segunda-feira, 30 de novembro de 2015

Carta do Papa Francisco - Jubileu Extraordinário da Misericórdia


Ao Venerado Irmão
D. Rino Fisichella
Presidente do Pontifício Conselho
para a Promoção da Nova Evangelização

A proximidade do Jubileu Extraordinário da Misericórdia permite-me focar alguns pontos sobre os quais considero importante intervir para consentir que a celebração do Ano Santo seja para todos os crentes um verdadeiro momento de encontro com a misericórdia de Deus. Com efeito,  desejo que o Jubileu seja uma experiência viva da proximidade do Pai, como se quiséssemos sentir pessoalmente a sua ternura, para que a fé de cada crente se revigore e assim o testemunho se torne cada vez mais eficaz.
O meu pensamento dirige-se, em primeiro lugar, a todos os fiéis que em cada Diocese, ou como peregrinos em Roma, viverem a graça do Jubileu. Espero que a indulgência jubilar chegue a cada um como uma experiência genuína da misericórdia de Deus, a qual vai ao encontro de todos com o rosto do Pai que acolhe e perdoa, esquecendo completamente o pecado cometido. Para viver e obter a indulgência os fiéis são chamados a realizar uma breve peregrinação rumo à Porta Santa, aberta em cada Catedral ou nas igrejas estabelecidas pelo Bispo diocesano, e nas quatro Basílicas Papais em Roma, como sinal do profundo desejo de verdadeira conversão. Estabeleço igualmente que se possa obter a indulgência nos Santuários onde se abrir a Porta da Misericórdia e nas igrejas que tradicionalmente são identificadas como Jubilares. É importante que este momento esteja unido, em primeiro lugar, ao Sacramento da Reconciliação e à celebração da santa Eucaristia com uma reflexão sobre a misericórdia. Será necessário acompanhar estas celebrações com a profissão de fé e com a oração por mim e pelas intenções que trago no coração para o bem da Igreja e do mundo inteiro.
Penso também em quantos, por diversos motivos, estiverem impossibilitados de ir até à Porta Santa, sobretudo os doentes e as pessoas idosas e sós, que muitas vezes se encontram em condições de não poder sair de casa. Para eles será de grande ajuda viver a enfermidade e o sofrimento como experiência de proximidade ao Senhor que no mistério da sua paixão, morte e ressurreição indica a via mestra para dar sentido à dor e à solidão. Viver com fé e esperança jubilosa este momento de provação, recebendo a comunhão ou participando na santa Missa e na oração comunitária, inclusive através dos vários meios de comunicação, será para eles o modo de obter a indulgência jubilar. O meu pensamento dirige-se também aos encarcerados, que experimentam a limitação da sua liberdade. O Jubileu constituiu sempre a oportunidade de uma grande amnistia, destinada a envolver muitas pessoas que, mesmo merecedoras de punição, todavia tomaram consciência da injustiça perpetrada e desejam sinceramente inserir-se de novo na sociedade, oferecendo o seu contributo honesto. A todos eles chegue concretamente a misericórdia do Pai que quer estar próximo de quem mais necessita do seu perdão. Nas capelas dos cárceres poderão obter a indulgência, e todas as vezes que passarem pela porta da sua cela, dirigindo o pensamento e a oração ao Pai, que este gesto signifique para eles a passagem pela Porta Santa, porque a misericórdia de Deus, capaz de mudar os corações, consegue também  transformar as grades em experiência de liberdade.
Eu pedi que a Igreja redescubra neste tempo jubilar a riqueza contida nas obras de misericórdia corporais e espirituais. De facto, a experiência da misericórdia torna-se visível no testemunho de sinais concretos como o próprio Jesus nos ensinou. Todas as vezes que um fiel viver uma ou mais destas obras pessoalmente obterá sem dúvida a indulgência jubilar. Daqui o compromisso a viver de misericórdia para alcançar a graça do perdão completo e exaustivo pela força do amor do Pai que não exclui ninguém. Portanto, tratar-se-á de uma indulgência jubilar plena, fruto do próprio evento que é celebrado e vivido com fé, esperança e caridade.
Enfim, a indulgência jubilar pode ser obtida também para quantos faleceram. A eles estamos unidos pelo testemunho de fé e caridade que nos deixaram. Assim como os recordamos na celebração eucarística, também podemos, no grande mistério da comunhão dos Santos, rezar por eles, para que o rosto misericordioso do Pai os liberte de qualquer resíduo de culpa e possa abraçá-los na beatitude sem fim.
Um dos graves problemas do nosso tempo é certamente a alterada relação com a vida. Uma mentalidade muito difundida já fez perder a necessária sensibilidade pessoal e social pelo acolhimento de uma nova vida. O drama do aborto é vivido por alguns com uma consciência superficial, quase sem se dar conta do gravíssimo mal que um gesto  semelhante comporta. Muitos outros, ao contrário, mesmo vivendo este momento como uma derrota, julgam que não têm outro caminho a percorrer. Penso, de maneira particular, em todas as mulheres que recorreram ao aborto. Conheço bem os condicionamentos que as levaram a tomar esta decisão. Sei que é um drama existencial e moral. Encontrei muitas mulheres que traziam no seu coração a cicatriz causada por esta escolha sofrida e dolorosa. O que aconteceu é profundamente injusto; contudo, só a sua verdadeira compreensão pode impedir que se perca a esperança. O perdão de Deus não pode ser negado a quem quer que esteja arrependido, sobretudo quando com coração sincero se aproxima do Sacramento da Confissão para obter a reconciliação com o Pai. Também por este motivo, não obstante qualquer disposição em contrário, decidi conceder a todos os sacerdotes para o Ano Jubilar a faculdade de absolver do pecado de aborto quantos o cometeram e, arrependidos de coração, pedirem que lhes seja perdoado. Os sacerdotes se preparem para esta grande tarefa sabendo conjugar palavras de acolhimento genuíno com uma reflexão que ajude a compreender o pecado cometido, e indicar um percurso de conversão autêntica para conseguir entender o verdadeiro e generoso perdão do Pai, que tudo renova com a sua presença.
Uma última consideração é dirigida aos fiéis que por diversos motivos sentem o desejo de frequentar as igrejas oficiadas pelos sacerdotes da Fraternidade São Pio X. Este Ano Jubilar da Misericórdia não exclui ninguém. De diversas partes, alguns irmãos Bispos referiram-me acerca da sua boa fé e prática sacramental, porém unida à dificuldade de viver uma condição pastoralmente árdua. Confio que no futuro próximo se possam encontrar soluções para recuperar a plena comunhão com os sacerdotes e os superiores da Fraternidade. Entretanto, movido pela exigência de corresponder ao bem destes fiéis, estabeleço por minha própria vontade que quantos, durante o Ano Santo da Misericórdia, se aproximarem para celebrar o Sacramento da Reconciliação junto dos sacerdotes da Fraternidade São Pio X, recebam validamente e licitamente a absolvição dos seus pecados.
Confiando na intercessão da Mãe da Misericórdia, recomendo à sua proteção a preparação deste Jubileu Extraordinário.

Vaticano, 1 de Setembro de 2015
Franciscus


domingo, 29 de novembro de 2015

Alegria do Advento

Iniciamos mais um Ano Litúrgico, preparando-nos para o nascimento de Jesus Cristo no tempo do Natal. Nascimento que só tem sentido quando as pessoas conseguem abrir seus corações e deixarem acontecer o encontro íntimo com Aquele que vem como enviado do Pai. Assim se cumpre a realização da promessa de libertação projetada nos anúncios do Antigo Testamento.
Jesus foi prometido e proclamado como rei justo no meio de um mundo marcado pelas práticas de injustiça e de degradação da identidade da pessoa humana. O que vemos, na prática, e em todos os tempos, é o sofrimento condicionado pelos desvios do projeto querido pelo Criador. A injustiça, generalizada como está, diminui as condições necessárias para uma vida feliz e humana.
A vontade de Deus é a realização do direito e da justiça, isto é, de uma vida conforme as prescrições dos mandamentos e das indicações das bem-aventuranças do Evangelho. Não fomos criados para a destruição, indiscriminada, dos bens da natureza. “Dominai a terra” (Gn 9,7) significa construir, possibilitando o necessário para as pessoas terem uma vida saudável e digna.
A consistência do mundo depende do cuidado e de como ele é usado. Certas práticas causam medo e angústia nas pessoas, porque fragilizam a qualidade de vida e minam a alegria e as expectativas de um futuro promissor. A preparação para o Natal estimula uma concreta esperança, capaz de elevar o espírito abatido.
Estamos sensibilizados diante das ameaças causadas pelos últimos acontecimentos, tanto em Mariana, como nos atentados suicidas lá na França. Caminhamos por caminhos que levam ao caos, quase como o dilúvio citado pela Sagrada Escritura. Dá a impressão de que caminhamos para a destruição total. Isso pode acontecer se providências corajosas não forem tomadas.
A fonte do verdadeiro amor é Deus. Podemos até imaginar ou construir outros caminhos de amor, mas nunca estaremos totalmente realizados se nosso olhar não for voltado para essa fonte cristalina em Deus, através de Jesus Cristo, que causa compromisso de justiça de uns para com os outros no relacionamento.
Dom Paulo Mendes Peixoto

Arcebispo de Uberaba.b

segunda-feira, 23 de novembro de 2015

Rei Universal

Na liturgia católica, Jesus Cristo recebe o título de “Rei Eterno e Universal”, cuja festa acontece no final do Ano Litúrgico, normalmente, no mês de novembro. É um reinado que se manifesta no amor de Deus para com todas as pessoas que O acolhem. O máximo desse amor acontece no sacrifício da cruz, na doação total pela salvação da humanidade, revelação de sua transcendência.
Além de Rei Eterno, Jesus recebe também o título de “filho de homem”, para dizer que Ele é “ser humano”, é a Palavra que se fez carne e veio morar em nosso meio (cf Jo 1,1s). Com isto, o divino tornou-se humano, para que o humano se tornasse divino. Na Festa de Cristo Rei, encerramos o ano da Igreja colocando em evidência o anunciado pelos profetas, que Jesus nasceria como rei, e seria Rei.
Os poderes do mudo querem dominá-lo, mas seu domínio, em últimas instâncias, pertence a Jesus Cristo, que veio como Rei e com poder Eterno. A história pertence aos homens, mas tudo está nas mãos de Deus, mesmo que isto seja contestado e negado pelos poderes do mundo. O livro do Apocalipse diz que Jesus é “alfa e ômega” (Ap 21,6), o princípio e o fim, tendo tudo concentrado em Si.
A missão de Jesus Cristo foi de instaurar o reino de Deus. Isso veio ocasionar consequências para seus seguidores, porque a construção desse reino foi entregue a nós. Ele começa no tempo, onde deve ser construído, mas tem uma continuidade na eternidade. É um reino de vida, diferente do reino do mundo, onde a morte acontece a todo instante, e de forma totalmente desqualificada.
A realeza de Jesus Cristo não é do mundo. Seu objetivo foi a salvação da humanidade e tinha perspectivas de vida eterna. O mundo passa, os bens adquiridos ficam por aí, as pessoas também terminam seu tempo na terra. O que fica é o bem realizado na construção do reino, a realização da caridade, que terá continuidade também na outra vida.
Dom Paulo Mendes Peixoto

Arcebispo de Uberaba.

domingo, 8 de novembro de 2015

Artigo de Novembro de 2015 - Comissão para a Animação Bíblico-Catequética- Diocese de Santos


Doar-se sem reservas à ação Evangelizadora

Jesus através de palavras e atitudes mostrou-nos como devemos agir nas mais diversas situações de nossas vidas e o ponto alto de seu ensinamento deu-se na entrega na Cruz caracterizando uma doação por amor sem reservas e Gratuita. 
Hoje, porém, mesmo depois desta atitude Suprema de Jesus, consciente ou inconscientemente, muitas vezes utilizamos de certos expedientes ( que, quando estamos engajados dentro de uma comunidade paroquial, por vaidade, com gana no poder ou até mesmo como trampolim para satisfazer literalmente nossos egos para nos darmos bem na vida), temos atitudes que não correspondem aos ensinamentos de Jesus... 
Porém, algumas pessoas sábias nos lembram de que temos que viver a Solidariedade na Gratuidade e que sem as mesmas, a nossa fé está morta! Pois bem, este dito será verdadeiro desde que nossa fé seja transformada em ação, em doação de amor ao próximo com total desprendimento.
Portanto meus irmãos e irmãs, tomemos como exemplo a viúva do Evangelho, que não partilhou o que lhe sobrou: ela doou tudo o que tinha com alegria, e não fez disso uma autopromoção. 
Assim como ela, partilhemos nossos Dons com Alegria, compaixão e gratuidade.


Aprofundamento a partir da Palavra de Deus: No 32º Domingo do Tempo Comum somos convocados a refletir sobre o texto bíblico: Mc 12,38-44. Convido você a lê-lo com calma, prestar atenção e responder: Qual o verdadeiro ensinamento desta passagem? Tenho disponibilidade e entrega para meu trabalho de catequista e evangelizador (formações, retiros, reuniões)? Estou disposto a oferecer aquilo que me custa, como fez a viúva?




Ø  Mídias de nossa Comissão: visite e entre em contato!

Comissão AB-C Diocese de Santos 

terça-feira, 3 de novembro de 2015

Assembleia Diocesana de Pastoral - Diocese de Santos- SP

Assembleia Diocesana de Pastoral
Uma Igreja Acolhedora e Missionária

Aconteceu no dia 31 de outubro de 2015, a 14º Assembleia Diocesana de Pastoral da Diocese de Santos, contando com a presença de 250 agentes de pastorais, seminaristas, religiosos, diáconos e sacerdotes das 47 paróquia distribuídas nas nove cidades da Baixada Santista.

A Assembleia foi presidida pelo nosso Bispo Diocesano Dom Tarcísio Scaramussa, SDB e teve como tema: “Igreja acolhedora e missionária “  e como lema: “Vós sois o Sal da Terra e a Luz do Mundo. Com isso, a Igreja Diocesana dá mais um passo para, à luz da Palavra de Deus, encontrar respostas e pistas para sermos uma Igreja acolhedora, misericordiosa, em saída, ao encontro do mais necessitado, em permanente estado de missão. 




Fonte: Diocese de Santos -