroquiais, Reitores e Diáconos.
Paz e Bem!

Ao aproximar-se, o dia Mundial dos Pobres, somos convidados a envolvermos com eles e colocar-nos a serviço deles, não só neste dia, mas também em todos os dias do ano. 

Neste ano o tema sugerido pelo Papa Francisco é: “Este pobre grita e o Senhor escuta”(Sl.34,7). “Este dia pretende ser uma pequena resposta que toda a Igreja, dispersa por todo mundo, é dirigida aos pobres de todos os tipos e de todas as terras para que não pensem que o seu grito tenha caído no vazio (Mensagem do Papa Francisco, para o 2º Dia Mundial dos pobres). 

Com esta preocupação de dar uma resposta aos diversos clamores que chegam ao coração de nossas Paróquias e Comunidades, propomos que o Dia Mundial dos pobres, em nossa Diocese, possa ser vivido da seguinte maneira:

1. Em todas as Celebrações Eucarísticas deste Domingo seja colocado uma prece em favor dos mais pobres;

2. Em todas as Regiões Pastorais de nossa Diocese procurar organizar um gesto concreto em favor dos menos favorecidos, ou seja: um café da manhã ou almoço comunitário;

3. Que cada Paróquia possa realizar um gesto concreto de doação de material de higiene pessoal ou material de limpeza que será distribuído entre as várias Entidades que recebem ajuda do nosso Vicariato;

4. Pedimos que a Mensagem do Papa Francisco para o Dia Mundial dos Pobres seja lida e estudada em nossos Conselhos de Pastoral Paroquial, criando assim uma comunhão com toda a Igreja. 

Buscando continuar ouvindo o clamor do pobre em nosso cotidiano, e com eles comprometendo-se, os saúda,

Pe. Valdeci João dos Santos
Vigário Episcopal para a Dimensão Social da Evangelização.

Veja, a seguir, a Mensagem do Papa para o Dia Mundial dos Pobres, a ser celebrado no domingo anterior à Festa de Cristo Rei. Este ano no dia 18/11). “Este pobre clama e o Senhor o escuta”.

1. “Este pobre clama e o Senhor o escuta» (Sal 34, 7). Façamos também nossas estas palavras do Salmista, quando nos vemos confrontados com as mais variadas condições de sofrimento e marginalização em que vivem tantos irmãos e irmãs, que nos habituamos a designar com o termo genérico de «pobres». O autor de tais palavras não é alheio a esta condição; antes pelo contrário, experimenta diretamente a pobreza e, todavia, transforma-a num cântico de louvor e agradecimento ao Senhor. Hoje, este Salmo permite-nos também a nós, rodeados por tantas formas de pobreza, compreender quem são os verdadeiros pobres para os quais somos chamados a dirigir o olhar a fim de escutar o seu clamor e reconhecer as suas necessidades. Nele se diz, antes de mais nada, que o Senhor escuta os pobres que clamam por Ele e é bom para quantos, de coração dilacerado pela tristeza, a solidão e a exclusão, n’Ele procuram refúgio. Escuta todos os que são espezinhados na sua dignidade e, apesar disso, têm a força de levantar o olhar para o Alto a fim de receber luz e conforto. Escuta os que se veem perseguidos em nome duma falsa justiça, oprimidos por políticas indignas deste nome e intimidados pela violência; e contudo sabem que têm em Deus o seu Salvador. O primeiro elemento que sobressai nesta oração é o sentimento de abandono e confiança num Pai que escuta e acolhe. Sintonizados com estas palavras, podemos compreender mais profundamente aquilo que Jesus proclamou com a bem-aventurança «felizes os pobres em espírito, porque deles é o Reino do Céu» (Mt 5, 3).

CLAMAR
2. O Salmo caracteriza a atitude do pobre e a sua relação com Deus, por meio de três verbos. O primeiro: «clamar». A condição de pobreza não se esgota numa palavra, mas torna-se um brado que atravessa os céus e chega a Deus.

RESPONDER

3. Um segundo verbo é «responder». O Salmista diz que o Senhor não só escuta o clamor do pobre, mas também responde. A sua resposta – como atesta toda a história da salvação – é uma intervenção cheia de amor na condição do pobre.

LIBERTAR

4. O terceiro verbo é «libertar». O pobre da Bíblia vive com a certeza de que Deus intervém em seu favor para lhe devolver dignidade.
5. A pobreza não é procurada, mas criada pelo egoísmo, a soberba, a avidez e a injustiça: males tão antigos como o homem, mas sempre pecados são, acabando enredados neles tantos inocentes com dramáticas consequências sociais.
6. Neste Dia Mundial, somos convidados a tornar concretas as palavras do Salmo: «Os pobres comerão e serão saciados» (Sal 22, 27).

INICIATIVAS

7. Inúmeras são as iniciativas que a comunidade cristã empreende para dar um sinal de proximidade e alívio às muitas formas de pobreza que estão diante dos nossos olhos. Muitas vezes, a colaboração com outras realidades, que se movem impelidas não pela fé, mas pela solidariedade humana, consegue prestar uma ajuda que, sozinhos, não poderíamos realizar. O fato de reconhecer que, no mundo imenso da pobreza, a nossa própria intervenção é limitada, frágil e insuficiente leva a estender as mãos aos outros, para que a mútua colaboração possa alcançar o objetivo de maneira mais eficaz.
Somos movidos pela fé e pelo imperativo da CARIDADE, mas sabemos reconhecer outras formas de ajuda e solidariedade que se propõem, em parte, os mesmos objetivos; desde que não transcuremos aquilo que nos é próprio, ou seja, conduzir todos a Deus e à santidade.
Uma resposta adequada e plenamente evangélica, que podemos realizar, é o diálogo entre as diversas experiências e a humildade de prestar a nossa colaboração, sem qualquer espécie de protagonismo.

SOLIDARIEDADE PARA COM OS FRACOS

8. Por isto se compreende quão distante esteja o nosso modo de viver do modo de viver do mundo, que louva, segue e imita aqueles que têm poder e riqueza, enquanto marginaliza os pobres considerando-os um descarte e uma vergonha. As palavras do Apóstolo são um convite a dar plenitude evangélica à solidariedade com os membros mais fracos e menos dotados do corpo de Cristo: «Se um membro sofre, com ele sofrem todos os membros; se um membro é honrado, todos os membros participam da sua alegria» (1 Cor 12, 26). Na mesma linha, nos exorta ele na Carta aos Romanos: «Alegrai-vos com os que se alegram, chorai com os que choram. Preocupai-vos em andar de acordo uns com os outros; não vos preocupeis com as grandezas, mas entregai-vos ao que é humilde» (12, 15-16). Esta é a vocação do discípulo de Cristo; o ideal para o qual se deve tender constantemente é assimilar cada vez mais em nós «os mesmos sentimentos, que estão em Cristo Jesus» (Flp 2, 5).

ESPERANÇA FUNDADA NO AMOR DE DEUS.

9. Uma palavra de esperança torna-se o epílogo natural para onde nos encaminha a fé. Muitas vezes, são precisamente os pobres que põem em crise a nossa indiferença, filha duma visão da vida, demasiado imanente e ligada ao presente. O clamor do pobre é também um brado de esperança com que manifesta a certeza de ser libertado; esperança fundada no amor de Deus, que não abandona quem a Ele se entrega (cf. Rm 8, 31-39). Santa Teresa de Ávila deixara escrito no seu Caminho de Perfeição: «A pobreza é um bem que encerra em si todos os bens do mundo; assegura-nos um grande domínio; quero dizer que nos torna senhores de todos os bens terrenos, uma vez que nos leva a desprezá-los» (2, 5).

10. Convido os irmãos bispos, os sacerdotes e de modo particular os de Santos, padre Rovíllio Guizardi,CS (pároco da N. Sra. das Graças/Vicente de Carvalho), Padre Elmiran Ferreira (Senhor Bom Jesus/Guarujá), Luciano Barbosa (Perpétuo Socorro/SV) líderes de diferentes denonimações religiosas (que participaram do ato inter-religioso), lideranças de movimentos sociais, agentes de pastorais e Pastoral da Juventude. O grupo de Jovens da Paróquia Senhor Bom Jesus apresentou um teatro sobre a “violência das drogas na vida dos jovens”. 
O tema “Vida em Primeiro Lugar”, e o lema “Desigualdade gera violência: basta de privilégios” foram sendo abordados durante a caminhada que percorreu várias ruas, dentre eles: o direito à diversidade cultural, direito à educação, direito ao meio ambiente saudável, direito à liberdade religiosa, direito à vida, direito à saúde pública, emprego, direito às garantias constitucionais. diáconos, a quem foram impostas as mãos para o serviço dos pobres (cf. At 6, 1-7), a viver este Dia Mundial como um momento privilegiado de nova evangelização. 
Os pobres evangelizam-nos, ajudando-nos a descobrir cada dia a beleza do Evangelho. Não deixemos cair em saco roto esta oportunidade de graça. Neste dia, sintamo-nos todos devedores para com eles, a fim de que, estendendo reciprocamente as mãos uns para os outros, se realize o encontro salvífico que sustenta a fé, torna concreta a caridade e habilita a esperança a prosseguir segura no caminho rumo ao Senhor que vem.

Vaticano, na Memória litúrgica de Santo António de Lisboa, 13 de junho de 2018.
Francisco

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