segunda-feira, 8 de junho de 2020

Artigo de junho de 2020 - Padre Aparecido Neres Santana, CSS


JESUS AO VER A MULTIDÃO TEVE COMPAIXÃO NA PANDEMIA DA COVID-19.

Neste Artigo Bíblico-Catequético, refletiremos sobre o Evangelho de Jesus Cristo, segundo, São Mateus (9,36-10,8). No 11° domingo do Tempo Comum, terminado o Tempo Pascal, o tema do Reino de Deus aparece como luz iluminadora do discipulado. O Evangelho deste domingo consta de duas partes: um breve resumo da atividade missionária de Jesus (Mt 9,35-38) e o início do “Sermão da Missão” (Mt 10,1.5-8). Isto é da atividade missionária de Jesus, com seus discípulos. A introdução do texto, mostra primeiro, a compaixão de Jesus: “Ao ver a multidão teve compaixão dela, porque estava cansada e abatida como ovelhas sem pastor” (Mt 9,36). Compaixão, em latim “compassione”, demonstra um estado emocional em relação às pessoas no sentido de “ter simpatia”, “ternura”, “tristeza”, “piedade”, “espírito altruísta” para com aquele que sofre. O discípulo-missionário é movido pela misericórdia e compaixão, e o desejo de aliviar, minorar o sofrimento do outro. Após constatar a realidade do povo, Jesus envia os discípulos para a ação concreta: “Curai os doentes, ressuscitai os mortos, purificai os leprosos, expulsai os demônios” (Mt 10,8). Em virtude deste amor compassivo, Jesus cura os doentes que Lhe foram apresentados (cf. Mt 14,14), e com poucos pães e peixes, saciou grandes multidões (cf. Mt 15,37). O “povo estava como ovelhas sem pastor”. Os líderes políticos judaicos, isto é, o poder econômico e religioso, não estavam dando um direcionamento seguro e firme no cuidado do povo sofredor. Esta é, portanto, a razão da missão e do envio missionário, dos doze apóstolos. “Os dozes” representam as doze tribos do Novo Israel, que é todo o Povo de Deus. E ainda, a Igreja - comunidade messiânica - está no mundo, ontem, hoje e sempre, para a construção do Reino de Deus, para libertar o povo, não somente espiritual, mas libertar na sua totalidade, porque se assim não fosse, nem seria libertação, mas alienação. Finalmente, os apóstolos repetem não só a mensagem do mestre, mas também as suas obras, como em São Tiago: “Meus irmãos, se alguém disser que tem fé, mas não tem obras, que lhe aproveitará isso?... o homem é justificado pelas obras e não somente pela fé” (Tg 2, 14ss). Por isso, o discípulo-missionário consegue ver-se no outro, dentro do principio da alteridade: “Pois tive fome e me destes de comer...” (Mt 25, 31ss). Avante! Coragem!

Para refletirmos: Hoje, neste tempo de pandemia da Covid 19, vemos o povo pobre manipulado de todas as formas, especialmente sem pastor, no sentido político e econômico. Como evangelizar num mundo sem compaixão, sem apreço pela vida, onde se valoriza somente o capital, em detrimento da vida humana? Como anunciar o Reino diante de um povo manipulado, alienado, sem voz e vez? Como curar, e alimentar os pobres? Curar os doentes, não somente da Covid 19, mas de tantas outras pandemias? Como Catequizar, evangelizar como missionários do Reino?

Pe. Aparecido Neres Santana - Assessor Eclesiástico da Comissão AB-C Diocese de Santos/SP

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