A reportagem é de Alessandro Speciale, publicado no sítio Vatican Insider, 14-03-2013. A tradução é de Moisés Sbardelotto.
O seu primeiro dia como
Papa Francisco começou
cedo, pouco depois das 8 horas, com a visita – prometida na quarta-feira à
noite durante o seu primeiro discurso público – à basílica mariana de Santa
Maria Maior.
A visita logo foi uma oportunidade para continuar definindo o seu estilo papal em nome da simplicidade: Francisco chegou à basílica em um carro da Gendarmeria Vaticana, sem ser acompanhado por um longo cortejo de carros. Com ele estava, dentre outros, Dom Georg Gänswein, prefeito da Casa Pontifícia, ao lado do novo pontífice, como exigido pelo seu cargo.
A visita do Papa Bergoglio a Santa Maria Maior foi
privada – explicou o porta-voz vaticano, padre Federico Lombardi,
durante o seu encontro diário com os jornalistas – em um lugar particularmente
significativo para os jesuítas: abaixo do ícone de Maria "Salus
Populi Romani", conservada na capela Borghese, diante do
qual ele parou por cerca de dez minutos em oração silenciosa, a Basílica
do Esquilino também hospeda o altar em que Santo Inácio de
Loyola, o fundador dos jesuítas, celebrou a sua primeira missa.
Na basílica, Francisco também parou brevemente em oração
diante do altar-mor, onde, segundo a tradição, está conservado um fragmento da
manjedoura onde foi deposto o menino Jesus, e em frente ao túmulo de São
Pio V, na Capela Sistina.
No caminho de volta, o neopapa pediu que o motorista fizesse uma mudança de percurso: Francisco quis
parar na Casa do Clero, na Via della Scrofa, onde estivera hospedado
nas semanas anteriores ao conclave. O Papa Bergoglio voltou
para retirar as suas coisas e cumprimentar a equipe pessoalmente. E, antes de
ir embora, para o espanto dos funcionários da Prefeitura da Casa
Pontifícia, também pediu para pagar a conta – "para dar o bom
exemplo", disse o padre Lombardi.
O estilo informal e direta do novo pontífice certamente provocará muitos
problemas para os homens da Gendarmaria Vaticana encarregados
pela sua segurança. Mas, lembrou o porta-voz vaticano, "os responsáveis
pela segurança estão a serviço do papa e eles sabem disso. Eles tentam
interpretar o que o papa quer e adaptar o seu estilo ao estilo pessoal dele –
na consciência de que não são eles que ditam o jogo, mas sim o papa".
Um estilo que parece surgir a partir de muitos dos detalhes nessas horas. Nessa quarta-feira, contou Lombardi, o Papa Francisco "aceitou a obediência dos cardeais em pé", sem utilizar o pequeno trono branco sobre-elevado que havia sido preparado para ele. Ou o porta-voz apontou para a atenção ao hábito muito simples, sem capa, usado durante a bênção Urbi et Orbi de quarta-feira à noite, com uma simples cruz de metal no pescoço, não de ouro e sem ornamentos, recebida ainda antes de se tornar bispo.
Também o fato de "ter querido o Vigário de Roma ao seu lado é um aspecto novo, para fazer referência particular ao povo de Roma", acrescentou Lombardi, até o gesto de pedir que os fiéis rezassem sobre ele antes de dar a bênção.
Um estilo que parece surgir a partir de muitos dos detalhes nessas horas. Nessa quarta-feira, contou Lombardi, o Papa Francisco "aceitou a obediência dos cardeais em pé", sem utilizar o pequeno trono branco sobre-elevado que havia sido preparado para ele. Ou o porta-voz apontou para a atenção ao hábito muito simples, sem capa, usado durante a bênção Urbi et Orbi de quarta-feira à noite, com uma simples cruz de metal no pescoço, não de ouro e sem ornamentos, recebida ainda antes de se tornar bispo.
Também o fato de "ter querido o Vigário de Roma ao seu lado é um aspecto novo, para fazer referência particular ao povo de Roma", acrescentou Lombardi, até o gesto de pedir que os fiéis rezassem sobre ele antes de dar a bênção.
O porta-voz vaticano também contou um episódio que ocorreu na quarta-feira, ao
término da sua primeira aparição pública: Francisco quis voltar para Santa
Marta com o micro-ônibus, junto com os outros cardeais, sem utilizar o
carro oficial com a placa "SCV 1", que havia sido preparado para ele.
"Que Deus lhes perdoe", disse Bergoglio, depois de jantar
com os cardeais.
Na manhã dessa quinta-feira, retornando ao Vaticano, o novo papa se
encontrou com alguns colaboradores em Santa Marta e começou a
organizar o seu novo "trabalho". À tarde, na Capela Sistina,
a missa com os cardeais eleitores – onde fez o seu primeiro discurso "de
improviso" – e a ruptura dos selos do Apartamento pontifício, onde ele
entrará daqui a poucos dias, depois de poucos mas essenciais trabalhos de
reestruturação. Sempre, já é possível imaginar, em nome da sobriedade.
http://www.ihu.unisinos.br/noticias/518434-o-primeiro-dia-do-papa-francisco
Sexta, 15 de março de 2013
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