segunda-feira, 6 de fevereiro de 2017

Artigo de Fevereiro 2017 - Padre Aparecido Neres Santana

O Discípulo Missionário caminha nos trilhos do amor a Deus e ao irmão


Nossa reflexão continua no caminho da Missionariedade, no contexto do Evangelho de Mt 5, 17-37, do 6° Domingo do Tempo Comum, quando, após o Sermão do Montanha (as Bem-Aventuranças), Jesus começa a instruir os Apóstolos sobre as Escrituras (AT): “Não penseis que vim revogar a lei e os Profetas. Não vim revogá-los, mas dar-lhes pleno cumprimento...” (Mt 5, 17-19). Aqui temos - de um lado -, muitas pessoas, grupos (como os Fariseus, e os Escribas), que queriam que Jesus seguisse a “Torah”, isto é, a Lei, ao ‘pé da letra’, com uma interpretação meramente legalista, intimista da lei divina, observando as “Mitvot” (os seus 613 mandamentos). E, de outro lado, aqueles que gostariam que Jesus deixasse de lado toda Lei Antiga - de Moisés aos Profetas-, e desse um ensinamento novo, rompendo com a tradição rabínica e o passado. Neste embate de como cumprir a Lei e os Profetas, Jesus coloca no centro o amor ao próximo, à pessoa humana, à vida. O cumprimento pleno da Lei ocorre quando se pratica a justiça: “Eu vos asseguro que se a vossa justiça não exceder a dos Escribas e a dos Fariseus, não entrareis no reino dos céus” (Mt 5,20). Para Jesus o discípulo deve superar a prática dos Mestres da Lei e dos Fariseus. Para Ele, o Discípulo não deve somente cumprir preceitos e normas. Jesus fala do Pai, a partir da vida: “Eu vim para que todos tenham vida” (Jo 10,10). A defesa da vida é mais importante do que a Lei. Aliás, nas Sagradas Escrituras, as leis são para a proteção dos mais pobres, entre os pobres, simbolizados em muitos momentos nas viúvas e nos órfãos. Assim, para Jesus, dos dois maiores mandamentos - “a Deus e ao próximo” -, “dependem toda a Lei e os Profetas” (Mt 22,40).

Reflexão: Na nossa sociedade consumista, em que as pessoas são coisificadas e descartáveis (por isso a cobiça e as mortes); onde são consideradas simples objetos; onde a vida humana, o pobre e a mulher são tratados como ‘coisas de pouco valor’, como o Discípulo Missionário deve superar essa lógica discriminatória e de morte? Como entrar na lógica do “amor ao próximo, como a si mesmo” e da defesa da vida?


Pe. Aparecido Neres Santana - Assessor Eclesiástico da Comissão AB-C

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