Cartas-Sulão 2017


   
1º Carta


Queridos (as) catequistas do Sulão
Regionais Sul 1, Sul 2, Sul 3, Sul 4 e O1 da CNBB


IX SULÃO BIBLICO-CATEQUETICO - Arquidiocese de Florianópolis
Celso Ramos, SC, 15 a 18 de junho de 2017
Tema: Comunicação no processo de iniciação à vida cristã
Lema: “Senhor, todos te procuram” (Mc 1, 35-39)


Você está recebendo a primeira carta em preparação ao IX Sulão bíblico catequético. Nesta carta apresentamos uma atitude comunicadora de Jesus e uma imagem sobre a cor que corresponde ao tempo da Iniciação à Vida Cristã (cf. Plano de cartas) para serem utilizadas na leitura pessoal ou comunitária da carta.

Imagem motivadora

Identidade

Atitude comunicadora
de Jesus

Acolher






















“Bendito seja o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo,
o Pai das misericórdias e Deus de toda Consolação” ( 2Cor1,3)
A identidade de Jesus vai se revelando em sua aproximação e desejo de uma relação de um amor real e transformador. Nele se abre, para todos que o encontram, a possibilidade de se relacionar com Deus. No encontro pessoal com o Senhor, nasce o discípulo, que assume sua identidade cristã, capaz de se encantar com suas palavras e reconhecê-lo como Mestre que conduz e caminha ao seu lado.
Sabemos que Deus nos predestinou a uma vida de alegria em Cristo. Ele nos escolheu para termos acesso ao seu amor revelado em seu Filho e Nele sermos adotados como filhos e filhas, pois a adoção dá direito a herança. (cf. Ef 1,5)
“Deus, infinitamente perfeito e bem-aventurado em Si mesmo, num desígnio de pura bondade, criou livremente o homem para o tornar participante da sua vida bem-aventurada. Por isso, sempre e em toda a parte, Ele está próximo do homem. Chama-o e ajuda-o a procurá-Lo, a conhecê-Lo e a amá-Lo com todas as suas forças. Convoca todos os homens, dispersos pelo pecado, para a unidade da sua família que é a Igreja. Para tal, enviou o seu Filho como Redentor e Salvador na plenitude dos tempos. N'Ele e por Ele, chama os homens a tornarem-se, no Espírito Santo, seus filhos adotivos e, portanto, herdeiros da sua vida bem-aventurada.”. (CIC,1)
Esse gesto benevolente de Deus é acolhedor. No livro do Deuteronômio encontramos um registro sobre a intercessão de Moisés que revela sua confiança em Deus que acolhe e sustenta o seu povo com mão forte: “Eles, no entanto, são teu povo, tua herança que com teu grande poder e braço estendido tiraste do Egito”. (Dt 9, 29). A certeza da presença de um Deus que se faz companheiro de caminhada impregnou a história de um povo fiel e sedento de vida até a chegada de Jesus e confirmada na vinda do Espírito Santo, garantia da nossa herança.
A encarnação do Verbo é a prova desse Amor acolhedor, que rico em misericórdia, veio para garantir vida em abundância aos que são atraídos a Ele. Jesus, o bem amado, assumiu e revelou em sua vida esse Amor no meio do seu povo. Por onde ele caminhava, nas suas palavras e gestos, nas advertências e ensinamentos, no meio dos pobres e nobres, nas cidades e nas estradas, Jesus repetia com generosidade o gesto comunicador do Pai ao acolher a todos, dando-lhes a indicação de um caminho de conversão e comunhão.
Aos poucos, sua fama foi se espalhando e sua identidade reconhecida. Ele se aproximava das pessoas e as chamava pelo nome. O Nome é a identidade de uma pessoa. Esse gesto confirma que Ele repetiu a pedagogia do Pai: “Eu sou o Senhor, o Deus de Israel, que te chamo pelo nome”. (cf Is 45, 1-5)
De fato, Ele chamava pelo nome porque conhecia a pessoa e a conhecia muito mais do que seu nome, conhecia sua dor e sofrimento, sua esperança e seus sonhos. Ainda hoje continua a chamar pelo nome a cada um para viver e anunciar a alegria da Boa Nova.
O Documento de Aparecida, no capítulo 6, fala de um caminho de formação para aqueles que se deixam alcançar por Jesus. Essa aproximação coloca a pessoa chamada para o exercício de um discipulado missionário. Com o gesto de acolher, uma das atitudes comunicadoras de Jesus, muitos apóstolos e discípulos foram formados pessoalmente pelo Mestre.
Jesus nos busca nos dias de hoje, onde estamos! Vem ao nosso encontro, pois a iniciativa é dele.faz chegar aos nossos ouvidos o Querigma dos primeiros apóstolos, faz arder nosso coração com a mesma fé que movia a vida dos primeiros cristãos. Ele quer nos envolver com seu amor e dar sentido a nossa vida, dando-nos a conhecer sua identidade. Em nós, catequistas, e, por nossa voz, deve ressoar o anúncio querigmático como centro de nossa atividade evangelizadora.    
O Papa Francisco, em sua Exortação Apostólica Evangelli Gaudium fala que “não há nada mais sólido, mais profundo, mais seguro, mais consistente e mais sábio que esse anúncio”. (EG 165). Ainda mais, nos ajuda a entender que o anúncio querigmático é a resposta para todos os anseios de quem busca pelo Senhor: “Toda a formação cristã é, primariamente, o aprofundamento do querigma que se vai, cada vez mais e melhor, fazendo carne, que nunca deixa de iluminar a tarefa catequética, e permite compreender adequadamente o sentido de qualquer tema que se desenvolve na catequese. É o anúncio que dá resposta ao anseio de infinito que existe em todo o coração humano.” (EG 165)
No coração de quem encontra o Senhor é gerada uma felicidade infinita, quem responde ao seu chamado deixa-se impregnar de sua palavra e de seu olhar, de sua voz que chama e de seu olhar que encontra.
Recordemos o que nos diz o Documento de Aparecida: “conhecer a Jesus é o melhor presente que qualquer pessoa pode receber; tê-lo encontrado foi o melhor que ocorreu em nossas vidas, e fazê-lo conhecido com nossa palavra e obras é nossa alegria” (DAp 32)
Enfim, queridos catequistas, irmãos e irmãs na fé, “alegrai-vos, trabalhai no vosso aperfeiçoamento, encorajai-vos, tendes um mesmo sentir e pensar, vivei em paz e o Deus do amor e da paz estará convosco”. (2Cor 13, 11)
Um grande abraço!
Lumen Equipe de Coordenação do Sulão


Provocações para reflexão:
1.    Atitude comunicadora de Jesus
2.    Como você vê o desafio de acolher Jesus que está entre nós e em cada um de nós?
3.    Como a catequese pode testemunhar essa atitude desafiadora de Jesus?

Leitura Orante:

Para experimentar a acolhida de Jesus, faça a leitura orante do texto bíblico Lc 19, 1-10.

Continuaremos nossa conversa sobre as atitudes acolhedoras de Jesus na próxima carta:
ENCONTRAR


Leitura e Escuta Orante
da Palavra de Deus: 
Lc 19, 1-10


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2º Carta 

 

Queridos(as) catequistas do Sulão
Regionais Sul 1, Sul 2, Sul 3, Sul 4 e O1 da CNBB

Queremos saudar com muito carinho a todos e todas que nos acompanham neste processo de crescimento da fé e entendimento de uma formação pautada nos caminhos da Iniciação à Vida Cristã.
Você está recebendo a segunda carta em preparação ao IX Sulão bíblico catequético. A partir dela, queremos despertar para uma outra atitude comunicadora de Jesus: Encontrar. A imagem motivadora desta carta é expressa pelas mãos dadas, num gesto de cumprimento, lembrando a consequência afetiva da acolhida.

Imagem motivadora

Mãos dadas

Atitude comunicadora
de Jesus

Encontrar


“Bendito seja o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo,
o Pai das misericórdias e Deus de toda Consolação” ( 2Cor1,3)






Encontrar e Acolher são palavras que nos remetem aos discípulos que assumiram o chamado de Jesus, quando lhes disse: “Vinde e Vede” (Jo 1,39).
Nos caminhos da busca por Jesus entendemos que é Ele quem nos atrai a si (Jo 1, 38) e é Ele mesmo quem nos chama: “Segue-me” (Mc 1, 14; Mt 9,9). Constantemente, o papa Francisco nos entusiasma para o sentido verdadeiro do encontro com Jesus: “A alegria do Evangelho enche o coração e a vida inteira daqueles que se encontram com Jesus” (EG 1).
Hoje, Jesus nos chama para um encontro real e pessoal: “Vinde e vede!” (Jo 1,39), para uma experiência fascinante, que permite descobrir quem Ele é, como vive, quem são seus amigos... Permitir-se a este encontro é entender que Jesus preenche nossa vida com seu amor, sua ternura e sua mensagem.
Assim, os discípulos ficaram encantados por sua pessoa e passaram a segui-lo e a comunicá-lo, transmitindo aos demais a alegria do encontro que é o próprio conteúdo da notícia comunicada:
- Encontrar-se com Jesus significa ser discípulo missionário capaz de dizer aos outros: “encontramos o Messias” (Jo 1, 41), como o fez Filipe a seu irmão Simão;
- Encontrar-se com Jesus é deixar-se seduzir pelo seu mistério, a exemplo de Nicodemos (Jo 3, 1-15);
- É intuir a força de seu amor ao ser humano e sua ternura que atrai a estar com Ele em todas as horas, como a fé de Marta por ocasião da morte de Lázaro (Jo 11, 21);
- É “revestir-se” com os mesmos sentimentos de caridade e humildade de que nos fala Paulo em sua carta aos Filipenses (Fl 2, 5);
- É fazer ecoar as palavras de Natanael, verdadeiro reconhecimento e expressão de uma fé convicta: “Mestre, tu és o Filho de Deus, o rei de Israel” (Jo 1, 49).
- É comunicar a bondade e humanidade de Deus aos sofredores, excluídos e sem esperança. É permitir que o encontro com o Filho de Deus seja real feito através de nosso testemunho, nossos gestos e atitudes. A mensagem da salvação que acreditamos transforma-se em oportunidade concreta diante da sensibilidade com os prediletos do Mestre.
Jesus nos ensina que o encontro se dá na proximidade, e por sermos humanos, esta é uma realidade que nos toca, se queremos comunicar o Evangelho. Recordando outra vez o papa Francisco: “o Evangelho nos convida sempre a abraçar o risco do encontro com o rosto do outro, com a sua presença física que interpela, com o seu sofrimento e suas reivindicações, com a sua alegria contagiosa, permanecendo lado a lado” (EG 88).
Querido/a catequista, que a cada encontro sejamos encantados com o rosto de Cristo que se revela na face do próximo. E ainda mais. Possamos comunicar em nossas faces o rosto alegre e acolhedor do Cristo, que quer encontrar e alcançar a todos, sem distinção de cultura, etnia, gênero ou classe social. Mas que a cada um e cada uma sejamos a presença do coração de Deus.
A comunicação precisa se transfigurar em serviço e solidariedade. Que esta carta sirva de força e coragem na missão de catequizar.
Queridos (as) catequistas, irmãos e irmãs na fé, “alegrai-vos, trabalhai no vosso aperfeiçoamento, encorajai-vos, tendes um mesmo sentir e pensar, vivei em paz e o Deus do amor e da paz estará convosco”. (2Cor 13, 11)
Um grande abraço!
Lumen Equipe de Coordenação do Sulão


Provocações para reflexão:
1 - Como se dão os ENCONTROS de Jesus nos Evangelhos?
2 - Como são nossos encontros com os catequizandos, pais, colegas de catequese, lideranças, comunidade?
3 - Nossos encontros têm um caráter de festa, proximidade, alegria, capazes de contagiar? Sim? Não? Por quê?

Leitura Orante:
Dentre as inúmeras maneiras de encontro com Jesus, pela Leitura Orante da Palava de Deus somos conduzidos ao mistério de Jesus-Mestre, que ensina e envia. Outros encontros eficazes se fazem pela Eucaristia, no sacramento da reconciliação, na oração pessoal e comunitária e no encontro com o rosto dos mais pobres e excluídos.
Sugerimos, portanto, que seja feita a Leitura Orante do texto bíblico Jo 1, 35-49.

Da Acolhida e do Encontro decorre o Diálogo com Jesus, tema da próxima carta. Até lá!

Continuaremos nossa conversa sobre as atitudes acolhedoras de Jesus na próxima carta:
DIÁLOGO


Leitura e Escuta Orante
da Palavra de Deus: 
Jo 1, 35-49


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3º Carta 


Queridos(as) catequistas do Sulão
Regionais Sul 1, Sul 2, Sul 3, Sul 4 e O1 da CNBB

Saudamos a todos e todas que nos acompanham na expectativa do IX Sulão bíblico catequético. No processo de amadurecimento da fé e seguindo a proposta de uma formação por meio de cartas, acolhemos as atitudes comunicadoras de Jesus como passos para a Iniciação à Vida Cristã.
A terceira carta em preparação ao IX Sulão nos apresenta outra atitude comunicadora de Jesus: Dialogar. A imagem motivadora desta carta é provocativa: duas pessoas dialogando, num gesto de reflexão, inspira-nos para um diálogo que aproxima e colabora para que as “peças se encaixam” com respeito e liberdade.
Imagem motivadora

Quebra-cabeça

Atitude comunicadora
de Jesus

Dialogar

“Bendito seja o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo,
o Pai das misericórdias e Deus de toda Consolação” ( 2Cor1,3)

Dialogar é um exercício de tolerância, paciência, respeito e aproximação. Poderíamos dizer até mais... Quando queremos chegar a um objetivo comum, a um meta estabelecida, fica quase impossível fazer o caminho sozinho. Estamos juntos na mesma missão! Somos catequistas na mesma Igreja! Temos um compromisso comum: anunciar Jesus Cristo com palavras e atitudes.
Para anunciar a Boa Nova ao seu povo, Jesus revelou sua capacidade de dizer as coisas de Deus com muita alegria e verdade. O seu diálogo com o Pai se prolongava no diálogo com as pessoas que corriam ao seu encontro para saciar a sede de Deus.
Ele respondia às perguntas que brotavam de seus discípulos e de todos que traziam suas angústias e dores.
Mostrava-se sereno e forte quando respondia aos questionamentos do povo e até mesmo quando não expressavam em palavras o que pensavam ...


Por muitas vezes se mostrou paciente e acolhedor para dialogar. O fato de caminhar observando a todos era um ponto a favor de Jesus porque Ele não falava as coisas sem conhecimento ou por intuição.
Quando falamos sem conhecer ou sem acolher o outro não acontece diálogo. Logo se manifesta a força da intolerância, da antipatia e da resistência. O fechamento em si mesmo não contribui para o crescimento pessoal e muito mesmo para o espírito de unidade e comunhão na comunidade.
Certa vez, passando pelas ruas da cidade, Jesus encontrou Mateus na coletoria de impostos. Como vimos na segunda carta, Jesus se aproxima de Mateus e o convida para o Encontro dizendo: Segue-me (Mt 9,9). Mateus oferece um banquete a Jesus (cf Lc 5,29). Recorrendo ao episódio do chamado de Mateus observamos que Jesus abre aos outros uma oportunidade para esse encontro. Eram muitos os publicanos e pecadores que se juntaram a ele na casa de Mateus. Jesus sentado à mesa com toda essa gente revela o seu amor misericordioso pelos pecadores. Atento à conversa dos fariseus e escribas com os discípulos, logo se coloca na “roda” e responde a todos dizendo: “Não são as pessoas com saúde que precisam de médico, mas as doentes”. Notem que a resposta não vem como reação ao que Ele ouvia, mas é esclarecedora. Ele veio para chamar à conversão os pecadores.
Desta forma a atitude comunicadora de Jesus possibilita a revelação de sua identidade. O dialogo é um caminho para a verdade... É um passo para as pessoas se escutarem e enxergarem de forma renovada.
Dialogar era uma oportunidade que Jesus tinha para se fazer mais próximo, de entrar na casa da pessoa, de conhecer o pensamento de tantos e renovar a vida de muita gente.
Querido/a catequista, que o encontro com o Senhor nos ajude na prática de uma escuta orante de sua voz que nos convida ao diálogo com Ele e com os nossos irmãos e irmãs. Podemos assumir mais uma das atitudes comunicadoras de Jesus. A nossa comunicação precisa ser um processo de liberdade e generosidade em favor da verdade, com respeito ao outro como templo de Deus.
Que esta carta nos sirva para uma prática fundamental na Catequese – dialogar com consigo mesmo, com os outros e com o mundo é o que nos torna dignos de um diálogo sincero e filial com o Pai.
Queridos (as) catequistas, irmãos e irmãs na fé, “alegrai-vos, trabalhai no vosso aperfeiçoamento, encorajai-vos, tendes um mesmo sentir e pensar, vivei em paz e o Deus do amor e da paz estará convosco”. (2Cor 13, 11)
Um grande abraço!

Lumen Equipe de Coordenação do Sulão






Provocações para reflexão:


1 – Em quais contextos se destacam o diálogo de Jesus com seus discípulos? Vamos relembrar alguns...
2 - Como nos posicionamos quando somos “provocados” para o diálogo com pessoas que pensam diferente de nós?
3 - Nossos encontros catequéticos têm contribuído para despertar nos catequizandos uma abertura para o diálogo? Sim? Não? Por quê? Como podemos melhorar essa atitude comunicadora entre nós?

Leitura Orante:
Para aprender com o Mestre sugerimos que seja feita a Leitura Orante do texto bíblico Mt 15, 1-20.

Já demos, até aqui, três passos acolhendo as atitudes comunicadoras de Jesus: Acolher, Encontrar e Dialogar. Agora vamos dar novos passos... 

           4ª Carta

     Queridos(as) catequistas do Sulão
Regionais Sul 1, Sul 2, Sul 3, Sul 4 e O1 da CNBB

Com alegria, saudamos a todos e todas que se empenham na acolhida e reflexão de nossas cartas em preparação ao IX Sulão bíblico-catequético. No dia-a-dia, vamos aprendendo com o Mestre e damos passos para a Iniciação à Vida Cristã. A catequese com inspiração catecumenal nos desafia a buscar um novo espírito e novos caminhos em vista da maturidade em Cristo, dentro da comunidade cristã e servindo a todos na alegria do Evangelho. 
Ao recebermos aquartacarta em preparação ao IX Sulão, chega a cada um de nós outra atitude comunicadora de Jesus: Escutar e outra imagem motivadora que nos provoca a refletir sobre como anda a nossa disponibilidade para escutar. Assim como na imagem, tenhamos os ouvidos abertos e disponíveis para escutar a voz do Senhor, suas palavras, seus ensinamentos, bem como o seu chamado.

Imagem motivadora

Ouvido



Atitude comunicadora
de Jesus

Escutar

“Bendito seja o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo,
o Pai das misericórdias e Deus de toda Consolação” ( 2Cor1,3)

Escutar é muito mais que ouvir! Escutar requer atenção especial à pessoa, às palavras, ao assunto... É mais que ouvir, porque requer o entendimento do que foi dito, o acolhimento da mensagem. Requer sentir as palavras a fim de guardar o que foi transmitido para pensar e agir em conformidade com o que escutamos.
Ao dizer: “Se alguém quer vir após mim, renuncie a si mesmo, tome sua cruz e siga-me”. Jesus propõe um jeito novo escutar o seu chamado. Ele está convidando seus ouvintes para o exercício de uma escuta ativa desua palavra. É necessário entender o que Ele diz antes de tomar uma decisão... “Se alguém quer...”, trata-se de uma opção pessoal, nem todos estão preparados. “Renuncie a si mesmo...”, o seu chamado, sua palavra é proposta de conversão. “Tome sua cruz e siga-me”, eis uma decisão difícil para quem simplesmente ouve as palavras. É necessário sentir que as palavras de Jesus vêm acompanhadas de ação. Ele nos quer em movimento, sempre a caminho!
Como vimos nas primeiras cartas, as atitudes comunicadoras de Jesus que foram apresentadas: Acolher, Encontrar e Dialogar,são motivadoras para um agir sempre novo e comprometido. Levam-nos aos outros com o objetivo de comunicar a mesma sensibilidade e ternura do Bom Pastor. Com a atitude apresentada nesta carta não é diferente.
Escutar é também atenção especial ao outro. Trata-se de uma atitude comunicadora porque revela a atenção dispensada ao outro, o respeito e a valorização daquele que fala.  A abertura de mente e de coração para escutar comunica amor.
Jesus foi mestre em escutar! Soube escutar a voz do Pai, quis entender a sua vontade para cumprir bem sua missão – “ Eu lhes fiz conhecer o teu nome...” (Jo 17,26) – sua vida foi um grande ensinamento para os discípulos e para a grande multidão. Ele levou os ouvintes ao conhecimento da Palavra de Deus, revelou o nome de Deus com a determinação de quem queria a todo tempo acolher, encontrar, dialogar e escutar. Mostrou que era necessário escutar com o coração para obedecer ao Pai: “ Mas é preciso que o mundo saibaque eu amo o Pai e façocomo o Pai me mandou...” ( Jo 14,31). Ele nos ensina a caminhar e escutar a todos com compaixão: é preciso que o mundo saiba. Por isso, anunciamos! O mundo precisa de uma resposta.
Pensando em nossa missão como catequistas, se quisermos acompanhar os que serão iniciados à vida cristã, como não repetir as mesmas atitudes de Jesus?
Como receber pessoas que estão à procura de Jesus sem um acolhimento fraterno? Como caminhar com os catequizandos, as famílias e a comunidade sem disponibilidade para o encontro pessoal e comunitário? Como se sentir pertencente a um grupo, uma comunidade de vida e de fé sem dialogar?
É assim, queridos catequistas, o que aprendemos, partilhamos.Tudo isso serve para não deixarmos enfraquecer o nosso ministério. É escutando e anunciando que vamos confirmando a nossa paixão pela catequese.
O papa Francisco nos lembra em sua Exortação Apostólica EvangeliiGuardium: “Sempre que procuramos voltar à fonte e recuperar o frescor original do Evangelho, despontam novas estradas, métodos criativos, outras formas de expressão, sinais mais eloquentes, palavras cheias de renovado significado para o mundo atual. Na realidade, toda a ação evangelizadora autêntica é sempre «nova».”( EG11). Assim queremos caminhar, resgatando a alegria do Evangelho para anunciar uma mensagem que é sempre nova a qualquer tempo.
“Unidos a Jesus, procuramos o que Ele procura, amamos o que Ele ama”. (EG 267)
Querido/a catequista, façamos que o nosso ministério se torne cada vez mais fecundo, pois todo serviço na comunidade eclesial só ganha o seu sentido de ser na prática de atitudes que comuniquem o amor de Deus.
Que mais esta carta colabore na encantadora missão de anunciar Jesus Cristo e no esforço diário de saber escutar sua palavra para darmos respostas aos anseios mais profundos de quem se coloca no caminho da iniciação à vida cristã.
Queridos (as) catequistas, irmãos e irmãs na fé, “alegrai-vos, trabalhai no vosso aperfeiçoamento, encorajai-vos, tendes um mesmo sentir e pensar, vivei em paz e o Deus do amor e da paz estará convosco”. (2Cor 13, 11)
Um grande abraço!

Lumen Equipe de Coordenação do Sulão


Provocações para reflexão:

1 – Quais são as dificuldades que encontramos e que dificultam a nossa capacidade de escutar?
2 – Destaquemos alguns ruídos, internos e externos, que nos impedem de assumir o “ESCUTAR” como atitude comunicadora na catequese...
3–A nossa prática catequética tem contribuído para momentos de escuta da Palavra de Deus, dos ensinamentos da Igreja e das expectativas de nossos catequizandos e famílias?
4 – Como podemos melhorar essa atitude comunicadora entre nós?

Leitura Orante:
Para caminhar com Cristo que nos fala sugerimos que seja feita a Leitura Orante do texto bíblico Lc7, 1-10.

Iniciamos, com esta carta, a sequência de três novas cartas, seguindo a proposta de atitudes relacionadas ao tempo do “catecumenato” no processo de iniciação à vida cristã.

Continuaremos nossa conversa sobre as atitudes acolhedoras de Jesus
Leitura e Escuta Orante
da Palavra de Deus: 
Lc 7,1-10
na próxima carta:Conhecer




Caixa de texto: 5ª 

Queridos(as) catequistas do Sulão
Regionais Sul 1, Sul 2, Sul 3, Sul 4 e O1 da CNBB

É uma alegria poder chegar até vocês mais uma vez por meio desta carta. Nossa saudação terna e alegre possa contagiar todos e todas que estão percorrendo esta trajetória de formação que ajuda a preparar o IX Sulão bíblico-catequético. A inspiração catecumenal está nos acompanhando por meio das palavras e dos símbolos. Com eles, a catequese sobre Jesus Cristo ganha sentido e significado em nossa vida.
Quantas palavras já recebemos através das cartas? Vamos fazer uma memória delas?
Quantos símbolos recebemos junto com as palavras? Que significado eles ocupam em nossas vidas?
O Primeiro Tempo foi marcado pelas atitudes comunicadoras de Acolher, Encontrar e Dialogar. De fato, o Querigma é marcado por um encantamento pela proposta de Jesus Cristo e adesão pessoal do interlocutor.
O Segundo Tempo quer aprofundar os conteúdos da fé. Por isso, exige como primeira atitude o ato de Escutar. E a quinta carta chega trazendo a mensagem central do Catecumenato: Conhecer. É o Tempo de aprofundar o conhecimento de Jesus Cristo através das Sagradas Escrituras, da Liturgia e da Caridade. Por se tratar de um Tempo de educação da fé, a palavra CONHECER ilustra um tempo de maior duração, a fim de que o conteúdo da fé não seja apenas doutrinal, mas seja cumulado de vida e celebração.

Imagem motivadora

Lupa



Atitude comunicadora
de Jesus

Conhecer

“Bendito seja o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo,
o Pai das misericórdias e Deus de toda Consolação” ( 2Cor1,3)

A Lupa é o símbolo da quinta carta. Ela nos auxiliará a perscrutar os conteúdos da fé. Afinal, além do testemunho de vida, fé precisa de testemunho verbal, como está escrito na Primeira Carta de São


Pedro: “santificai a Cristo, o Senhor, em vossos corações, estando sempre prontos a dar razão da vossa esperança a todo aquele que vo-la pedir” (1Pd 3,15).
A Bíblia nos relata distintos momentos de educação da fé. São relatos de catequese, que iniciaram com a educação do povo de Israel, de modo que a história da salvação estivesse sempre presente na vida das pessoas. A história da salvação iniciada pela libertação do Egito, vivida em clima de êxodo (que significa saída), é um fato que precisa ser contado sempre, para todas as gerações (Ex 12,42).
Por isso que o exercício da catequese é educar a fé. O fato de estar a serviço da Iniciação à Vida Cristã, faz da catequese a verdadeira mãe da fé, porque recupera os fatos da história da salvação dando explicações e comparações com a vida dos nossos dias. Pela catequese, ficamos conhecendo as grandes revelações de Deus, desde o tempo dos Patriarcas e Matriarcas, chegando a conhecer o modo de Deus agir pelas atitudes de Jesus de Nazaré.
A tarefa da catequese de inspiração catecumenal, e do Segundo Tempo da Iniciação à Vida Cristã por consequência, é recuperar a memória dos fatos da vida e descobrir neles, os momentos de presença de Deus. Conhecer Deus implica em reconhecê-lo presente diariamente conosco. Em cada momento de dúvidas, alegrias, tristezas e conquistas, é pela fé que percebemos Deus presente. Assim, Deus é conhecido através de depoimentos simples, testemunhos de vida e conversas do cotidiano. Essa explicação simples da fé também está presente no livro do Êxodo: “E quando amanha o teu filho te perguntar: ‘Que significa isso?’, responder-lhes-ás: ‘O Senhor tirou-nos do Egito, da casa da escravidão, com mão forte’” (Ex 13,14).
Desde então, a mão forte de Deus vem realizando maravilhas na vida das pessoas de bem. Deu de comer a Elias que fugia da rainha Jezabel (1Rs 19,1-14); o salmista canta as grandes obras do Senhor em favor do povo (Sl 126); a samaritana reconhece o judeu Jesus como grande profeta de Deus (Jo 4); e diante da cruz o centurião, enfim, conhece o amor de Deus enviado ao mundo (Mc 15,39).
E nós, o que conhecemos da bondade de Deus? O que conhecemos sobre o mistério de Deus encarnado em Jesus de Nazaré? O que conhecemos da comunhão trinitária de Amor? Como conhecemos as manifestações do Espírito de Deus em nosso meio?
Estimados(as) catequistas, ainda mais uma consideração: a catequese de inspiração catecumenal depende da participação da comunidade de fé. O modelo de catequese sacramental, que dependia exclusivamente do catequista sozinho, polivalente, vai ceder espaço para a educação da fé participativa, litúrgica e testemunhal.
Em vista disso, a catequese na Iniciação à Vida Cristã irá proporcionar o conhecimento do ano litúrgico e sua relação direta com o Mistério Pascal de Jesus Cristo. Favorecerá um verdadeiro caminho espiritual, de iniciação aos mistérios litúrgicos e orantes, acompanhados de ensinamento doutrinal com relação à vida concreta.



Em suma, Jesus Cristo será conhecido de modo gradual e contínuo, pelas liturgias comunitárias e através dos conteúdos de fé. Em todos esses momentos, o rosto de Jesus será revelado no rosto da comunidade que se reúne para celebrar o dom da fé, recebido por graça do Pai.

Com São Paulo, catequista dos gentios, dizemos: “alegrai-vos, trabalhai no vosso aperfeiçoamento, encorajai-vos, tendes um mesmo sentir e pensar, vivei em paz e o Deus do amor e da paz estará convosco” (2Cor 13, 11).
Um grande abraço!

Lumen Equipe de Coordenação do Sulão


Provocações para reflexão:

1 - Conseguimos identificar como os discípulos foram conhecendo Jesus durante o processo de formação, desde o chamado dos doze até o Pentecostes?
2 - Tomando o Catecismo da Igreja Católica nas mãos, perguntamos:
a)     Quais as 4 grandes partes dele?
b)    O que trata cada uma das partes?
c)     O que significa dizer: a fé que cremos?
d)    O que significa dizer: a fé que celebramos?
e)     O que significa dizer: a fé que vivemos?
f)     O que significa dizer: a fé que rezamos?


Leitura Orante:
Conhecer Jesus Cristo é estar em contato com ele, ter feito um encontro pessoal e visitá-lo diariamente. Com o texto bíblico a seguir, sugerimos que a Leitura Orante seja feita com símbolos, figuras e lugar de silêncio: Jo 4,1-30.

Com a samaritana, e com a atitude comunicadora do próprio Jesus,
na próxima carta vamos conversar sobre como Vivenciar a fé.
Leitura e Escuta Orante
da Palavra de Deus: 
Jo 4,1-30




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